Um pedacinho do Carnaval da Bahia que se mineirizou e arrasta multidões no centro de BH: esse é o bloco Baianas Ozadas, o maior do Carnaval BH 2024, cujo papel é importante na construção da folia belo-horizontina que caiu no gosto do público.
O Baianas Ozadas nasceu justamente da palavra que nomeia o grupo de cantores e percussionistas: a ousadia. Lá em 2012, uma ala com sete amigos da Bahia, vestidos a caráter, invadiu o bloco Cacete de Agulha tocando alguns instrumentos e, com Geo Ozado, fundador do grupo, na voz.
“Foi um negócio muito legal e emocionante e que a gente curtiu. O pessoal perguntou, ‘poxa, vocês vão vir ano que vem de novo?’. Acabou que, para o ano seguinte, em 2013, o baianas virou um bloco de fato”, conta Geo Ozado, fundador do bloco.
Baianas Ozadas começa com pé direito
Geo Ozado é baiano e mora em Belo Horizonte há 40 anos. Quando decidiu formar o bloco Baianas Ozadas, os ensaios aconteciam na casa onde ele morava, no bairro Santa Tereza. Depois de lá, o grupo passou a ensaiar no Necup (Núcleo de Estudos de Cultura Popular), tendo sido o primeiro bloco a utilizar o espaço.
Em 2013, quando o bloco saiu pela primeira vez, o grupo já contava com 10 mil foliões como público, recorda Geo. “A partir daí, ele foi tendo um crescimento vertiginoso de público, triplicou em 2014, sempre com carnavais temáticos”, conta o fundador.
Dentro das temáticas, o Baianas Ozadas já homenageou, ao longo dos anos, o pai do axé music, Luiz Caldas; o centenário de Dorival Caymmi e os blocos afros de Salvador. “Em 2017, foi o auge do Baianas e acho que do Carnaval de BH. O bloco foi noticiado com 500 mil pessoas de público”, lembra Geo Ozado.
‘Bloco âncora do Carnaval de BH’
Desde 2013, o bloco Baianas Ozadas tem construído sua história a partir da presença marcante no Carnaval de BH. “Ele acabou virando um dos blocos âncoras do Carnaval de Belo Horizonte, que ditou o ritmo do crescimento. Virou uma referência para muitos blocos da cidade”.
Atualmente, o bloco Baianas Ozadas tem cerca de 10 músicos no trio, os cantores Geo Ozado, Dedê Mendes e Liza Faria, a bateria Ozada com 100 integrantes e uma ala de dança com 100 pessoas. O repertório é construído com a musicalidade dos carnavais da Bahia, sendo o axé music o carro-chefe.
“A gente toca desde Dorival Caymmi, passamos por Caetano, Gil, os blocos afros, Olodum, Timbalada, até chegar nas bandas de axé mais tradicionais, Ivete, Daniela Mercury, Bandamel, Banda Eva, Araketu, É o Tchan, Harmonia do Samba, e por aí vai”, conta Geo.
Bloco baianiza Carnaval de BH
Para o fundador do bloco, o Baianas Ozadas é o pioneiro do Carnaval de BH em tocar somente músicas baianas no repertório. “Pode falar que quem baianizou o Carnaval de Belo Horizonte fomos nós. O Baianas Ozadas é o bloco que baianizou o Carnaval de BH”.
O ato de abertura do cortejo do bloco Baianas Ozadas é marcado pela lavagem da escadaria da Igreja São José, na avenida Afonso Pena. O ato é uma alusão à lavagem da escadaria da Basílica do Senhor do Bonfim, em Salvador. Participam a ala infantil e a ala inclusiva do bloco, além de filhos de terreiros de candomblé.
O bloco costuma sair na segunda-feira de Carnaval, com concentração às 9h na avenida Afonso Pena, em frente à Igreja São José. Depois, o Baianas Ozadas segue em direção à Praça da Estação, onde fica até às 17h. No Carnaval de 2024, o bloco seguirá a mesma programação.
Ensaios do Baianas Ozadas
Os ensaios do Baianas Ozadas começaram no início de agosto com o treinamento da bateria. O público ainda pode acompanhar os ensaios, que são divulgados por meio do Instagram do bloco. Fique de olho!
Ousadia e popularidade
Há 10 anos no Carnaval de BH fazendo o encontro da baianidade com a mineiridade, o bloco Baianas Ozadas se destaca pela ousadia de trazer a musicalidade da Bahia para a capital mineira. Um dos maiores blocos da capital mineira, o bloco teve um público recorde de 500 mil foliões, em 2017.
Para além da pulverização do axé music em um público que estava sedento por tornar o Carnaval de BH um dos melhores do Brasil, o Baianas Ozadas também tem como marca a junção de um público diverso, que sai de várias regiões da Grande BH.
“O Baianas é um bloco popular de verdade, sem distinção, não tem uma bandeira única. Nossa questão é ser um bloco popular acolhedor de pessoas de qualquer origem social, de qualquer etnia e raça. A gente é um bloco que acolhe todo mundo”, garante Geo Ozado.
Anota aí:
Data: 12 de fevereiro
Endereço: Avenida Afonso Pena, em frente à Igreja São José – Centro
Horário: 9h