‘Autonomia e inclusão’: Ação da PM doa fardas para que vítimas de violência doméstica confeccionem acessórios

Farda da PM
Campanha vai acontecer em todo o estado de Minas Gerais (Amanda Dias/BHAZ)

Uma campanha promovida pela Polícia Militar e pela Associação Feminina de Assistência Social e Cultura (AFAS) busca potencializar a produção artística das mulheres vítimas de violência doméstica por meio do artesanato. A ideia é incentivar os bombeiros e policiais a doarem suas fardas para que as mulheres confeccionem acessórios ilustrados, como bolsas, sacolas e almofadas.

A campanha “Farda Solidária” vai acontecer em todo o estado de Minas Gerais, entre 16 de agosto e 15 de outubro. Por meio do artesanato, a iniciativa busca proporcionar renda, autonomia e inclusão social às vítimas contempladas. A ação acontece simultaneamente com a campanha “Agosto Lilás”, que celebra os 15 anos da Lei Maria da Penha.

Os policiais e bombeiros serão estimulados a doar as peças de fardamento fora de uso ou desgastadas pelo uso diário. A arrecadação das camisas, gandolas e calças usadas será feita de forma voluntária, na Secretaria/P5 da unidade em que o militar atua.

Campanha farda solitária
Doação deve ser feita de forma voluntária pelo militar (PMMG/Divulgação)

De acordo com a PM, a reutilização das fardas para a produção artística “atende também a uma demanda de sustentabilidade, uma vez que nem sempre essas peças tinham uma destinação adequada”. 

Iniciativas de combate à violência

A campanha “Farda Solitária” surgiu do projeto “Mulher Livre de Violência” (MLV), que foi criado em 2016 por iniciativa da cabo Juliana. Diante da realidade vivenciada no atendimento de mulheres em situação de violência doméstica, ela idealizou a articulação de uma rede de enfrentamento à violência contra a mulher, por meio de parcerias e promoção do debate público sobre o tema.

Juliana presenciou a realidade do atendimento a essas vítimas por meio do trabalho desenvolvido junto à Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD) do 19º Batalhão de Teófilo Otoni. “Considero-me como uma psicóloga fardada e apaixonada pela PM. Com um olhar diferenciado conseguimos fazer a diferença na vida de muitas mulheres, que até então, não tinham um atendimento voltado para o combate da violência doméstica”, relata.

No mesmo ano, o projeto foi contemplado no edital “Militar que eu Quero Ser”, promovido pela Associação Feminina de Assistência Social e Cultura (AFAS). Isso despertou a necessidade de levar o debate sobre o tema às mulheres da Barra do Cedro, comunidade rural da região do Vale do Mucuri.

Assim, em dezembro de 2017, o projeto passou a desenvolver atividades mensais voltadas a esse público, com debates sobre violência de gênero e o fomento ao artesanato criativo. 

Edição: Giovanna Fávero
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!