Tapão na mesa, troca de nome e leque de arco-íris: Veja o resumo do debate na Globo Minas

Debate da Globo
Evento foi marcado por críticas ao governo de Romeu Zema (Reprodução/TV Globo)

A Globo promoveu, na noite desta terça-feira (27), o último debate entre candidatos ao Governo de Minas antes do primeiro turno das eleições. O evento foi marcado por críticas ao governo de Romeu Zema (Novo) por parte de todos os outros candidatos participantes.

Além do atual governador, marcaram presença no debate Alexandre Kalil (PSD), Carlos Viana (PL), Lorene Figueiredo (PSOL) e Marcus Pestana (PSDB). Conforme a lei eleitoral, a emissora convidou os candidatos de partidos com representação no Congresso de, no mínimo, cinco parlamentares, e sem impedimento na Justiça eleitoral ou comum.

Confira alguns dos momentos do debate que mais repercutiram nas redes.

Zema dá tapão na mesa

O governador protestou contra as críticas à sua gestão. “Eu queria comentar aqui que parece que está tendo muito direcionamento para o meu governo, né!? Muitas acusações”, avaliou. Zema voltou a citar a gestão de Pimentel no estado e falou sobre o vice da chapa de Kalil, André Quintão, do PT.

“É muita hipocrisia. Vocês concordam? Eu voltei a pagar o piso mineiro de assistência social. Os prefeitos hoje recebem e esse valor serve para dar cesta básica, serve para pagar o aluguel social, serve para poder pagar um auxílio funeral. Então fazer discurso social, ficar com essa cara ‘Eu amo’, é muito fácil gente! Agora com a mão no bolso, ralar e trabalhar…”, disse, dando um tapa na mesa.

“Aí é outra história. Esse pessoal aqui está muito bom de discurso. Só acusando meu governo. Vocês estão vendo? Agora pagar os prefeitos… quantos prefeitos estão apoiando esse pessoal do PT-Pimentel? Quase nenhum. Estão me apoiando porque sabem, eles sofreram”, completou Zema.

Troca de nome e risada

Ainda ao comentar sobre as críticas ao governo, Romeu Zema errou o nome de Lorene Figueiredo, chamando-a de Edilene. “O governo PT-Pimentel, que o candidato Kalil e a Edilene [em referência a Lorene Figueredo] apoiam, durante a gestão deles…”, começou.

O governador interrompeu a fala quando a candidata do PSOL riu da confusão. Zema, no entanto, não se corrigiu e ainda disse que o assunto não era “motivo de risada de forma alguma”.

Ao fazer uma pergunta no terceiro bloco, Lorene Figueiredo mandou um recado ao mandatário: “Romeu da Zema, meu nome é Lorene. Grava esse nome. E eu não sou do social, eu sou socialista, eu sou feminista e sou antifascista. Luto pelo direito de todas as minorias políticas”.

Mais tarde, o governador pediu desculpas. “Quero me desculpar pela troca do seu nome, nós já estamos em um horário bem avançado, e para quem trabalhou o dia inteiro, geralmente, a memória fica um pouco prejudicada. Então ficam aqui as minhas considerações de desculpas”, disse.

‘Aqui não é FIEMG’

Alexandre Kalil rechaçou o tapa na mesa de Romeu Zema e disparou: “Tapa na mesa aqui não. Aqui não é FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), não está rodeado nem de puxa-saco e nem de bilionário. São quatro candidatos que merecem respeito”.

O candidato do PSD afirmou que o meio ambiente é “uma das maiores carências” do governo Zema e continuou: “essa valentia toda eu queria que tivesse com minerador, eu queria que tivesse no cuidado da Serra do Curral. Essa valentia de gritar e bater na mesa aqui não vai adiantar, mas se tivesse a valentia para combater minerador tomando conta de minerador, esse estado ia melhorar”.

Em outro momento, Zema rebateu Kalil: “ele falou aqui que eu bati a mão na mesa, agora outro dia ele foi dar uma entrevista no interior e queria jogar o repórter pela janela. Olha só se fazendo aqui de mansinho, de bonitinho, vindo com essa fala mansa. Candidato Kalil, o que o senhor acabou com tudo que herdou e vive como milionário. O que eu herdei, eu multipliquei e vivo com simplicidade”.

Leque de arco-íris

Viana foi escolhido para formular uma perguntas sobre diversidade. Começou falando sobre a necessidade de termos uma sociedade que saiba conversar e respeitar as diferenças, das questões religiosas e de opções sexuais. E questionou quais políticas Lorene Figueredo teria para ampliar essa temática em Minas Gerais.

Lorene disse que o PSOL tem a maior bancada em termos de diversidade. Em seguida, afirmou que as casas legislativas atuais são extremamente conservadoras e se omitem em relação a essas políticas.

Viana respondeu que é conservador e é evangélico, porém disse respeitar a todos. “O primeiro passo na questão da diversidade, a meu ver, é a competência. Não interessa se a pessoa é branca, negra, se ela é amarela, se ela tem uma opção sexual diferente. O mais importante é nós termos condição de entender se ela vai executar um bom trabalho e ser respeitada na opção dela. Não adianta a gente querer fazer separações em uma sociedade”, afirmou o candidato.

Em seguida, ele disse ainda se preocupar com essas discussões em escolas públicas, pois é necessário se preocupar inicialmente com a qualidade no processo de formação dos alunos.

Em resposta a Viana, Lorene sacou um leque de arco-íris e abriu com um barulho. “O Viana levou para o coração gente… não pode levar, Viana. Não pode. É porque você não é professor, você é radialista. A gente precisa discutir sim na escola, porque a gente precisa educar as pessoas para respeitar umas às outras. Porque não é opção sexual, é orientação, a pessoa nasce assim. Só a cultura expulsa o demônio da ignorância, do racismo, da LGBTfobia, do machismo das pessoas”, concluiu a candidata.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

Maira Monteiro[email protected]

Diretora-executiva do BHAZ desde junho de 2018. Jornalista graduada pela PUC Minas, acumula mais de 15 anos de experiência em redações de veículos de imprensa, como Record TV e jornal Hoje em Dia, e em agências de comunicação com atuação em marketing digital, como na BCW Brasil.

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