Motorista de ônibus pode ter sofrido mal súbito; coletivos rodam sem trocadores em Contagem

Divulgação/Corpo de Bombeiros

As causas do acidente envolvendo o coletivo da linha 001C (Parque Renascer/Cidade Industrial) que despencou de um viaduto na avenida João César de Oliveira, na manhã desta quinta-feira (29), em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, ainda seguem desconhecidas.

Relatos dão conta de que o motorista do ônibus, que tem 54 anos, teria sofrido um mal súbito e perdido o controle da direção. No entanto, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) aponta que as causas do acidente devem ser definidas apenas após o fim de uma apuração mais completa.

Samu e Corpo de Bombeiros estiveram no local realizando o resgate (Divulgação/Corpo de Bombeiros)

Dezenove passageiros estavam no coletivo no momento em que ele caiu do viaduto sobre a rua José Pedro de Araújos. As vítimas foram encaminhadas para atendimento médico nos hospitais João XXIII, Municipal de Contagem e Santa Rita. A aeronave Aracanjo, do Corpo de Bombeiros, também auxiliou nos trabalhos de resgate.

Ainda sobre o motorista do coletivo, o Sintram afirmou que ele trabalha há 15 anos na empresa e que o veículo acidentado, fabricado em 2001, estava em “excelente estado de conservação”. Como o condutor foi levado para o hospital sem prestar depoimento, não se sabe ao certo o que motivou a queda.

Ausência de cobrador é questionada

Uma das preocupações relacionadas ao acidente diz respeito à ausência de cobrador no coletivo. Leitores do BHAZ, e usuários do transporte público na cidade, apontam que a falta do agente de bordo sobrecarrega os motoristas que, além de dirigir, também devem estar atentos para a cobrança das tarifas. Para quem pega ônibus, o acúmulo de funções pode provocar acidentes. “Motorista dirige o coletivo, recebe, dá troco, libera catraca, elevador de cadeirantes. Pois é, acidentes aumentando é consequência”, disse uma internauta.

Em Contagem, segundo a Autarquia Municipal de Trânsito (Transcon), todas as linhas do sistema coletivo municipal operam sem o cobrador. A decisão de que o motorista pode exercer a dupla função foi tomada na Convenção Coletiva de Trabalho, que contou com a participação do Sintram e do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte (STTRBH).

Reprodução/WhatsApp

Apesar da falta de agente de bordo no ônibus que despencou, ainda não há nenhum indício que ligue o acidente à ausência do profissional. Em Contagem, os cobradores foram dispensados a partir de janeiro de 2016. Para que os ônibus circulem somente com motoristas, é necessário que alguns requisitos sejam cumpridos, conforme explica a Transcon:

  • Os veículos precisam estar equipados com botoeira/gaveta ao lado do motorista.
  • A linha tenha atingido um percentual de 75% de pagantes com cartão eletrônico nos três meses anteriores, devendo ser apresentados relatórios mensais demonstrando que a linha operada sem cobrador mantém a média de 75% de pagantes com cartão eletrônico.
  • Repasse a informação prévia à Transcon, com pelo menos 24 horas de antecedência do início da operação sem cobrador.
Helicóptero Arcanjo auxiliou no resgate (Divulgação/Corpo de Bombeiros)
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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