CURA 2021: Pintura na Praça Raul Soares encanta moradores com beleza e grandiosidade

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Pintura indígena foi finalizada ao redor da Praça Raul Soares (Reprodução/@cura.art/Instagram)

A pintura no chão ao redor da Praça Raul Soares, e que tem encantado os belo-horizontinos, está finalmente pronta. A obra, intitulada “Anaconda”, faz parte da 6ª edição do CURA (Circuito Urbano de Arte), e foi finalizada nesta quinta-feira (4). A idealização e grande parte da execução dos traçados e cores ficaram por conta dos artistas indígenas peruanos Sadith Silvano e Ronin Koshi, do povo Shipibo.

O conceito por trás de Anaconda é celebrar e homenagear a cobra que é “mãe das águas e do rio Amazonas”, que passa por baixo da praça. A pintura-ritual teve início na última sexta-feira (29), tendo sido feita ininterruptamente, 24 horas por dia, em um esquema de revezamento de equipes.

“A maior obra Shipibo do mundo está entre nós, em Belo Horizonte, a casa do CURA, território gigante em significado e história”, disse o circuito de arte.

Guardiã das águas e da praça

No texto de anúncio da finalização da obra, publicado nas redes sociais, o CURA explicou: “A grande guardiã das águas agora também guarda nossa praça, nosso novo espaço de imersão em arte pública e sibila para o mundo uma verdade nada silenciosa: ‘a gente sempre esteve aqui’. Essa reflexão sobre território, povos originários e diversidade é o sul que guia o CURA nesta edição”.

Os moradores e visitantes têm gostado bastante da obra, e muitos compartilharam nas redes sociais registros da pintura ficando pronta. “Ficou doido demaisss”, comentou um internauta sobre o resultado da Anaconda. “Top demaisssssssss”, elogiou uma outra pessoa.

Ritual de rebatismo

Nessa terça-feira (2), a Praça Raul Soares recebeu uma outra intervenção do CURA: um ritual de rebatismo do local como “Praça Patu-Anu”. Os povos indígenas Huni Kuin, Shipibo, Marajó, Pataxó, Kambiwá, Quechua, Aymara e Aranã se juntaram para cantar canções de cura originários de seus povos.

O terreno da praça recebeu cores naturais dos frutos jenipapo, urucum e livre de agrotóxicos. “Evocamos a força de todos os povos, da ancestralidade e do alimento que cura e que é sagrado”, afirmou o Circuito de Arte Urbana.

“A Praça Patu-Anu é uma tomada artística, simbólica e histórica da união de todos os povos, pela luta da cultura indígena de saberes e sabores, dos conhecimentos das plantas medicinais e do espirito”, disse o CURA. Veja cenas do ritual e as cores que a praça recebeu:

CURA 2021

A 6ª edição do CURA teve como tema principal os saberes ancestrais, e eles foram refletidos tanto na Praça Raul Soares quanto nas pinturas das empenas dos edifícios Paula Ferreira e Levy. No primeiro, o grafiteiro Ed-Mun pintou uma obra de caligrafia em 3D, trazendo anarmofismo e cores que lembram o barro.

Já o edifício Levy ficou por conta de Kassia Rare Karaja Hunikuin e outros pintores do coletivo de artistas indígenas Mahku, originário do Acre. O coletivo de arte trabalha a cura pintando através de cantos xamânicos, e transformaram a empena da construção em um colorido cheio de referências da floresta.

Edição: Vitor Fernandes
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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