O Governo de Minas Gerais lançou nesta quarta-feira (18) o projeto Caminhos do Rosário, uma iniciativa para fomentar e valorizar a cultura do Congado e do Reinado em todo o estado. O anúncio ocorreu um dia após o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconhecer os saberes e práticas do Reinado e das Congadas em devoção a Nossa Senhora do Rosário como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
O projeto Caminhos do Rosário propõe, em termos práticos, a criação e divulgação de um circuito com o maior território festivo de Congadas e festas do Rosário do Brasil. Ele oferecerá um calendário oficial dessas celebrações em Minas, o mapeamento das comunidades e territórios envolvidos, a criação de roteiros de turismo da fé integrados, a disponibilização de conteúdo educativo sobre a história e cultura afrodescendente de programas de capacitação e promoção. Uma plataforma online, dentro do portal minasgerais.com.br, vai catalogar os grupos e festas mineiras. Os representantes dos grupos interessados em participar devem fazer cadastro no site.
Para além do mapeamento, o governo visa fomentar o financiamento da cultura popular, conforme explica o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira.
“Nós estamos pagando nesta semana e nos últimos seis meses para a cultura popular e tradicional, em especial as Congadas, R$ 52 milhões. No próximo mês, nós vamos abrir novamente, o Prêmio Rainha Conga de Minas Gerais e abrimos o edital, da Afrimineiridade, para os grupos fortalecerem as suas ações”, comentou o chefe da pasta.
Segundo Oliveira, novos editais devem começar a serem abertos em 30 dias. Com eles, a Secult planeja reconhecer o trabalho cultural e social desenvolvido pela comunidade e ajudar os grupos de congados a se manterem.








Relevância
A relevância do projeto se ancora na profunda presença e significado da cultura do Rosário em Minas Gerais. Segundo o Iphan, estado abriga 701 festas mapeadas em 332 dos 853 municípios mineiros, com mais de 1.170 grupos ativos de congadeiros, moçambiqueiros, catopês e tamborzeiros, realizando mais de 1.100 celebrações anuais.
A rica tradição afro-mineira, já reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas em 2024, passa a integrar formalmente a política de turismo da fé do estado. Segundo o Governo Estadual, o segmento movimenta anualmente R$ 5,5 bilhões em Minas Gerais, e a inclusão das festas do Rosário busca ampliar ainda mais o impacto, gerando visibilidade, pertencimento e desenvolvimento para as comunidades tradicionais.
O projeto integra o programa “Afromineiridades”, lançado em 2022, e reforça a ligação entre as pautas de cultura e turismo.
Tainah Silva Leite, superintendente substituta do Iphan, ressaltou que o reconhecimento dos saberes como Patrimônio Cultural Imaterial nacional tem grande influência da cultura mineira.
“Foi um processo longo, que começou em 2008 a partir de comunidades do triângulo mineiro. Ao longo dos anos o, Iphan foi construindo o processo de pesquisa, sempre em diálogo com as comunidades”, comentou.
Veja o vídeo do lançamento:
Patrimônio Cultural do Brasil, festas do Rosário e Congados viram circuito turístico em MG
— BHAZ (@portal_bhaz) June 18, 2025
📹: Pablo Nascimento/BHAZ pic.twitter.com/pKXJ5CSyMR