Dois EPs, inúmeros singles e uma estreia como ator no novo filme Turma da Mônica Jovem com apenas 21 anos. Esse é o currículo do cantor e ator belo-horizontino Lucas Pretti. O artista contou ao BHAZ tudo sobre sua carreira musical e sobre seu personagem no longa-metragem.
Cabelo despretensioso, personalidade leve e riso fácil, fica nítido, durante a entrevista, que Lucas Pretti tem carisma de sobra para passear pela arte da performance. Despretensiosa também foi a maneira como ele iniciou a trajetória na música.
Ao lado de um primo que toca violão, Lucas deu uma palhinha para a tia, que o incentivou a cantar no aniversário de uma outra parente, como forma de surpresa. “Eu topei e falei, ‘gente, eu não vou fazer feio’. Então comecei a fazer aula de canto na Escola Música Essencial”.
“Eu fiz aula com o Márcio Gomes, que é um fofo, e ele super me ajudou, era minha parte preferida da semana. Só que nunca foi planejado fazer nada de carreira. Porém, depois de uns anos, ele me falou que o filho dele era produtor e perguntou se eu já tinha escrito alguma música”.
Com esse pontapé, Pretti gravou sua primeira música junto com Márcio Junio Gomes, o filho de seu professor de canto, no estúdio Sonastério, em Nova Lima. A canção número 1 da carreira do artista ganhou o nome de “Fica Comigo”, e foi lançada em 2019.
Para Lucas Pretti, esse foi o marco de sua trajetória como cantor. “Ela acompanhou todas as outras coisas. A primeira música gerou a primeira entrevista, que gerou o primeiro clipe, e o primeiro show… Então todos esses ‘primeiros’ foram as coisas que me fizeram perceber que era isso o que eu ia fazer”.
De lá para cá, Lucas fez alguns shows, abriu para alguns artistas, como a banda Lagum e Vitão, gravou músicas em São Paulo, no Rio de Janeiro e até em Miami. Como trabalho autoral, o artista lançou dois EPs, “Roda” (2020) e “Chora Por Mim” (2022), além de singles.
“Nunca fiz um álbum, mas já fiz um projeto chamado ‘Sky Sessions’, que começou no meu jardim e aí depois eu fiz em São Paulo num heliponto com um monte de amigo meu da música. Já fiz um pouquinho de tudo”, conta.
Promessa do pop BR
Lucas Pretti define seu estilo musical como pop, e, pela sonoridade do artista, dá para ver que ele promete conquistar um público que curte Jão, João Figueiredo e Carol Biazin. “Geralmente componho sobre coisas que eu vivi, tenho muita dificuldade de escrever sobre coisas abstratas”.
As referências de Lucas partem de vários lugares, segundo ele conta. “Acho que eu tenho muita referência de bossa–nova. Gosto muito de Daniel Caesar, Frank Ocean, do Brasil eu adoro a Marina Sena, acho ela o máximo! Ouvia muito Lagum também. Eu já tive muito de tudo”.
“Acho que meu estilo musical é bem honesto, ele tem uma pitada de humor, um humor meio quando você se dá mal e aí você fala, ‘ah quer saber? Eu vou rir de mim mesmo’. Eu não gosto muito de levar as coisas tão a sério, e acho que, apesar disso, são músicas bem alto-astral”.
De Beagá para Essepê
A grande São Paulo entrou na vida de Pretti a partir de 2021, por causa da carreira. O artista conta que tinha de viajar várias vezes para a capital paulista por causa da gravação do EP, de clipes e reuniões, e ficar de “lá para cá já” tornou-se inviável.
Em relação a estrutura que Belo Horizonte oferece para a construção de uma carreira, Lucas Pretti acha que a questão da visibilidade é mais difícil por aqui. “Depois que eu mudei para São Paulo, eu comecei a permear círculos sociais onde tinham mais pessoas novas para conhecer”.
Segundo ele, sua mudança da capital mineira foi por sentir que “não tinha muito para onde crescer”.
“Eu acho que BH tem profissionais mega competentes, às vezes até mais do que em SP, porque em BH tem muito a coisa do ajudar. Então eu já gravei muito clipe e muita música em BH que as pessoas queriam fazer parte. Eu acho muito mais humano o jeito que as pessoas trabalham aí”, acrescenta.
Carreira de ator
O sonho de ser ator veio antes na vida de Lucas Pretti, ainda na infância. “Eu sempre amei, sou apaixonado por filmes, por história, acho que sempre quis poder ser outras pessoas”, diz o artista. Com esse objetivo em mente, o jovem fez vários cursos e entrou em uma escola de artes.
Em 2021, Lucas decidiu que era hora de colocar tudo em prática. “Fui atrás de um preparador de elenco que começou a me dar umas aulas. A gente fez várias preparações, várias coisas para eu poder continuar nessa busca, achei uma agência e fiz todo o processo certinho para ser um ator”.
Após fazer alguns testes para séries e filmes, Pretti foi aprovado para participar do filme Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo, no papel do Titi. “Quando chegou o teste da Turma da Mônica eu achei o máximo porque eu era muito fã quando eu era criança”.
“Mandei meu vídeo e aí eles me aprovaram, eu fiquei na Lua”, relembra. “O Titi é muito interessante. Ele gosta de paquerar, não leva as coisas muito a sério e eu achei ali uma conexão comigo que deixou tudo muito fácil de ser vivido e de conectar ao filme”.
Tuma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo é um filme inspirado nas obras de Maurício de Souza e chega aos cinemas nesta quinta-feira (18). A aventura da vez terá um clima fantasioso, envolvendo vilões de outra dimensão, numa pegada “Stranger Things”.
Nova música
O último trabalho musical de Lucas Pretti foi o lançamento do single “Amor de Verão”, em dezembro de 2023. A música havia sido escrita pelo artista em 2021 e engavetada por não seguir a vibe do EP que Lucas lançou na mesma época.
“Os anos passaram e, quando chegou 2023, eu falei, ‘não, é agora, é esse ano que eu vou lançar essa música porque eu não aguento mais’ [risos]. De vez em quando eu ouvia e falava, ‘cara eu amo ela, o que eu tô fazendo?'”.
Como o nome diz, a canção fala sobre um Amor de Verão que o personagem procura para curar a desilusão anterior. “Tem todas as fases da desilusão amorosa, e no final é sobre um recomeço. Eu acho que a gente nunca pode perder essa esperança e vontade de viver amores. Não é porque deu errado uma vez que você desiste”.
Ouça Amor de Verão:
Para 2024, os planos de Lucas Pretti são, não ironicamente, planejar. O cantor diz que está em uma fase em que quer se entender mais e buscar coisas novas. “Este ano eu queria começar a mirar na produção de um álbum, talvez. Queria muito amarrar um conceito”.
“Porque com single é muito picado, você fala uma mensagem aqui de um jeito, outra mensagem ali de outro jeito, e eu quero muito construir alguma coisa. Ainda não sei o que é, e este ano eu quero muito buscar isso, descobrir o que eu tô precisando falar”, explica.
O artista não tem nenhum show marcado em BH, até o momento, mas está disponível para apresentações aqui na capital mineira. “Tô mega on”, brinca.
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