Professores anunciam ‘greve sanitária’ e evitam retorno a aulas presenciais; PBH defende protocolos

Professores greve sanitária rede municipal
Os professores poderiam voltar às escolas nesta segunda, mas ainda não se sentem seguros (Amanda Dias/BHAZ)

Os professores da rede municipal de ensino público de Belo Horizonte não vão retornar às escolas para aulas presenciais. Enquanto nas escolas particulares da capital os alunos da educação infantil voltaram nesta segunda-feira (26), os profissionais da rede pública estabeleceram greve sanitária até que a situação da pandemia esteja melhor. A PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) informa, por meio de nota (veja a íntegra ao fim do texto), que respeita a posição do Sind-REDE (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte), mas que “a decisão de adesão é de casa servidor”.

Segundo o Sind-REDE, os professores estão em greve sanitária, ou seja, uma paralização por motivos de falta de segurança no trabalho. Em nota, o sindicato explica que ainda “não é o momento de retornar”. A Prefeitura de BH havia estabelecido o retorno dos professores para o dia 26 de abril e os alunos no dia 3 de maio, mas o corpo docente não concorda com essa volta às aulas no momento atual da pandemia da Covid-19.

“Nós, Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Ensino de Belo Horizonte, representados pelo Sind-REDE/BH, entendemos o quanto o fechamento das escolas afeta a vida das crianças, dos jovens, das famílias, mas não podemos desconsiderar o fato de que uma grave pandemia nos assola de forma avassaladora e entendemos que não é o momento de retornar”, explica a entidade.

Cenário seguro

A presidenta do Sind-REDE, professora Vanessa Portugal, explica que ao menos 60% dos professores aderiram à greve, e diz que todos continuarão trabalhando de forma virtual até que o cenário se mostre seguro. “Entendemos que não tem condições seguras para o recebimento as crianças.”

“Teoricamente os professores iriam fazer trabalho presencial para preparar as escolas na hora de receber os alunos, mas se o entendimento é que não tem condições de receber essas crianças, não tem porquê fazer esse trabalho nesse momento.”

Vanessa também pontua que, no entendimento do sindicato, não houve um diálogo com a Prefeitura. No entanto, a categoria pede que seja mantido o ensino remoto até que os indicadores estejam estáveis e a pandemia esteja, de fato, sob controle.

“Nesse momento não tem protocolo possível. É muito inseguro e não tem como garantir que as crianças façam uso da máscara corretamente, que elas não façam trocas e contatos entre elas”, pondera. Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte disse que respeita a posição do sindicato e vai continuar mantendo reuniões com a classe (leia abaixo).

A PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) divulgou no sábado (24), os protocolos para a retomada das atividades presenciais em escolas e creches da capital. As regras estipuladas pela SMSA (Secretaria Municipal de Saúde) passaram a valer nesta segunda (leia aqui).

Nota da Prefeitura de BH na íntegra

Respeitamos a posição da entidade sindical, entretanto a decisão de adesão é de cada servidor. Aguardaremos essa primeira semana para conhecer a decisão de cada um, ao serem convocados para a escola e lá conhecerem todos os protocolos de segurança implantados.

Acreditamos que a preparação e o esforço de cada escola, considerando as orientações da secretaria municipal de Educação, viabilizará a acolhida segura e confortável de todos. A secretaria municipal de Educação mantém calendário de reuniões com o Sindicato em que as demandas apresentadas pela entidade são discutidas e avaliadas”.

Edição: Roberth Costa
Jordânia Andrade[email protected]

Repórter do BHAZ desde outubro de 2020. Jornalista formada no UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) com passagens pelos veículos Sou BH, Alvorada FM e rádio Itatiaia. Atua em projetos com foco em política, diversidade e jornalismo comunitário.

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