Mineirão, Contorno, Cine Pathé: relembre as vezes em que o Skank cantou BH

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A banda já citou Belo Horizonte em várias composições; na foto, o clipe de “Do mesmo jeito” (Reprodução/YouTube/Skank)

Ao bom estilo mineiro, foi “comendo pelas beiradas” que o Skank conquistou BH e o Brasil ao longo das mais de três décadas de carreira, que foram fechadas com chave de ouro no show histórico no Mineirão.

Mesmo com o sucesso além de nossas fronteiras, a banda nunca abandonou suas raízes, paixão que se revela nas referências à capital mineira em suas canções.

Nesta semana de despedida do Skank, o BHAZ fez uma seleção de músicas e clipes da banda, que mencionam diferentes lugares e grupos de BH. Confira a lista, feita de acordo com a ordem cronológica dos lançamentos das músicas.

In(dig)Nação – Lugares e grupos de BH

  • Disco: Skank
  • Ano de lançamento: 1993

Presente no primeiro álbum de estúdio do Skank, a música faz uma crítica política e social. O sentimento individual cresce até chegar em grupos da sociedade, mas mesmo assim, não consegue provocar mudanças reais.

Ao falar das “massas indignadas”, a música cita locais e grupos de Belo Horizonte. Favelas, blocos caricatos de Carnaval, zonas boêmias e torcidas organizadas aparecem na letra.

“Vila Dias, Papagaio, Cafezal, pendura saia
Pau comeu, Pai Tomás, Santa Marta, o morro indignado”

“Boca branca, Os Inocentes e os Leões da Lagoinha indignados
Jaguarão, Oiapoque e Guaicurus, a zona indignada
(…) Gaviões, Galoucura, Máfia Azul, Young Flu
Mancha Verde, Flamante, Independente, a massa indignada”

Jackie Tequila – Mercado Distrital do Cruzeiro

  • Disco: Calango
  • Ano de lançamento: 1994

Uma “velha conhecida” dos fãs do Skank, a música descreve Jackie Tequila, “uma menina tão bonita que enjoa”.

Logo na primeira estrofe, a banda faz uma referência a Belo Horizonte, mencionando a rampinha posicionada em frente ao histórico Mercado Distrital do Cruzeiro, na região Centro-Sul da capital mineira. Além disso, a “Rádio do Café”, citada na música, se refere à Rádio 98 FM, localizada no Cafezal.

“Funk lá no morro da Mangueira, essa menina tá dizendo sim, eu sei. Noite bamba, tudo à beça, baião na rampa do Cruzeiro”…

Esmola – Mineirão

  • Disco: Calango
  • Ano de lançamento: 1994

“Esmola” denuncia a desigualdade social, passando a mensagem central de que “se o país não for pra cada um, não vai ser pra nenhum”.

Em determinada estrofe da música do Skank, o eu lírico cita diversos lugares em que já viu pessoas pedindo esmola – um deles é o estádio Mineirão, em BH.

Além do Gigante da Pampulha, são mencionados outros dois templos do futebol no Brasil: o Morumbi, em São Paulo, e o Maracanã (Estádio Jornalista Mário Filho).

“Não vai não, não vai não, não vai não. No hospital, no restaurante, no sinal, no Morumbi, no Mário Filho, no Mineirão”…

É Uma Partida de Futebol – Mineirão [Clipe]

  • Disco: O Samba Poconé
  • Ano de lançamento: 1996

E por falar em Mineirão… como não se lembrar do clipe de “É Uma Partida de Futebol”? Bom, já começamos pelo fato de que os membros do Skank amam o esporte.

Samuel Rosa e Henrique Portugal são cruzeirenses, e Haroldo Ferretti e Lelo Zaneti são atleticanos. Então, nada melhor do que fazer um clipe durante o jogo do maior clássico mineiro.

Logo antes da partida, ocorrida em 1997, houve um amistoso que reuniu os integrantes do Skank, outros músicos, ex-jogadores e celebridades.

O vídeo mostra trechos de ambos os estilos: a “pelada” e o jogo oficial. E é claro que as torcidas não ficariam de fora.

O clássico, válido pelo campeonato estadual de 97, ocorreu diante do estádio lotado e terminou empatado por 1 a 1. Naquele ano, o Cruzeiro foi campeão do torneio.

Tão Seu – Cine Pathé

  • Disco: O Samba Poconé
  • Ano de lançamento: 1996

A romântica música do Skank retrata um relacionamento amoroso novo, vivido por uma pessoa que não consegue ficar tanto tempo longe do objeto de paixão e “faz tanta coisa” pensando nos reencontros.

Um lugar emblemático de BH é citado na canção da banda mineira: o Cine Pathé, inaugurado na década de 1940 e encerrado no final da década de 1990.

“Não diga que não vem me ver, de noite eu quero descansar. Ir ao cinema com você, um filme à toa no Pathé”…

Eu Disse a Ela – Avenida do Contorno

  • Disco: O Samba Poconé
  • Ano de lançamento: 1996

Para começar, a cidade em que a música do Skank se passa é justamente BH. A letra relata um término de relacionamento, após contar à pessoa que o amor já tinha se dissipado.

Em meio ao drama vivido pelo eu lírico, onde o mundo parece estar contra ele, há uma referência aos ônibus amarelos da capital, “as ondas amarelas”.

A analogia foi pensada pelo compositor Chico Amaral, quando ele estava em um engarrafamento na avenida do Contorno.

A “Opala” citada na música é uma referência à característica íngreme da rua de mesmo nome, localizada no bairro Cruzeiro, em BH.

E aqui vai um bônus: o lyric video, disponível no YouTube oficial da banda, apresenta a letra de “Eu Disse a Ela” acompanhada de uma “animação flutuante” de Belo Horizonte (assista abaixo).

“Quando eu disse a ela que o amor passou, a cidade levemente flutuou. Ondas amarelas na Contorno cheia, a cidade simplesmente me odeia. Mesmo sabendo que a vida nos engana, mesmo sabendo que a Opala não é plana”…

Do mesmo jeito – Lugares de BH [Clipe]

  • Disco: Velocia
  • Ano de lançamento: 2014

Para fechar a lista, trazemos uma música do Skank que não chega a citar lugares de BH na letra. Mas, no clipe lançado em 2015, a canção homenageia a cidade de diversas formas. A dinâmica da narrativa começa na Praça da Estação e faz um giro pelo Centro da capital mineira.

As imagens dos integrantes da banda são refletidas em diversos pontos da cidade. Só para citar alguns, temos o Viaduto Santa Tereza, o antigo hotel Othon Palace, os Edifícios Niemeyer e JK, e as Praças da Liberdade e Sete. Assista:

Beatriz Kalil Othero[email protected]

Jornalista formada pela UFMG, escreve para o BHAZ desde 2020, e atualmente, é redatora e fotógrafa do Portal. Participou de reportagens premiadas pela CDL/BH em 2021 e 2022, e pela Rede de Rádios Universitárias do Brasil em 2020.

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