Melhores blocos LGBT+ do Carnaval de BH

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Blocos celebram a diversidade durante Carnaval de Belo Horizonte (Paulo Santos + Beatriz Kalil Othero/BHAZ)

O Carnaval de BH é bem diverso, plural, com blocos para todos os gostos e pessoas, sendo que alguns deles são mais direcionados ao público LGBT+. Com isso, o BHAZ preparou uma lista com os principais blocos para a comunidade.

Aqui, você encontra um pouco da história de cada um e informações sobre dias e horários dos cortejos. Em todos os blocos, a palavra de ordem é respeito. Os blocos LGBT+ têm ganhado espaço na folia belo-horizontina e atingido outros públicos.

Há o protagonismo do Garotas Solteiras, maior bloco da comunidade em BH, que arrastou mais de 300 mil foliões no último Carnaval. O Abalô-caxi levanta a bandeira da diversidade e dá voz às minorias. A presença LGBT+ na folia é algo bem político também. Confira os principais!

Garotas Solteiras

Alguns se enganam pelo nome, mas o Garotas Solteiras é o maior bloco LGBT+ do Carnaval de BH. Surgiu em dezembro de 2015, em uma reunião de amigos despretensiosa do curso de arquitetura. Após algumas semanas, o bloco saiu pela primeira vez, em uma segunda-feira de Carnaval.

Muito animado e sempre lotado, o bloco levou mais de 300 mil foliões às ruas de BH, em 2020, no último Carnaval antes da pandemia de Covid-19. No repertório, pop e funk, de divas nacionais e internacionais.

A música Single Ladies é a responsável pelo nome do bloco, que é a tradução livre da canção de Beyoncé. A diva, inclusive, foi a primeira homenageada do cortejo. Depois veio Britney Spears (2017), Pabllo Vittar (2018), Lady Gaga (2019), Elza Soares (2020) e Rihanna (2023).

O desfile acontece, tradicionalmente, durante a tarde da segunda-feira de Carnaval. Em 2024, o bloco não vai participar da folia de Belo Horizonte, a fim de estruturar uma melhor logística para desfilar na cidade. Isso porque, no ano passado, o Garotas Solteiras arrastou mais de 400 mil foliões.

Garotas Solteiras é um dos blocos mais populares de Belo Horizonte (Beatriz Kalil Othero/BHAZ)

Abalô-caxi

O bloco Abalô-caxi era conhecido como Alô, Abacaxi, quando foi criado, lá em 2017. O coletivo de experimentação e bloco de Carnaval tropicalista LGBT+ saiu pela primeira vez com o novo nome na folia de BH em 2023.

O desfile sempre ocorre na manhã de domingo de Carnaval, às 8h. Em 2024, o desfile será no dia 11 de fevereiro, na Avenida Amazonas, no Centro. O público aguardado é de 250 mil pessoas.

A ideia do bloco sempre foi dar voz às minorias, falando para os preconceituosos da sociedade sobre o “abacaxi” no Carnaval. Ao BHAZ, Cadu Passos, coordenador de Comunicação, relata que eles conquistaram o objetivo, e com o crescimento exponencial do bloco, a mudança de nome veio em setembro de 2020.

“Continuamos o mesmo, só que agora temos nosso espaço consolidado. O ‘alô’ era para chamar a atenção e, agora que a temos, vamos ‘abalar'”.

No repertório, muita Tropicália e MPB, que são os carros-chefes da folia. A bateria desfila imponente no chão, com aproximadamente 200 percursionistas acompanhando o bloco.

Multidão coloriu o bloco durante cortejo em 2023 (Paulo Santos/BHAZ)

Cortejo em 2024

Data: 11 de fevereiro
Endereço: Avenida Amazonas, 51 – Centro
Horário: 8h

Truck do Desejo

O Truck do Desejo foi criado em 2018, tendo feito seu primeiro desfile em 2019. Além de bloco, é também um coletivo de mulheres lésbicas, bissexuais, não-bináries e sapatrans de BH.

No primeiro ano de cortejo, levou 10 mil foliões às ruas. No segundo, o número saltou para 30 mil. Para 2024, a expectativa é de 70 mil pessoas na avenida Brasil. Tradicionalmente, o bloco sai na terça-feira de Carnaval.

Fernanda Polse, da equipe de coordenação, conta que, inicialmente, era “apenas” um bloco de Carnaval para mulheres lésbicas e bissexuais. Mas, rapidamente, o projeto ampliou e se tornou um coletivo que atua durante todo o ano.

“O Carnaval virou a cereja do bolo. A gente queria esse espaço seguro, de protagonismo da festa. Passamos de um bloco para plataforma. Desde o primeiro ano, quando começamos a estabelecer esse papo, teve muito debate”.

“Estamos falando de pessoas que têm outros campos de luta, pessoas que são racializadas, gordas, PCDs. Muitas questões atravessam esse campo de vivência”, completa.

São mais de 100 pessoas na bateria, e 50 na ala de dança. No repertório, músicas de mulheres compositoras, como Maria Bethânia, Cássia Eller, Gal Costa, Mart’nália, Adriana Calcanhoto, Ana Carolina, Marina Lima. Elas também tocam versões de clássicos do axé, da sofrência e do funk.

Desfile do Truck do Desejo em 2019 (Amanda Dias/BHAZ)

Cortejo em 2023

Data: 13 de fevereiro
Endereço: Avenida Brasil, bairro Santa Efigênia
Horário: concentração às 9h, cortejo às 10h

Lua de Crixtal

O bloco Lua de Crixtal começou a ser idealizado em 2017, com o desejo de duas mulheres de fazer uma homenagem à Xuxa, Rainha dos Baixinhos. Em 2018, o primeiro desfile para resgatar a criança dentro de todo mundo que acabou envelhecendo.

O “Circo X” é um núcleo que desenvolve intervenções para o cortejo. Eles oferecem oficinas que combinam malabarismo e música para preparar a bateria e tornar o ato de tocar seus instrumentos um verdadeiro show.

A palavra Cristal teve seu “S” trocado pelo “X” fazendo então uma referência ao famoso “Marquei um X” trazendo um caráter único para o nome do bloco.

Para agradar ao público LGBT+ no Carnaval de BH, o repertório são músicas da infância dos anos 80 e 90, além de Xuxa, Trem da Alegria, Turma do Balão Mágico e bandas que seguem o ritmo. A bateria é fechada, pela primeira vez, com aproximadamente 60 instrumentistas.

O cortejo 2024 sairá no dia 26 de fevereiro, com concentração às 10h. O bloco sai da rua Conselheiro Rocha, no bairro Santa Tereza.

Lua de Crixtal toca de Balão Mágico a Xuxa para atender público LGBT+ no Carnaval de BH
Lua de Crixtal leva colorido às ruas de BH (Paula Molina e Henrique Lima/Lua de Crixtal)

Cortejo em 2024

Data: 26 de fevereiro
Endereço: Rua Conselheiro Rocha, 1605 – Santa Tereza
Horário: 10h

@bsurda

A festa @bsurda é muito popular no meio LGBT+ em BH, desde 2009, e, com o sucesso, a festa virou bloco de Carnaval também. O @bsurda sairá no pré-Carnaval, no dia 4 de fevereiro de 2024. O repertório é pop nacional e internacional.

Um domingo antes do Carnaval, o bloco coloca um trio elétrico gigante debaixo do Viaduto Santa Tereza. O cortejo passará pela rua Aarão Reis, sentido Praça da Estação, percorrerá pela avenida Afonso Pena e terminará em frente à prefeitura. A concentração é às 13h30. O último cortejo contou com 50 mil foliões.

Ed Luiz Gomes, fundador do bloco, conta ao BHAZ que o desejo de criar o bloco foi tornar a festa acessível para todos. “É na rua, sem ingressos, algo para todo mundo aproveitar”, explica.

O bloco também tem grande importância no movimento LGBT+ da cidade. “Mostrar para as pessoas que cabe todo mundo, que tem espaço para todos, principalmente para os LGBTs não assumidos. Sempre ouvimos relatos de pessoas falando que é a primeira vez que saem na rua e podem ser como elas são. Um lugar que podem se sentir à vontade”, completa.

Após o desfile oficial, a festa @bsurda também estará no Mira, no Centro de Belo Horizonte, no sábado de Carnaval (10), às 21h. Os ingressos estão disponíveis neste link a partir de R$ 30.

Festa @bsurda aproveitou sucesso com público LGBT+ para criar bloco no Carnaval de BH
Multidão vista de cima do trio da @bsurda durante cortejo (Marcelo Batista/Divulgação)

Cortejo em 2024

Data: 4 fevereiro
Endereço: Viaduto Santa Tereza, Centro
Horário: 13h30

Edição: Pedro Rocha Franco
Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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