Ao bom estilo mineiro, foi “comendo pelas beiradas” que o Skank conquistou BH e o Brasil ao longo das mais de três décadas de carreira, que foram fechadas com chave de ouro no show histórico no Mineirão.
Mesmo com o sucesso além de nossas fronteiras, a banda nunca abandonou suas raízes, paixão que se revela nas referências à capital mineira em suas canções.
Nesta semana de despedida do Skank, o BHAZ fez uma seleção de músicas e clipes da banda, que mencionam diferentes lugares e grupos de BH. Confira a lista, feita de acordo com a ordem cronológica dos lançamentos das músicas.
In(dig)Nação – Lugares e grupos de BH
- Disco: Skank
- Ano de lançamento: 1993
Presente no primeiro álbum de estúdio do Skank, a música faz uma crítica política e social. O sentimento individual cresce até chegar em grupos da sociedade, mas mesmo assim, não consegue provocar mudanças reais.
Ao falar das “massas indignadas”, a música cita locais e grupos de Belo Horizonte. Favelas, blocos caricatos de Carnaval, zonas boêmias e torcidas organizadas aparecem na letra.
“Vila Dias, Papagaio, Cafezal, pendura saia
Pau comeu, Pai Tomás, Santa Marta, o morro indignado”
“Boca branca, Os Inocentes e os Leões da Lagoinha indignados
Jaguarão, Oiapoque e Guaicurus, a zona indignada
(…) Gaviões, Galoucura, Máfia Azul, Young Flu
Mancha Verde, Flamante, Independente, a massa indignada”
Jackie Tequila – Mercado Distrital do Cruzeiro
- Disco: Calango
- Ano de lançamento: 1994
Uma “velha conhecida” dos fãs do Skank, a música descreve Jackie Tequila, “uma menina tão bonita que enjoa”.
Logo na primeira estrofe, a banda faz uma referência a Belo Horizonte, mencionando a rampinha posicionada em frente ao histórico Mercado Distrital do Cruzeiro, na região Centro-Sul da capital mineira. Além disso, a “Rádio do Café”, citada na música, se refere à Rádio 98 FM, localizada no Cafezal.
“Funk lá no morro da Mangueira, essa menina tá dizendo sim, eu sei. Noite bamba, tudo à beça, baião na rampa do Cruzeiro”…
Esmola – Mineirão
- Disco: Calango
- Ano de lançamento: 1994
“Esmola” denuncia a desigualdade social, passando a mensagem central de que “se o país não for pra cada um, não vai ser pra nenhum”.
Em determinada estrofe da música do Skank, o eu lírico cita diversos lugares em que já viu pessoas pedindo esmola – um deles é o estádio Mineirão, em BH.
Além do Gigante da Pampulha, são mencionados outros dois templos do futebol no Brasil: o Morumbi, em São Paulo, e o Maracanã (Estádio Jornalista Mário Filho).
“Não vai não, não vai não, não vai não. No hospital, no restaurante, no sinal, no Morumbi, no Mário Filho, no Mineirão”…
É Uma Partida de Futebol – Mineirão [Clipe]
- Disco: O Samba Poconé
- Ano de lançamento: 1996
E por falar em Mineirão… como não se lembrar do clipe de “É Uma Partida de Futebol”? Bom, já começamos pelo fato de que os membros do Skank amam o esporte.
Samuel Rosa e Henrique Portugal são cruzeirenses, e Haroldo Ferretti e Lelo Zaneti são atleticanos. Então, nada melhor do que fazer um clipe durante o jogo do maior clássico mineiro.
Logo antes da partida, ocorrida em 1997, houve um amistoso que reuniu os integrantes do Skank, outros músicos, ex-jogadores e celebridades.
O vídeo mostra trechos de ambos os estilos: a “pelada” e o jogo oficial. E é claro que as torcidas não ficariam de fora.
O clássico, válido pelo campeonato estadual de 97, ocorreu diante do estádio lotado e terminou empatado por 1 a 1. Naquele ano, o Cruzeiro foi campeão do torneio.
Tão Seu – Cine Pathé
- Disco: O Samba Poconé
- Ano de lançamento: 1996
A romântica música do Skank retrata um relacionamento amoroso novo, vivido por uma pessoa que não consegue ficar tanto tempo longe do objeto de paixão e “faz tanta coisa” pensando nos reencontros.
Um lugar emblemático de BH é citado na canção da banda mineira: o Cine Pathé, inaugurado na década de 1940 e encerrado no final da década de 1990.
“Não diga que não vem me ver, de noite eu quero descansar. Ir ao cinema com você, um filme à toa no Pathé”…
Eu Disse a Ela – Avenida do Contorno
- Disco: O Samba Poconé
- Ano de lançamento: 1996
Para começar, a cidade em que a música do Skank se passa é justamente BH. A letra relata um término de relacionamento, após contar à pessoa que o amor já tinha se dissipado.
Em meio ao drama vivido pelo eu lírico, onde o mundo parece estar contra ele, há uma referência aos ônibus amarelos da capital, “as ondas amarelas”.
A analogia foi pensada pelo compositor Chico Amaral, quando ele estava em um engarrafamento na avenida do Contorno.
A “Opala” citada na música é uma referência à característica íngreme da rua de mesmo nome, localizada no bairro Cruzeiro, em BH.
E aqui vai um bônus: o lyric video, disponível no YouTube oficial da banda, apresenta a letra de “Eu Disse a Ela” acompanhada de uma “animação flutuante” de Belo Horizonte (assista abaixo).
“Quando eu disse a ela que o amor passou, a cidade levemente flutuou. Ondas amarelas na Contorno cheia, a cidade simplesmente me odeia. Mesmo sabendo que a vida nos engana, mesmo sabendo que a Opala não é plana”…
Do mesmo jeito – Lugares de BH [Clipe]
- Disco: Velocia
- Ano de lançamento: 2014
Para fechar a lista, trazemos uma música do Skank que não chega a citar lugares de BH na letra. Mas, no clipe lançado em 2015, a canção homenageia a cidade de diversas formas. A dinâmica da narrativa começa na Praça da Estação e faz um giro pelo Centro da capital mineira.
As imagens dos integrantes da banda são refletidas em diversos pontos da cidade. Só para citar alguns, temos o Viaduto Santa Tereza, o antigo hotel Othon Palace, os Edifícios Niemeyer e JK, e as Praças da Liberdade e Sete. Assista: