A PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) afirmou, nesta sexta-feira (30), que faltam vacinas contra Covid-19 na cidade para a aplicação da segunda dose para os públicos de 67, 66, 65 e 64 anos. Seguindo a orientação do PNI (Plano Nacional de Imunização), a Secretaria Municipal de Saúde usou as doses da Coronavac enviadas pelo Ministério da Saúde para a aplicação das primeiras doses, e não guardou o que foi recebido para as segundas doses.
“Sendo assim, é imprescindível que novas remessas de vacinas sejam entregues pelo Ministério da Saúde. A Prefeitura reafirma a disponibilidade de pessoal e de todos os insumos necessários para a imediata continuidade do processo”, afirmou o Executivo municipal, em nota (leia na íntegra abaixo).
“Tão logo as vacinas sejam entregues, haverá continuidade da aplicação de segundas doses de CoronaVac. É importante esclarecer que a aplicação da segunda dose para além dos 28 dias não compromete a eficácia clínica da vacina”, completou a PBH.
A capital mineira está longe de ser a única cidade em que faltam imunizantes para continuar a vacinação contra a Covid-19: uma pesquisa divulgada hoje pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostra que 869 municípios brasileiros ficaram sem vacina para aplicação da segunda dose no prazo estipulado.
Já a oferta da primeira dose ao grupo prioritário ficou em falta para 673 cidades. A pesquisa ouviu 2.831 municípios de todos os estados entre os dias 26 e 29 de abril.
Faltam vacinas em Minas
De acordo com a pesquisa do CNM, 131 municípios de Minas Gerais relataram que, nesta semana, faltaram doses de vacinas contra a Covid-19 para a aplicação da primeira dose, o que corresponde a 22,5% dos 583 municípios que responderam a pergunta. Para a segunda dose, faltaram vacinas em 95 cidades mineiras, equivalente a 16,3% dos participantes.
As cidades de Betim e Itabira, na região metropolitana de BH, também tiveram que suspender a vacinação contra a Covid-19 com o imunizante Coronavac ainda hoje, por causa da falta de doses para as pessoas que precisam receber a segunda e última aplicação. A vacinação prossegue nestes lugares com a vacina da AstraZeneca.
Outro ponto de alerta do estudo é o risco de faltar medicamentos do chamado “kit intubação” nas cidades: questionadas se, nesta semana, há risco iminente de que os hospitais da região fiquem sem os insumos, 175 cidades mineiras – 30% das que responderam a pergunta – disseram que sim.
Além disso, 62 municípios alertaram sobre o risco de faltar oxigênio nos centros de saúde nesta semana, o que corresponde a 10,6% dos participantes do estudo. A pergunta a respeito da falta de medicamentos para o kit intubação vem sendo feita desde a primeira edição da pesquisa, realizada de 23 a 25 de março, quando 1.316 gestores locais afirmaram enfrentar esse risco.
A CNM destaca que, apesar da queda, a situação ainda é crítica diante dos impactos que pode trazer ao tratamento das pessoas em estado grave. Nesta semana, a falta de oxigênio pode atingir 223 municípios. Em março, esse número era 709.
Nota da PBH na íntegra
“A Prefeitura de Belo Horizonte informa que, seguindo a orientação do Plano Nacional de Imunização, a Secretaria Municipal de Saúde não guardou as segundas doses para os públicos de 67, 66, 65 e 64 anos. Sendo assim, é imprescindível que novas remessas de vacinas sejam entregues pelo Ministério da Saúde.
A Prefeitura reafirma a disponibilidade de pessoal e de todos os insumos necessários para a imediata continuidade do processo. Tão logo as vacinas sejam entregues, haverá continuidade da aplicação de segundas doses de CoronaVac.
É importante esclarecer que a aplicação da segunda dose para além dos 28 dias não compromete a eficácia clínica da vacina”.