A deputada federal eleita, Marina Silva (Rede), foi xingada e hostilizada por bolsonaristas na pizzaria Olegário em um hotel na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Presente na cidade para participação em atos da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a ex-senadora passou a madrugada numa delegacia para registrar boletim de ocorrência contra os autores dos xingamentos.
Os xingamentos foram proferidos após encerramento de reunião com integrantes do partido Rede quando a apoiadora de Lula deixava a pizzaria para subir para o quarto onde está hospedada. “Decidi fazer o registro pra não ser conivente com nenhum tipo de violência política. Gritar Bolsonaro, Bolsonaro até aí é do jogo democrático, mas me chamar de vagabunda é violência política de gênero”, disse ao BHAZ Marina. Além de vagabunda, ela ainda foi chamada de ‘traidora’.
Marina postou sobre o episódio na sua conta no twitter na manhã deste sábado, pouco antes de participar de ato com evangélicos e petistas no mesmo hotel. “Após jantar com dirigentes da Rede no restaurante do hotel Radisson Blue, fui xingada por simpatizantes de Bolsonaro. É a velha tentativa grotesca de coagir a ação política das mulheres. É a violência política de gênero se espalhando pelo país em tempos bolsonaristas”, escreveu a ex-ministra, visivelmente abatida e cansada após a noite de pouco sono, que retornou ao hotel às 5h.
“De maneira alguma podemos ficar submissos a esses ataques”, comentou Gilberto Carvalho, chefe de gabinete da Presidência nos governos Lula, sobre o fato de Marina Silva ter sido xingada. O ex-presidente não esteve no encontro com lideranças porque discutia estratégias eleitorais para a reta final da campanha.
Ao lado de Simone Tebet, Marina ressaltou o movimento de união de diferentes políticos entorno da campanha de Lula. “A gente conhece a árvore pelo fruto pela árvore que ela dá, e o fruto mais importante de Jesus é o amor. Uma mulher preta e mulher branca, juntas pelo mesmo movimento. Uma do Centro-Oeste e outra da Amazônia, juntas no mesmo movimento. Uma católica e uma evangélica, juntas no mesmo movimento”, disse Marina, ressaltando as diferenças também. “Quem disse que pra caminhar junto precisa caminhar com o todo. Isso não acontece nem em casa, nem na igreja”.
Três candidatos à Presidência da República acompanham Lula em ato em Belo Horizonte e Ribeirão das Neves neste sábado. Além de Marina, Leonardo Péricles (UP) e Simone Tebet (MDB) estarão com o petista na caminhada por Venda Nova e região. As duas candidatas estiveram com Lula em atos pelo interior de Minas Gerais.
O ato está previsto para começar às 11h, e encerra essa passagem da campanha de Lula por Minas Gerais. Nessa sexta-feira, a caravana passou por Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, e Juiz de Fora, na Zona da Mata.
Michele Bolsonaro em BH
A primeira-dama Michele Bolsonaro estará em Belo Horizonte neste sábado em ato de campanha pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Ao lado dos senadores eleitos Damares Alves e Cleitinho, ela faz um comício na praça Geralda da Mata Pimentel, na Pampulha. De lá, sairá uma motociata rumo ao zoológico de BH.