O Memorial Clara Nunes, dedicado à obra da sambista mineira, pede socorro. Segundo página no Facebook do Instituto Clara Nunes, vinculada à irmã da cantora, Maria Gonçalves Silva, a Dindinha, o MCN precisa de reformas para voltar a receber visitantes. “Estamos implorando que depositem qualquer quantia na conta do Memorial Clara Nunes para que ele consiga fazer as obras necessárias e abrir para visitação.EM NOME DE CLARA NUNES,DINDINHA,E O SEU LEGADO,QUE ESTÁ ACONDICIONADO NESSE MEMORIAL,EM NOME DO AMOR DOS FÃS E AMIGOS,DEPOSITEM QUALQUER QUANTIA PARA QUE SE SOLUCIONE ESSE TRANSTORNO.Obrigado!”.
No próximo dia 12 de agosto, ela completaria 77 anos. Natural de Paraopeba, Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, conhecida como Clara Nunes, foi uma cantora brasileira, considerada uma das maiores intérpretes do país. Pesquisadora da música popular brasileira, de seus ritmos e de seu folclore, Clara também viajou várias vezes para a África, representando o Brasil. Conhecedora das danças e das tradições afro-brasileiras, ela se converteu à umbanda. Clara Nunes seria uma das cantoras que mais gravariam canções dos compositores da Portela, sua escola do coração. Também foi a primeira cantora brasileira a vender mais de 100 mil cópias, derrubando um tabu segundo o qual mulheres não vendiam discos.
A crise em torno das obras do Memorial Calara Nunes se arrasta há meses. Em maio, em resposta aos organizadores do Festival Cultural Clara Nunes, cuja 14ª edição está agendada entre os dias 5 e 18 deste mês, em Caetanópolis, local do memorial, a secretaria municipal de Cultura e Turismo, Marilene Araújo, afirmou que não há verba para manter o acervo. Segundo Araújo, todos os projetos na área foram cancelados, em função da queda da receita municipal.
“O que não estamos fazendo não é por falta de atenção, respeito ou reconhecimento, é exclusivamente por falta de verba”.
Entre as atrações do Festival Cultural Clara Nunes estão programados shows de 14 Bis, Sérgio Reis, Dona Jandira, Celso Moretti e Mamour Ba.