O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez seu primeiro pronunciamento após as eleições deste domingo (30). O mandatário vinha mantendo o silêncio a respeito da derrota para Lula (PT), enquanto apoiadores bloqueiam rodovias em contestação ao resultado das urnas.
“Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são frutos de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser como os da esquerda que sempre prejudicaram a população”, disse o presidente no pronunciamento.
“A direita surgiu de verdade em nosso país, nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, Pátria, Família e Liberdade. Formamos várias lideranças pelo Brasil, nosso sonho segue mais vivo do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso, mesmo enfrentando todo o sistema superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra”, continuou ele.
“Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia, nem as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição. É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, religiosa, de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira”, finalizou ele.
Ministros acompanham pronunciamento de Bolsonaro
Ministros do governo federal também estão no Palácio da Alvorada na tarde desta terça-feira (1°), além de políticos aliados, como Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados.
O presidente também teria convidado os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) para uma conversa, mas eles recusaram até que ele se manifestasse.
Os ministros que acompanham Bolsonaro no pronunciamento são: Paulo Alvim (Ciência, Tecnologia e Inovações); Victor Godoy (Educação); Joaquim Leite (Meio Ambiente); Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública); Ronaldo Bento (Cidadania); Cristiane Britto (Mulher, Família e Direitos Humanos); Marcos Cordeiro (Agricultura, Pecuária e Abastecimento); Marcelo Queiroga (Saúde); Carlos França (Relações Exteriores); Daniel Ferreira (Desenvolvimento Regional); José Carlos Oliveira (Trabalho e Previdência); Marcelo Sampaio (Infraestrutura); Ciro Nogueira (Casa Civil); e Paulo Guedes (Economia).
Inconformado com derrota
De acordo com o blog da jornalista Andreia Sadi no g1, o presidente está inconformado ao perder pela primeira vez desde que disputou uma eleição para vereador, nos anos 1980.
Conforme aliados, Bolsonaro deixou isso claro nessa segunda-feira (1º), em reunião no Palácio da Alvorada com ministros e auxiliares. O objetivo do silêncio seria se manter por mais tempo como “presidente do caos”, inclusive ao não condenar os atos antidemocráticos que se espalham ao redor do país.
Ainda segundo a jornalista, ao ficar sabendo do resultado das eleições, o presidente procurou saber se a fiscalização de militares nas urnas havia encontrado algo. Informado de que não, ele foi dormir.
Estradas interditadas
Caminhoneiros em diversos estados se mobilizam contra a vitória de Lula desde a noite de domingo. Em Betim, na região metropolitana, a BR-381 foi interditada pelos manifestantes nos sentidos São Paulo e Belo Horizonte.
Nesta madrugada, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou que a PRF e as polícias militares desbloqueiem as rodovias brasileiras ocupadas ilegalmente.
Na decisão, Moraes citou “omissão e inércia” da Polícia Rodoviária Federal e determinou providências sob pena de multa de R$ 100 mil em caráter pessoal ao diretor-geral da PRF a contar de meia-noite de hoje. A decisão também prevê afastamento de suas funções e até prisão em flagrante por crime de desobediência.
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