O conjunto de sintomas relatado por pessoas de todo o Brasil após o Carnaval ganhou um apelido: “Virose Macetando”, em referência ao hit carnavalesco de Ivete Sangalo. O nome surgiu nas redes sociais após muitos internautas alegarem sentir dores, febre e diarreia depois da folia.
Em conversa com o BHAZ, o infectologista Leandro Curi explica que, em período de festas, é normal que os casos de doenças aumentem. “Há muita aglomeração no Carnaval. Pessoas beijando, dividindo bebidas, então, é esperado que exista uma proliferação maior de vírus e bactérias”.
De acordo com Curi, a maioria das viroses apresenta sintomas iniciais muito característicos, como dor de cabeça, mal-estar, indisposição, falta de apetite, podendo ter ou não febre e diarreia. “Depois desse período inicial, é que o quadro clínico vai se diferenciado com sintomas específicos.”
O infectologista afirma que sintomas como dores nas articulações e a cefaleia retrorbitária (dor atrás dos olhos) podem diferenciar a dengue de outras viroses. Já em relação ao vírus da Covid-19, o médico destaca que, devido às vacinas, os sintomas estão bem mais brandos, como um resfriado.
A respeito das gastroenterites, Curi esclarece se tratar de uma inflamação no estômago e intestino, geralmente provocada por bactérias ou vírus, como o conhecido rotavírus. “Nesse caso, é esperado sintomas gastrointestinais, como vômito, falta de apetite e diarreia”, afirma.
Diagnóstico e cuidados
O infectologista destaca que o acompanhamento médico do quadro é essencial para o diagnóstico e tratamento correto da possível doença.
“É preciso destacar que, apesar de existirem especificações, alguns sintomas são comuns na maioria das viroses, por isso, é necessário um acompanhamento médico para fazer o diagnóstico e tratamento certo”, diz. Segundo o especialista, o que vai diferenciar as doenças é o agente e a forma de transmissão.
“O Covid-19, por exemplo, é uma patologia que se contrai de modo respiratório. Já a dengue e chikungunya são transmitidas pelo Aedes aegypti. E as gastroenterites também são transmitidas pelas gotículas respiratórias e ao dividir objetos, como uma garrafinha d’água”, explica o médico.
Diante disso, o infectologista salienta que as pessoas não devem se automedicar. “Na dengue, isso pode ser um complicador bem grande, existem remédios que não devem ser tomados. Na intenção de melhorar, a pessoa acaba piorando o quadro de saúde dela.”
“Sendo assim, a recomendação, principalmente durante o período em que os hospitais estão cheios, é repouso e muita hidratação. Caso os sintomas não melhorem, o ideal é procurar um especialista para que ele possa fazer o diagnóstico correto a partir de exames e te indicar o melhor tratamento”, conclui Curi.