O DJ e produtor cultural Paco Pigalle está de volta no pedaço. Depois de passar uma temporada pela Europa e Norte da África, o francês retorna a Belo Horizonte, e já tem data marcada para celebrar. No próximo dia 31, o Underground Black Pub receberá François Meslouhi, o querido Paco, em noite de boas-vindas e músicas.
Em dezembro do ano passado, Paco anunciou que se despediria da farra mineira por um tempo. “Desde 2014 a equipe do Paco Pigalle Bar já pensava em fazer uma pausa. Então a pandemia (de Covid-19) veio e fechou tudo. Quando voltou, não era a mesma coisa. Eu já estou com 60 anos, há 42 anos na pista, não consigo acompanhar a noite como fazia quando tinha 20”, revela Paco, com seu sotaque distinguível.
Não demorou muito para a saudade por BH bater no peito, então Paco preparou uma festa de reencontro, ainda no começo de 2024. A coisa deu tão certo que ganhou outra edição, e outra, e mais uma, agora, em agosto. “Espero que seja uma festa de gerações. Sempre acontece de alguém das antigas aparecer com os filhos já crescidos e me cumprimentar”, comenta. Os ingressos para a “La Fiesta” do DJ já estão disponíveis para compra no Sympla.
História
Francês nascido em Casablanca, no Marrocos, e criado entre Paris e Málaga, na Espanha, Paco Pigalle chegou ao Brasil em 1986. Após temporadas no Rio e em Porto Seguro, em 1989, escolheu BH para lançar um programa de rádio, “Nômade”, e montar o seu primeiro espaço, o Paco Pigalle Bar.
Rapidamente o produtor conquistou a atenção e o carinho do público mineiro, além de promover a diversidade cultural na cidade. Segundo ele, sua ideia inicial era achar para o pop francês, a salsa, o rock oriental, o gipsy groove, entre outros ritmos dissidentes, um espaço. Ou seja, acondicionar e divulgar esses gêneros num país que por si mesmo tem por tradição de pluralidade.
Paco encontrou esse ambiente em BH, fazendo da capital mineira sua residência durante 35 anos. Neste período, comandou programas nas rádios Geraes FM, Savassi FM, Guarani, Oi FM, e movimentou as noites belo-horizontinas com repertórios dos quatro cantos do planeta. Desde 2000, Paco Pigalle leva também um som brasileiro para festivais na França, Espanha, Marrocos, Vietnã, Bolívia, Chile e Peru.
Perguntado sobre a possibilidade de reabrir o tradicional Paco Pigalle Bar, o francês evita cravar. “Eu não consigo mais tomar duas decisões ao mesmo tempo. A noite é muito incerta, e a gente precisa de estabilidade em algum momento”, pontua Paco. “Mas uma coisa é certa: meu CEP não muda. Sou mineiro há 35 anos. Ainda que a casa não funcione por aqui, vou sempre estar pela área”, conclui.