O Carnaval de BH vai muito além da folia e diversos blocos provam este argumento com ações voltadas ao meio ambiente e à sociedade de modo geral. É o caso do Bloco de Belô, que completa 10 anos no Carnaval da capital mineira e fará uma série de ações de sustentabilidade em compensação a emissões de carbono na festa.
Neste ano, o Bloco de Belô deve receber público 20% maior que em 2023, quando 300 mil pessoas se reuniram para o cortejo. Por tal motivo, o bloco muda de endereço após nove anos. A rua da Bahia saí de cena e dá espaço ao novo palco do bloco, a avenida Afonso Pena, perto do Palácio das Artes. O cortejo ocorre a partir das 15h.
Com uma estrutura maior para atender aos foliões em 2024, o grupo reforça o comportamento consciente junto ao público, o que já é um costume antigo.
“Procuramos conscientizar nossos foliões sobre a importância da reciclagem, além da redução e do desperdício de itens utilizados na ornamentação do trio elétrico e demais itens utilizados em um bloco de carnaval. Lonas viram bolsas para os próximos kits de abadás e também souvenirs como pochetes”, conta Rangel Fernandes, diretor do bloco e profissional com formação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Plantio de mudas de árvores
Além de conscientizar os foliões quanto ao comportamento mais sustentável, o Bloco de Belô também fará o plantio de 2,5 mil mudas de árvores nativas na Grande BH ao longo de 2024. O objetivo é fortalecer a biodiversidade local e contribuir para a absorção do gás carbônico gerado durante a folia.
O cálculo da pegada de carbono ajudou o grupo a definir a quantidade de mudas a serem plantadas. Ele levou em consideração diferentes elementos, como materiais usados, lixos recicláveis ou não, combustível usado pelo trio elétrico e caminhão de apoio. A estimativa do público também entrou nas contas.
“Assim soubemos o número exato de árvores que devemos considerar para compensar toda a emissão de carbono gerada, um total de 2.500 mudas. Acreditamos que o plantio dessas árvores, além de ser uma prática eficaz na absorção de dióxido de carbono (CO2), desempenha um papel fundamental na restauração ecológica. Algo positivo quando pensamos em educação ambiental”, pondera Fernandes.
Os locais em que as mudas serão plantadas devem ser selecionados cuidadosamente, com prioridade para áreas que tenham sido impactadas de forma negativa ao longo do tempo. O plantio ainda deve ser acompanhado por programas educativos, como conta Robson Abreu, diretor-presidente do Bloco de Belô.
“Temos a intenção de firmar parcerias com alguns programas, envolvendo tanto os fazedores do Carnaval, incluindo a equipe do Bloco de Belô, quanto a comunidade em geral, nossos fornecedores e também foliões. Assim todas as iniciativas sustentáveis poderão ser replicadas por todos. As ações visam aumentar a conscientização sobre a importância da preservação ambiental, incentivando a participação ativa na construção de um futuro mais sustentável em nossa sociedade”, diz.
“Que o ritmo contagiante desta grande festa, que é o Carnaval, seja a trilha sonora para uma transformação ambiental mais positiva e mais verde”, diz Abreu. “A ideia com tudo isto é celebrar a vida, a cultura e a natureza, inspirando mudanças significativas para um planeta mais sustentável”, completa Fernandes.
Anota aí:
Bloco de Belô
Onde? Avenida Afonso Pena, 1377, Centro, perto do Palácio das Artes
Quando? Sábado, 10 de fevereiro, a partir das 15h
