Embates entre Ciro Gomes (PDT) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se destacaram durante o segundo bloco do debate realizado neste domingo (28). Em determinado momento, o petista disse que acredita que o adversário neste pleito ainda vai pedir desculpa por dizer inverdades a seu respeito.
O diálogo entre os dois teve início em uma pergunta feita pela jornalista Patrícia Campos Melo, da Folha de S. Paulo. Ela questionou como Lula pretende articular um apoio de Ciro caso avance para o segundo turno das eleições.
O ex-presidente argumentou que já conseguiu uma aliança com 10 partidos e pretende trabalhar para contar com o PDT em seu eventual governo. “Sempre digo que existem três pessoas no Brasil que eu trato com deferência: Mário Covas, Requião e Ciro Gomes. De vez em quando, eles podem até falar mal de mim que eu não levo em conta, porque eu sei que têm um coração mais mole do que a língua”, disse Lula.
Em seguida, o ex-presidente alfinetou Ciro ao dizer que espera que ele não vá para Paris no segundo turno destas eleições. Em 2018, Gomes foi para França após dizer que votaria em Fernando Haddad (PT), com um “apoio crítico”.
Ciro diz que Lula se corrompeu
Em resposta a Lula, Ciro disse que Bolsonaro é uma resposta às contradições econômicas e morais dos governos petistas. Ainda chamou o ex-presidente de “encantador de serpentes”.
“Eu vou fazer o debate sobre a média de crescimento econômico no período do PT, é medíocre, é igualzinha do Fernando Henrique Cardoso. O desemprego que está aí, de 10, o Bolsonaro recebeu com 12 do PT. A razão do meu distanciamento é que, infelizmente, o Lula se deixou corromper mesmo. Ele está com Geddel Vieira Lima, com Renan Calheiros, está com Eunício Oliveira, Pesquisem quem são essas pessoas”, disparou Ciro.
Lula espera pedido de desculpas
Em seguida, Lula afirmou que ainda espera conversar com Ciro e espera que ele lhe peça desculpas.
“Você sabe que você está dizendo inverdades a meu respeito. Quando o Ciro tenta jogar a responsabilidade da eleição do cidadão na minhas costas, eu queria dizer que eu não fui para Paris. Eu não sai do Brasil para não votar no Haddad”, cravou o ex-presidente.