“Eu entendo a juventude transviada”, cantarolava Luiz Melodia na famosa canção que virou sucesso da MPB, e serviu de inspiração para o nome do bloco carnavalesco Juventude Bronzeada, que agita a avenida dos Andradas na manhã desta terça-feira (13).
Figurinha carimbada no Carnaval de BH desde 2014, ano de sua formação, o Juve, como é carinhosamente chamado pela organização, faz questão de reafirmar seu papel na cena cultural e política da cidade. Para 2024, ano em que completa uma década de história, o coletivo trabalha a conscientização do público sem perder, é claro, o ritmo de folia.
Da banda ao bloco
O Juventude Bronzeada começou com o sonho de três amigos. Eles formaram uma banda, de mesmo nome, em 2011, para tocar sucessos do axé dos anos 2000. “A gente começou a tocar pela cidade e coincidiu com o momento de ressurgimento do Carnaval de BH. E aí, todo mundo que ia aos shows ficava incentivando a gente a montar um bloco a partir da banda”, conta Rodrigo Boi, regente e fundador do grupo.
Foi então que, depois de três anos da banda Juventude Bronzeada, o bloco carnavalesco tomou forma e saiu para desfilar no Carnaval de BH, em 2014. “A gente fez o primeiro cortejo na praça Lions, no Floresta, e foi super pequenininho”, relembra o primeiro desfile que contou com cerca de 500 pessoas.
Já no ano seguinte, o cenário foi diferente. “No primeiro ensaio que fizemos [naquele ano], explodiu de gente na Floriano Peixoto. Umas 5 mil pessoas no ensaio. Uma coisa que a gente nem imaginava”.
A partir daí, o bloco decolou e se tornou um dos mais conhecidos de BH. No Carnaval de 2020, os organizadores do coletivo estimam que cerca de 50 mil pessoas curtiram a folia ao som da bateria do Juventude Bronzeada, que, hoje, extrapola o axé e toca clássicos da MPB, marchinhas e outras músicas típicas de Carnaval.