‘Feliz Ano Velho’, ‘Valencianas’ e mais: Orquestra Ouro Preto faz 25 anos com pé na estrada

18/03/2025 às 15h21
Apresentação da Temporada 2025 em Ouro Preto, nessa segunda-feira (Rapha Garcia/Divulgação)

No ano em que completa um quarto de século, a Orquestra Ouro Preto (OOP) sustenta as mesmas notas que a expuseram ao mundo: excelência e versatilidade. A primeira diz muito sobre o passado e o compromisso imperativo das entregas com maestria — desde as pequenas, ainda nos anos 2000, às grandiosas e mais recentes, pela Europa ou nas areias de Copacabana —, enquanto a segunda aponta para o que virá. Na noite dessa segunda-feira (17), o grupo apresentou, na Casa da Ópera de Vila Rica, um resumo da Temporada 2025 — 25ª da Orquestra, com novos e maiores desafios. Uma grande novidade deste ano será a montagem do best-seller ‘Feliz Ano Velho’, de Marcelo Rubens Paiva, também autor de ‘Ainda Estou Aqui’, que ganhou adaptação premiada com Fernanda Torres nos cinemas.

As celebrações de aniversário já começaram — antes mesmo da apresenção da Temporada em Ouro Preto, aliás. Entre 30 de janeiro e 9 de fevereiro deste ano, a OOP passou por sete endereços europeus com o concerto ‘Valencianas’, em que acompanha o pernambucano Alceu Valença. O espetáculo combina gêneros do sertão e do agreste com profunda sensibilidade. “Não é apenas uma forma de homenagear Alceu, mas também de evidenciar a profunda brasilidade que a sua obra nos transmite”, diz Rodrigo Toffolo, regente titular e diretor artístico da Orquestra.

Mas o start brasileiro das comemorações vem a seguir, em 21 de março, quando o grupo lança seu 18° álbum, ‘Orquestra Ouro Preto: Villa-Lobos, Piazzolla e Mehmari’. O projeto traz interpretações de três clássicos da música erudita: ‘Bachiana Brasileira n° 9’, de Villa-Lobos, ‘Suíte del Ángel’, de Piazzolla, e ‘Canções para as Estações’, de Mehmari, criação inédita inspirada nos sonetos atribuídos a Vivaldi em ‘As Quatro Estações’. A obra será disponibilizada gratuitamente nas principais plataformas de streaming de música.

Para Toffolo, o lançamento do álbum é o pontapé inicial de um ano voltado à celebração e à recordação de 25 anos de desafios e surpresas constantes. “Desde o início, com um grupo formado por irmãos e amigos, não imaginávamos que chegaríamos tão longe, mas sempre acreditamos na força da música e no poder dos grandes encontros”, afirma. “Celebrar essa caminhada é reconhecer o impacto cultural da Orquestra em Minas, no Brasil e no mundo”, complementa o maestro.

Programação

A agenda de atividades da OOP em 2025 ainda reserva algumas supresas ao público. Dois dias após o lançamento do novo disco, em 23 de março, o grupo retorna a Belo Horizonte para a abertura da série ‘Domingo Clássicos’, que ocorre mensalmente no Sesc Palladium. Há 10 anos, o projeto lota a casa de shows com apresentações com ingressos a preços populares.

Dessa vez, a abertura da série homenageia o compositor e bandoneonista argentino Rufo Herrera, professor de Rodrigo Toffolo e co-fundador da Orquestra Ouro Preto. O espetáculo promete uma viagem pelo legado do artista, com interpretações de obras já conhecidas e estreias de composições inéditas. Os ingressos para o concerto estão à venda pelo Sympla.

Ao longo do ano, as manhãs de ‘Domingos Clássicos’ ainda trarão sucessos marcantes da OOP, como as apresentações ‘Música para Cinema’, ‘O Grande Governador da Ilha dos Lagartos’, ‘Nirvana: Nevermind’, ‘Fernando Capelo Gaivota’ e ‘Alma Mineira’. A programação pode ser conferida no site do Sesc Palladium.

O interior de Minas Gerais não fica de fora do planejamento da Orquestra. Uma turnê pelo estado levará o espetáculo ‘Lendas do Rock’ a diversas cidades, com versões orquestradas de Guns N’ Roses, Led Zeppelin, Deep Purple, Metallica e outros ícones. A descrição completa de datas e endereços será divulgada em breve.

Ópera inédita

O destaque maior dentre as celebrações aponta, mais uma vez, para a versatilidade. Após as adaptações operísticas de ‘Hilda Furacão’ e ‘O Auto da Compadecida’, a Orquestra Ouro Preto mergulha em mais um best-seller da literatura brasileira, o livro ‘Feliz Ano Velho’, de Marcelo Rubens Paiva.

Marco geracional, a obra narra o acidente que deixou o autor tetraplégico pouco antes do Natal de 1979. Embora trate de um episódio trágico, a narrativa combina humor, ternura e reflexão. Marcelo Rubens Paiva também é o autor de ‘Ainda Estou Aqui’, base da adaptação cinematográfica de Walter Salles premiada no Oscar.

Com música e libreto assinados por Tim Rescala, a montagem de ‘Feliz Ano Velho, a Ópera’ estreia em junho nas areias de Copacabana, no Rio de Janeiro. Pouco depois, sem data certa até o momento, a produção chega a Belo Horizonte para dois recitais no Palácio das Artes. Mais informações serão divulgadas em breve.

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Classificação etária: Livre
Entrada: Gratuita

Thiago Cândido

Jornalista pela UFMG. Repórter no BHAZ desde 2023. Participou de reportagem vencedora do Prêmio CDL/BH de Jornalismo 2024.

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Email: [email protected]

Jornalista pela UFMG. Repórter no BHAZ desde 2023. Participou de reportagem vencedora do Prêmio CDL/BH de Jornalismo 2024.

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