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Ronaldo Fenômeno driblou bem os zagueiros, agora quer driblar os cartolas e políticos, pela CBF

25/12/2024 às 10h30
O ex-atacante vai disputar o jogo mais complicado da vida dele ao enfrentar políticos e dirigentes de futebol. (Foto: Ronaldo/Divulgação)

O que ele tinha de craque nos gramados está demonstrando também nos negócios. Ficou rico jogando futebol e aumentou a fortuna com boa gestão do que ganhou e diversificação.

Como dono de clube só não ganhou dinheiro nos Estados Unidos, mas se deu bem no Cruzeiro e no Valladolid.

Agora quer a presidência da CBF, entidade que é uma mina de dinheiro. Podre de rica, poder esportivo e político incomensurável, mesmo sem ter um jogador contratado sequer. Manipula com maestria os clubes, maioria de pires na mão, porém de dirigentes espertos que fazem bem o jogo pessoal. Quando alcançam seus interesses inconfessáveis caem fora e deixam os pepinos, abacaxis e muitas dívidas para o sucessor, ou, agora no caso as SAFs, para o futuro comprador.

Mas Ronaldo põe essa turma toda no bolso e não duvidem que se eleja presidente da CBF. Ele sabe que esse jogo se decide na política, principalmente em Brasília. Amigo de longa data de Aécio Neves, o ex-governador de Minas já está em campanha com ele.

Possivelmente eles terão Fernando Sarney como aliado e cabo eleitoral. Também grande articulador, o filho do ex-presidente da república, José Sarney nunca presidiu nenhum clube ou federação, mas era vice-presidente e muito influente na CBF desde 1989, quando João Havelange pôs o genro. Ricardo Teixeira, na presidência da entidade.

Até hoje o estado do Mato Grosso do Sul reclama que perdeu a condição de sede da Copa de 2014 para o Mato Grosso, por causa da atuação do Fernando nos bastidores a favor de Cuiabá em detrimento a Campo Grande. Em termos turísticos, o pantanal da parte Sul era e é muito mais atraente que o outro, mas valeu a força política do vitorioso.

O atual presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, ex-presidente da Federação baiana, também é mestre na articulação e corajoso. Foi ele quem tirou Fernando Sarney da vice presidência da entidade e das cobiçadas cadeiras de representante brasileiro nos conselhos da FIFA e CONMEBOL.

Deu e tomou rasteiras nesse complicado xadrez, comprando, estrategicamente, brigas com os antigos padrinhos e aliados, Marco Polo Del Nero, Rogério Caboclo e Flávio Sveiter. Da noite pro dia caiu da presidência, assim com do dia pra noite retornou ao cargo.

Neste baralho todo, algumas forças dos bastidores têm sido pouco ou nada faladas pela imprensa, mas certamente já acionadas pelos principais concorrentes e cada uma de olho em seus interesses e para onde destinar seus movimentos e votos: o Palácio do Planalto; o ex-presidente Ricardo Teixeira e o ex-deputado Marcelo Aro, irmão do presidente da Federação Mineira de Futebol, Adriano Aro.

Ligado 100% ao Planalto, desde os dois primeiros mandatos de Lula, Alcino Reis Rocha, do PC do B, braço direito dos Ministros do Esporte indicados pelo partido. Nomeado secretário-geral da CBF pelo presidente Ednaldo Rodrigues. Muito ligado também ao ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanches, que pode surgir como nome novo nessa parada.

Engana-se quem dá Ricardo Teixeira como acabado. Ainda detém poder de influência em votos, e o mais importante, muita informação sobre todos os envolvidos.

E muita gente não sabe ou não se lembra que em 1989 João Havelange contou com a FMF para lançar e bancar a candidatura de Teixeira, usando a influência e capacidade de articulação do então presidente da entidade, Elmer Guilherme Ferreira, filho do Coronel José Guilherme, que mandava na FMF desde 1966.

Marcelo e Adriano Aro são sobrinhos do Elmer, netos do Coronel e puxaram o talento da articulação deles. Têm como principal e antigo parceiro nessas articulações o advogado Castellar Guimarães Neto, presidente da FMF de 2014 a 2018, vice-presidente da CBF de 2019 a 2022 e atualmente presidente do Tribunal do Futebol da FIFA.

Ednaldo Rodrigues é naturalmente candidato. Também deve entrar na disputa o presidente da Federação Paulista de Futebol desde 2015, Reinaldo Carneiro Bastos.

Esse jogo é bruto e imprevisível. Para ser candidato, Ronaldo e qualquer outro precisa ter a indicação de quatro clubes e quatro federações, o que parece ser fácil, mas na prática não é.

As eleições serão a partir de março de 2025, mas ainda sem data definida. Votam os presidentes das 27 federações com peso três, os 20 clubes da Série A, com peso dois, e os 20 da B, com peso um.

Chico Maia

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