Alunos do Colégio Tiradentes inalam gás lacrimogêneo e são socorridos em BH

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Militares ainda desconhecem a origem da substância (CBMMG/Divulgação)

Atualização às 10:50 do dia 10/08/2022 : Matéria atualizada para incluir o posicionamento da PMMG sobre a suspensão do uso de munições químicas nos treinamentos da corporação

Os bombeiros se mobilizam para atender estudantes do Colégio Tiradentes, na rua dos Pampas, no bairro Prado, região Oeste de BH, que entraram em contato com gás lacrimogêneo nesta terça-feira (9).

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 7h50 desta manhã. Cerca de 30 estudantes estão sendo atendidos por socorristas dos bombeiros e do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Segundo os militares, a substância atingiu adolescentes entre 14 e 17 anos. Alguns jovens estavam em aula e outros no pátio do colégio, que fica em um complexo militar com área de treinamento.

A situação foi controlada por volta das 9h50. Quatro jovens foram socorridos e encaminhados à UPA pelos bombeiros, ao passo que a PM e transeuntes prestaram ajuda a outros estudantes afetados. A Polícia Militar apura as circunstâncias do ocorrido.

Corpo de Bombeiros, Samu e PM atuam no local (CBMMG/Divulgação)

PM se manifesta

Após o ocorrido, a major Layla Brunella, porta-voz da PM em Minas, confirmou que o gás lacrimogêneo que atingiu os jovens estava sendo usado em um treinamento para a formação de soldados no complexo. Ela afirmou que esse é um procedimento rotineiro e destacou que ninguém ficou gravemente ferido.

“Todo o gás utilizado fica retido dentro de barracas. Durante esse treinamento, com as entradas e saídas dessa barraca de gás, houve a dispersão de parte do agente químico. Por questão de vento, mesmo, de virada, essa nuvem se dispersa e vem parte dela para a quadra do colégio Tiradentes no momento em que havia a ‘chamada’ dos alunos”, diz.

De acordo com a major, tais agentes químicos causam dificuldade respiratória, além de ardência na garganta e outras sensações “temporárias”. Já que os alunos não estão acostumados, ficaram assustados com os sintomas e a escola prontamente acionou o socorro.

Suspensão de munições químicas

Após o ocorrido, a PM suspendeu o uso de munições químicas durante treinamentos na Academia em Belo Horizonte.

“O coronel Eugênio, comandante da escola, instaurou um inquérito para verificar se houve alguma falha nessa execução, se o protocolo que está sendo seguido durante todos esses anos precisa ser revisto em algum ponto”, afirmou a major Layla em coletiva de imprensa, horas depois do fato.

Inquéritos reavaliam protocolo

Além de suspender o uso das substâncias, os militares abriram dois inquéritos sobre o ocorrido. O primeiro é técnico e averigua procedimentos operacionais, como a falha nos equipamentos utilizados. Já o segundo, policial-militar, investiga se a responsabilidade foi do instrutor que ministrava o treinamento.

A suspensão do uso de munições químicas possibilita a revisão do protocolo de treinamentos. Além disso, haverá uma reavaliação para determinar se o ponto de treinamento ou o próprio colégio precisam ser realocados.

Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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