Em entrevista ao BHAZ, nesta terça-feira (27), a candidata ao Governo de Minas Renata Regina (PCB) disse que para driblar a rejeição ao comunismo, diante de discursos antagônicos na política, é preciso esclarecer a população sobre o que é, de fato, a ideologia. Segundo ela, é necessário “quase um letramento por assim dizer”.
“Tem havido um processo de despolitização mesmo, setores da direita, e infelizmente até alguns da própria esquerda, têm uma atuação com outra linha, outros argumentos, mas também de caráter anticomunista por incrível que pareça”, contextualiza a candidata. “Eu até brinco que aquela história de ‘ninguém solta a mão de ninguém’, lá depois da eleição de 2018, na prática nunca houve, a mão do comunista sempre foi a mais facilmente soltada”, disse.
Renata lembra que o PCB completou neste ano seu centenário e que, desde então, os integrantes precisam combater desinformação e o anticomunismo. “A fundação do partido foi lá em 1922 e ao longo de todos esses 100 anos nós enfrentamos esse anticomunismo aqui no nosso país. Em momentos mais intensos, nos colocando na ilegalidade e perseguindo politicamente o partido”, conta.
“A gente teve um terço do nosso comitê central desaparecido, torturado e assassinado pela ditadura empresarial militar aqui nesse país. Então, a gente já tem alguma trajetória de estar combatendo essa desinformação, e esse anticomunismo, isso para gente não é necessariamente algo novo”, pondera.
‘Combate ao anticomunismo não é novo’, diz Renata Regina
“Nesses termos de colocarem até liberais, assumidamente liberais, como comunistas realmente é algo mais recente no cenário político nacional. E só evidência a necessidade e a importância de estarmos apresentando nossas candidaturas, seja para a Presidência da República, e aos governos dos estados também. Para estar conseguindo avançar nesse processo de esclarecimento da população, quase um letramento por assim dizer”, diz.
“Primeiro porque cria-se uma ideia de que o comunismo é algo muito negativo, e que por isso precisa ser, necessariamente, combatido. Colocando inclusive características que definitivamente não tem nada a ver com comunismo”, continua. ‘No comunismo todo mundo vai passar fome, ninguém vai ter liberdade'”, exemplifica.
“Então, apresentando nossas candidaturas, a gente consegue, além de dar um rosto para essa perspectiva ideológica, de falar ó: ‘essa sou eu, Renata Regina, trabalhadora, uma comunista, tenho uma filha de 9 anos’. Faço questão de ressaltar porque, até hoje, tem gente que propaga que comunista come criancinha. Ou seja, eles vão pegando coisas desde antes da Guerra Fria para trazer para a atualidade”, explica.
Para Renata, o comunismo defende interesses da ampla maioria da população. “É preciso dizer que o comunismo não se trata de uma crença, igual muitas pessoas tentam colocar, como se fosse coisa relacionada a uma seita”, diz. “A gente apresenta o comunismo como uma necessidade para a humanidade, a proposta mais generosa que a humanidade já produziu”, defende ela.