A SIM SP (Semana Internacional de Música de São Paulo) premiará, por meio do Prêmio SIM, os profissionais e projetos que trabalharam para manter a chama da música acesa em 2020. A edição deste ano tem como lema a frase “Música Viva”, e tem data marcada para acontecer, sendo no próximo dia 31. Minas Gerais está sendo representada na premiação do estado paulista pelos artistas Bia Nogueira, Kdu dos Anjos e pela banda Fenda. Bia e Kadu estão concorrendo na categoria Profissional do Ano, junto a mais 10 nomes, e o grupo Fenda concorre com outros 7 artistas na categoria Novo Talento; a votação é aberta para o público.
Esta edição do Prêmio SIM tem o objetivo de homenagear pessoas, projetos, empresas e ideias que movimentaram a música no ano de 2020. A premiação valorizará os trabalhos desempenhados mesmo com as restrições por conta da pandemia da Covid-19 e com as perdas que o setor cultural sofreu. O critério da premiação é dar destaque para artistas e ideias que promoveram interação, cooperação, reflexão e cidadania. Isso sempre sendo tangenciado pelo respeito à diversidade de escolhas e de visões de mundo.
Bia Nogueira
Na categoria Profissional do Ano, o Prêmio SIM irá premiar o destaque de 2020 na área de empreendedorismo, os profissionais autônomos, os colaboradores ou membros de equipes de empresas e projetos. A cantora e atriz Bia Nogueira é uma das indicadas nessa sessão e, além de ter nascido em MG, seu trabalho é todo desenvolvido nas terras mineiras. A artista é produtora, coordena o festival Sonora, e no ano passado estrelou e dirigiu o espetáculo cênico-musical Dandara Para Todas as Mulheres. Ademais, participou do álbum de Djonga “Histórias da Minha Área”, lançou oito videoclipes com o coletivo IMuNe (Instante da Música Negra), entre outros trabalhos.
Ao BHAZ, Bia Nogueira contou qual é o significado de representar Minas numa indicação ao prêmio de Profissional do Ano de uma das maiores feiras de negócios da música da América Latina. “Significa furar uma bolha, e eu acho que tem uma importância histórica porque eu sou uma mulher negra periférica”, disse Bia. A diretora do Festival IMuNe ressaltou que isso é o sintoma de uma sociedade que está começando a valorizar o trabalho das mulheres negras. “Você ter uma mulher negra indicada, de um coletivo de música preta, de um coletivo de mulheres, eu acho muito importante. É um marco na minha carreira, na minha história e eu acho que para BH também”.
Kdu dos Anjos
Kdu dos Anjos é outro artista periférico de Minas Gerais, morador do Aglomerado da Serra, e que recebeu a indicação de Profissional do Ano. O jovem é MC de hip hop e de funk, produtor de moda, ator, compositor, poeta e criador do Centro Cultural Lá da Favelinha, que tem bastante destaque em BH. O artista contou para o BHAZ como está se sentindo com a indicação ao Prêmio SIM. “Estou feliz demais de ter sido indicado, são muitas pessoas importantes, poxa, a companheira a produtora do Caetano Veloso [Paula Lavigne] está concorrendo na mesma categoria que eu, então isso dá uma força, uma certeza de que você está no caminho certo”, disse Kdu dos Anjos.
“Independentemente do resultado, se a gente ganhar ou não, dá uma esperança de saber que Belo Horizonte está sendo representada, porque isso antigamente era um sonho, da gente romper essas montanhas, que tivesse essa visibilidade nacional, esse reconhecimento nacional”, acrescentou. Kdu dos Anjos reconhece que tem um longo caminho para trilhar, mas já se sente orgulhoso da indicação. “Eu sei que ainda falta muito para chegar nessa visibilidade real nacional, tanto no meu trabalho solo quanto com o Lá da Favelinha, mas já é um grande passo”.
Fenda
A categoria Novo Talento premiará artistas que estão no começo da carreira e que chamaram a atenção em 2020, tanto com o trabalho musical quanto com a contribuição para a construir um mundo melhor. Representando Minas Gerais na sessão, está a Banda Fenda, que é um grupo formado por cinco mulheres que cantam hip-hop. Em seu trabalho, Mayi, Paige, Laura, Iza e Kingdom defendem pautas como feminismo, representatividade, antirracismo, a causa LGBTQIA+ e empoderamento. Para o BHAZ, a Dj Kingdom, uma das integrantes do grupo, contou como a indicação ao Prêmio SIM está contribuindo para a Fenda.
“Veio no momento certo, para a gente conseguir entender que estamos no caminho certo. Porque em meio a todo esse cenário que a gente está vivendo, de um caos, nós artistas não estamos conseguindo trabalhar do jeito que a gente sempre quis, então essa indicação veio para manter a gente com os pés no chão e planejar ainda mais o futuro”. Kingdom ainda falou um pouco sobre como é ser o único grupo mineiro da categoria ao Prêmio SIM, e o simbolismo que isso tem para a Fenda. “A gente está representando um estado que culturalmente tem uma história muito linda na arte do Brasil, e nós, cinco mulheres, em sua maioria negras e periféricas, a gente está ali nesse fronte”.
“Só essa indicação significa muito para a gente, não é nem ganhar, e tem muitas pessoas que se inspiram em nós, então eu acho que é essa força, essa parada mútua que rola em torno da Fenda, é o que faz acontecer. Somos uma potência de ideais de estilo de vida, musicalmente representamos muito, e há muito a ser feito e falado, queremos ser escutadas e entendidas. E a indicação ao prêmio de Novo Talento é uma indicação para confirmar, que diz ‘mantenham seus pés no chão, um dia vocês chegam lá'”.
Onde votar
Para votar nos indicados à categoria Profissional do ano, clique aqui.
Para votar nos indicados à categoria Novo Talento, clique aqui.
