Goleiro Bruno alega calote e deixa clube mineiro após um jogo; time cearense faz proposta

Poços de Caldas FC/Facebook/Reprodução

O goleiro Bruno Fernandes, condenado pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samúdio, teve seu contrato com o Poços de Caldas FC rescindido na segunda-feira (28) depois de jogar apenas uma partida pelo clube. Na quarta-feira (30), o Barbalha, time cearense, fez um acordo verbal com o goleiro e espera confirmação da justiça para concretizar a contratação.

O presidente do Barbalha, Lúcio Barão, confirmou em contato com o Globo Esporte que já enviou pré-contrato para o jogador e aguarda a decisão do juiz quanto à liberação para morar no Ceará. O time disputará em 2020 a Copa do Brasil e a primeira divisão do Campeonato Cearense.

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Condenado a 20 anos e 9 meses pelo crime, Bruno cumpre regime semiaberto domiciliar desde julho deste ano na cidade de Varginha, no sul de Minas. Para jogar em Poços de Caldas, ele tinha que apresentar um pedido à Justiça a cada vez, para viajar.

Nas redes sociais, o Barbalha já tinha demonstrado interesse no goleiro ao fazer uma enquete perguntando a opinião dos torcedores sobre uma possível contratação do jogador. O resultado de mais de 15 mil votos foi de 58% de aprovação.

Passagem rápida

O Poços de Caldas, time da cidade do sul de Minas de mesmo nome, havia anunciado a contratação do jogador em agosto, mas sua primeira e única partida só ocorreu no dia 5 de outubro. O contrato foi rescindido em comum acordo.

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De acordo com a advogada do goleiro, Mariana Migliorini, os salários de Bruno estavam atrasados e o clube não tinha estrutura para manter nenhum jogador. “A diretoria se desfez, só tem o presidente, não tem técnico, não tem liquidez, capital de giro”, contou ao BHAZ.

Apesar de ter sido anunciado pelo time em agosto, sua estreia em campo demorou porque Bruno precisou de uma liberação da Justiça para jogar. Na partida contra o time mineiro Independente de Juruaia, o goleiro jogou por 45 minutos, depois de passar o primeiro tempo no banco de reservas. De acordo com uma postagem do clube no Facebook, os torcedores do Poços de Caldas fizeram festa para receber Bruno no time.

Mariana Migliorini não poupou críticas ao clube, alegando falta de organização e de compromisso com os atletas. Segundo ela, os jogadores estavam em condições subumanas e o presidente, Paulo César da Silva, não tinha capacidade ou dinheiro para manter um time funcionando.

O BHAZ tentou entrar em contato com Paulo César, mas não obteve resposta. O antigo responsável pela assessoria de imprensa do clube, ao ser contatado, confirmou a afirmação da advogada de Bruno, dizendo que só resta o presidente na administração do Poços.

O caso Eliza Samúdio

Em setembro de 2010, Bruno Fernandes foi preso, suspeito de envolvimento no sumiço da modelo Eliza Samúdio, com quem mantinha uma relação íntima. Em 2013, ele foi condenado a 20 anos e 9 meses de prisão pelo homicídio triplamente qualificado e ocultação do cadáver de Eliza e pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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