Ator tenta localizar criança que o comoveu ao conversar por libras

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O produtor cultural Victor Soriano Silva tenta localizar criança que o comoveu (Reprodução/Instagram)

Uma criança surda ficou surpresa ao se deparar com um ator que conhece a língua de sinais, no último domingo (1º). O produtor cultural Victor Soriano Silva, de 27 anos, trabalhava como um palhaço de terror no parque aquático Wet’n Wild, em Itupeva (SP), quando encontrou com o menino na fila de uma atração. A mãe da criança ficou muito grata pelo momento. O produtor postou o vídeo nas redes e agora quer reencontrar, virtualmente, a família do menino, para agradecê-los pela experiência.

Ao BHAZ, Victor conta que esse foi um dos momentos mais especiais de sua carreira de 11 anos como animador e produtor cultural. O vídeo foi registrado na tarde do último domingo. “Temos trabalhado no Wet’n Wild nos últimos três anos. Nessa época de Halloween, geralmente fazíamos a noite de terror. Mas, com a pandemia, não é mais possível. Dessa vez, eles pediram somente alguns personagens para interagir com o público e lembrar do uso de máscaras de proteção”.

O produtor cultural explica que estava na fila de uma atração do parque quando foi mexer com a criança, ainda sem saber que o menino é surdo. “Visualmente não tinha como saber. Quando fui conversar com ele, a mãe dele me explicou. No mesmo momento, já comecei a conversar por libras. Precisei levantar um pouco as mangas da camisa, já que ver as mãos é fundamental”, continua.

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No final de semana passado tive uma das experiências MAIS SIGNIFICATIVAS em todos os meus 11 anos trabalhando com terror nessa época do ano. Eu estava no Wet’n Wild com a @spacemagicartes trabalhando e respeitando os protocolos de segurança, quando cruzei com uma criança surda. A mãe me disse que ele era surdo e que era a primeira vez dele no parque. Com certeza a última coisa que ele esperava era encontrar um personagem que falasse língua de sinais. Ele me disse seu nome, de onde era, perguntei se ele estava com medo de andar na atração, ele disse que era corajoso e depois tiramos uma foto. No final a mãe dele chegou em mim e disse “obrigado por criar essa memória, ele NUNCA vai esquecer”. Arte, é sobre isso!

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O menino ficou surpreso e muito feliz com a interação. “Quando ele viu que tinha um personagem que falava a língua de sinais, ele ficou bem espantado. Ele perguntou o meu sinal, inventei um sinal para o palhaço assustador. Ele me respondeu mostrando o sinal dele. Aí fomos conversando um pouco, perguntei o nome, de onde ele era, onde era a casa dele. Ele me falou que não estava com medo de ir no brinquedo, que era corajoso”.

Gratidão

O papo durou cerca de dois minutos, mas foi tempo suficiente para alegrar a criança e o próprio animador. “Depois a mãe dele me agradeceu, emocionada, disse que aquilo marcaria muito, que seria uma memória eterna para ele. Acho que o sorriso dele no vídeo fala muito, é marcante. Mostra o quanto aquilo significou para ele. Foi um dos melhores momentos que já tive nessa profissão”, conta o produtor cultural.

Após a interação, Victor só encontrou com a criança na saída do parque. “Ele veio me dar um tchau, como se fosse me abraçar. Aí expliquei que não poderia por conta da pandemia e das restrições impostas. Aí só brinquei com ele mesmo, com algumas falas do personagem”.

“Nós, que somos do entretenimento, temos o objetivo de criar memórias nas pessoas que encontramos. Sei que esse menino vai crescer, virar adulto e eu vou estar presente na memória dele, assim como ele está na minha. Esse é o verdadeiro significado do meu trabalho para a sociedade”, continua.

Quer localizar a família

Victor trabalha com pessoas surdas em São Paulo (SP). “A empresa que eu trabalho tem surdos na equipe. Por isso, meu contato com a linguagem [língua] de sinais é algo frequente. Mas, como personagem, foi a primeira vez que algo assim me aconteceu”.

O desejo do produtor cultural, agora, é encontrar a família da criança e, virtualmente, promover um encontro. A única informação que ele tem é que a família é de Cotia, também em São Paulo. “Eu queria muito falar para essa família que essa experiência foi muito marcante pra mim. Queria reencontrá-los virtualmente para enviar esse vídeo. Nas centenas de visitantes que encontrei, nesses 11 anos, com certeza foi o que mais me marcou. Quero agradece-los pela experiência e enviar esse vídeo como uma recordação para eles”, completa.

Edição: Aline Diniz
Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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