Abrigos no ponto de ônibus: 180 demandam manutenção imediata em BH; vandalismo ainda é maior problema

BH tem cinco modelos de abrigos de ônibus. Em bairros da cidade é possível ver locais sem manutenção (E), com o teto praticamente inexistente, e pontos melhor estruturados

Pontos de ônibus sem sinalização do itinerário das linhas; com os tetos quebrados; estações do Move com vidros estilhaçados. Sim, realidade em Belo Horizonte para os usuários do transporte público que buscam abrigo para aguardar o ônibus, descansar ou fugir da chuva. Isso sem falar da situação dos abrigos em bairros mais distantes do Hipercentro, geralmente menos estruturados.

Na Avenida Bandeirantes, no Bairro Serra, Centro-Sul da capital, a condição do ponto de ônibus assusta: seu telhado, em policarbonato, está completamente destruído. Segundo a BHTrans, empresa que gerencia o transporte público da capital, a cidade tem demanda de manutenção imediata em 180 abrigos em pontos de ônibus.

Teto de ponto completamente destruído (Cristiana Andrade/Bhaz)

A cidade tem 2.646 abrigos, em 2,4 mil pontos de embarque e desembarque, dos quais apenas 150 com as placas com itinerários das linhas e, segundo a empresa, 98% com bancos para os usuários. Do total de abrigos, 754 contêm painéis eletrônicos que indicam o tempo de chegada do ônibus.

De acordo com o analista de administração da Gerência de Sinalização da BHTrans, Carlos Alberto Faria Gonzaga, atualmente a cidade conta com seis modelos de abrigos, sendo cinco deles com estrutura metálica e um de concreto.

Modelo mais estruturado, em metal, com letreiro eletrônico (Cristiana Andrade/Bhaz)

“Temos um custo em torno de R$ 200 mil por ano para fazer a manutenção dos abrigos. Os problemas vão de vandalismo; quebra de peças; pintura e limpeza de pichação; destruição do espaço por abalroamento de veículos; a troca de vidro Blindex nas estações do Move, que tem sido um problema grande para o poder público, pois o custo é muito elevado”, explica.

Licitação

A BHTrans é responsável pela manutenção de boa parte dos abrigos em pontos de ônibus da cidade, mas em 2016, lançou um edital de licitação e contratou a empresa Emerge, que deveria implantar 1,3 mil abrigos em 25 anos, sendo 500 nos 12 primeiros meses. Mas foram entregues somente 340 desde 2016.

Segundo a BHTrans, o atraso em 160 abrigos se deu por percalços com fornecedores. “A empresa entregou alguns abrigos, mas na fiscalização eles não foram aprovados. Alguns deram problemas, como vazamento de água de chuva”, explicou Carlos Alberto. O Bhaz procurou a Urbana Mídia – Emerge em Belo Horizonte, mas  a empresa explicou que toda informação que diz respeito ao contrato é repassado pela própria BHTrans.

Os abrigos contratados via licitação com a Emerge são estruturas maiores, de inox, colocadas em calçadas de até 4 metros, são mais bem-acabadas, com painéis luminosos e, grande parte, está e será instalada no Centro e Região Centro-Sul, além de pontos históricos e de interesse turístico, como a Praça da Liberdade.

Concessão e repasse à BHTrans

A concessão de 25 anos prevê que todo o custo de implantação e manutenção de novos abrigos fique com a Emerge, além dos custos com energia para iluminá-los. Nessa modalidade de contrato, a Emerge repassa para a BHTrans R$ 60 por mês, por abrigo implantado. Em um ano, a autarquia municipal terá, então, R$ 936 mil, quando os 1,3 mil pontos estiverem 100% instalados. Questionado se esse recurso é direcionado para a manutenção geral dos abrigos da cidade, Carlos Gonzaga nega: “Não. O recurso não é carimbado. Ele vai para o caixa único da BHTrans”.

Os demais modelos de abrigos, nos tamanhos médio e pequeno, são instalados em vias mais estreitas, como as vias coletoras dos bairros, com calçadas de 3m e 2,3m, respectivamente. “São locais de pouca demanda de usuários, geralmente. Essas estruturas estão sem contrato em vigor, no momento, e há uma licitação em andamento. Em 90 dias, se tudo correr bem, devemos ter novas propostas. A ideia é fazermos a manutenção e termos contratos para diminuir nosso custo”, acrescenta Gonzaga.

A BHTrans começou a mudar os abrigos dos pontos de ônibus entre 1997 e 1998, e depois fez alterações na padronagem, em 2004 e 2005, passando a usar policarbonato. “Tínhamos uma média, naquela época, de 30 a 40 pontos danificados por mês, por vandalismo. Era um absurdo o prejuízo. Depois, mudamos para o modelo do teto de metal e as ações de depredação caíram muito. A pichação continua sendo o maior índice da manutenção que temos na cidade ”, aponta Carlos Gonzaga.

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