O filme “Aquarius”, do brasileiro Kleber Mendonça Filho, concorreu a dois prêmios no Festival de Cannes mas não conseguiu emplacar.
Estrelado pela veterana Sônia Braga, o longa-metragem foi desbancado pelo “I, Daniel Blake”, do diretor britânico Ken Loach, que levou a Palma de Ouro.
O festival realizado na cidade francesa Cannes terminou na noite deste domingo (22).
Para o prêmio de interpretação feminina, o júri escolheu a filipina Jaclyn Jose, pela atuação em “Ma Rose”, tirando as chances de Sônia Braga de levar a honraira.
Em seu perfil pessoal no Facebook, o cineasta Kleber Mendonça Filho comentou que o reconhecimento não depende da torcida da imprensa, nem dos apoiadores. “Os prêmios não são matemáticos; por mais que a imprensa, a crítica e cinéfilos defendam seu filmes amados.”, disse. Ele destacou ainda a projeção alcançada pelo filme, devido ao ato político que marcou a exibição em Cannes. “Fica uma experiência intensa de repercussão, discussão emotiva e política em torno do filme”, escreveu.
Na última terça-feira (17), o diretor e parte do elenco de “Aquarius” ergueram cartazes contrários ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
Brasileiros em Cannes
O Brasil não saiu de mãos abanando. “A Moça que Dançou com o Diabo” curta-metragem dirigido pelo brasileiro João Paulo Miranda recebeu menção honrosa do júri especializado na categoria. Já o documentário “Cinema Novo”, de Erick Rocha, levou o prêmio Olho de Ouro.
A última vez que o Brasil levou o maior prêmio do Festival de Cannes — a Palma de Ouro —, foi há 54 anos, com “O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte.