Anaya, caçula da família de gorilas do Zoológico de BH, completa 1 ano

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A comemoração do aniversário foi restrita aos funcionários do zoológico (Danilo da Costa/PBH/Divulgação)

Da PBH

Uma ilustre moradora do Jardim Zoológico de Belo Horizonte completou, nessa segunda-feira (8), seu primeiro aniversário! A bebê gorila Anaya, caçula da família de sete gorilas que vivem no local, teve seu nome escolhido por votação popular em meio a muita festa, há um ano.

Ontem, Anaya teve uma comemoração um pouco mais tímida, restrita àqueles que diariamente se dedicam aos cuidados com a família de gorilas do Zoo, já que as visitas do público estão suspensas por causa da pandemia de Covid-19.

Anaya passou o primeiro aniversário brincando com a família no recinto, longe dos olhares dos visitantes. Além dos tratadores, biólogos, veterinários e outros funcionários técnicos do zoo, ela estava na companhia de seus irmãos Jahari (nascido em 2014) e Ayo (2017) e seu meio-irmão Sawidi (2014), além da “tia” Imbi (nascida em 2000), sua mãe Lou Lou (que nasceu em 2004) e seu pai Leon (nascido em 1998).

‘No caminho certo’

Para a equipe técnica responsável pelos cuidados de Anaya no zoológico, o aniversário da pequena gorila e o desenvolvimento e convívio saudáveis de todo o seu grupo representam motivo de muita comemoração. Isso porque Belo Horizonte é a única cidade da América do Sul que possui um grupo de gorilas e, ainda, conseguiu desenvolver um bem-sucedido programa reprodutivo deste animal ameaçado de extinção.

Ao todo, já nasceram na capital mineira quatro gorilinhas, sendo a Anaya a primeira fêmea, um fato menos comum nos grupos que estão sob cuidados humanos em todo o mundo. Humberto Mello, gerente do espaço, explica que isso significa um sucesso para a espécie.

“Anaya é o quarto filhote nascido no Zoo de Belo Horizonte, de forma natural, em 5 anos. Isso reforça que estamos no caminho certo, comprovando nossa experiência no manejo desta espécie e o sucesso das práticas de bem-estar aqui aplicadas, resultado do ótimo trabalho de uma equipe qualificada e empenhada em fazer funcionarem os mecanismos necessários para garantirmos um bom espaço, com recinto adequado às necessidades da espécie, uma alimentação de qualidade, manejo correto, entre outros”, comenta.

Ele ainda destaca o Programa de Bem-estar Animal do Zoo de BH, que tem como objetivo oferecer diversos estímulos, inclusive sensoriais, que tornam o ambiente mais dinâmico e fazem com que os animais expressem comportamentos naturais, funcionando como um excelente instrumento para proporcionar melhor qualidade de vida a eles.

Conservação ambiental

Há mais de 40 anos o Zoológico de Belo Horizonte mantém gorilas da subespécie Gorilla gorilla gorilla (também chamada popularmente de “gorila da planície ocidental”) em seu plantel e, desde então, busca a manutenção e reprodução dos animais.

Os adultos atuais chegaram à capital mineira oriundos de instituições diferentes: enquanto as fêmeas Lou Lou e Imbi vieram do Reino Unido (do Zoológico Howletts – Fundação Aspinall), o macho Leon (nascido em Israel) veio de Tenerife, na Espanha (do Zoo Loro Parque).

A chegada dos animais somente foi possível após a recomendação da Associação Europeia de Zoológicos e Aquários (European Association of Zoos and Aquaria, EAZA, em inglês) e depois da obtenção de licenças junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e ao Ministério da Agricultura.

Para o presidente da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, Sérgio Augusto Domingues, o sucesso da manutenção desse grupo de gorilas em Belo Horizonte é resultado do reconhecimento da comunidade internacional sobre o grande empenho e dedicação da equipe técnica do Zoo.

“Nenhuma outra cidade da América do Sul hoje possui sequer um indivíduo da espécie. E nós temos um grupo, uma família agora com sete gorilas. Após muitos anos de capacitação e aprimoramento de ações relacionadas aos cuidados com esses primatas é possível comemorar a solidez de um trabalho coletivo que envolve conhecimento nas áreas de bem-estar animal, biologia e veterinária”, afirma.

“Todo esse esforço representa a essência e importância da existência de zoológicos bem estruturados: a conservação das espécies e o potencial para desenvolvimento de ações de educação ambiental”, reforça Sérgio.

Sobre os Gorilas

Os gorilas da planície ocidental, nativos da região centro-oeste do continente africano, aparecem na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN2020-1) como espécie “Criticamente Ameaçada”. As principais ameaças a esses animais são a destruição dos ambientes naturais na África, os conflitos e guerras civis na sua área de ocorrência, a caça e doenças que os acometem.

Segundo a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), a manutenção de gorilas em zoológicos é fundamental para a conservação da espécie na natureza. A partir do trabalho desenvolvido por essas instituições, tem sido possível desenvolver pesquisas científicas em diversas áreas, tais como biologia, ecologia, comportamento, nutrição, saúde e bem-estar. Assim é possível conhecê-los melhor e saber mais sobre a maneira como eles dependem e se relacionam com seu ambiente natural.

Assim, o manejo de gorilas sob cuidados humanos vem sendo realizado de forma integrada por todos os zoos que abrigam esses animais e sua reprodução é cuidadosamente planejada baseando-se em critérios genéticos, dentre outros.

Essa estratégia garante a proteção nessas instituições de um percentual significativo da população mundial desses animais em condições saudáveis, genética e demograficamente viáveis, contribuindo com projetos que têm como objetivo devolver alguns indivíduos para a natureza.

Os zoológicos contribuem, ainda, com programas educativos que estimulam a formação de cidadãos sensíveis e comprometidos com essa causa. Vale ressaltar que na natureza os gorilas vivem, em média, 35 anos, em grupos constituídos por cinco a 30 indivíduos, entre jovens imaturos, fêmeas e seus filhotes, liderados por um macho adulto dominante.

Esse é facilmente reconhecido por apresentar as costas cinza-prateadas, denominado “silverback”. A liderança é conseguida graças à sua experiência e suas habilidades em proteger o grupo e não somente por causa de sua força.

Esses animais, quando atingem a maturidade sexual, saem do grupo no qual nasceram. Os machos podem formar grupos de solteiros ou ficar solitários até encontrar fêmeas para constituir seu próprio grupo. Para as fêmeas, essa migração se dá por volta dos oito anos e, a partir dos 11 anos, para os machos.

Neste sentido, o nascimento e manutenção de filhotes de gorila no Jardim Zoológico da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica reafirma o compromisso da instituição com a conservação dessa espécie.

Os gorilas do Zoo de BH

  • Imbi
    Nascimento: 2000
    Quando chegou ao Zoo de BH: 2011
    De onde veio: Reino Unido
  • Leon
    Nascimento: 1998
    Quando chegou ao Zoo de BH: 2013
    De onde veio: Espanha
  • Lou Lou
    Nascimento: 2004
    Quando chegou ao Zoo de BH: 2013
    De onde veio: Reino Unido
  • Sawidi
    Nascimento: 5 de agosto de 2014, no Zoo de BH
    Pais: Lou Lou e Leon
  • Jahari
    Nascimento: 10 de setembro de 2014, no Zoo de BH
    Pais: Imbi e Leon
  • Ayo
    Nascimento: 8 de maio de 2017, no Zoo de BH
    Pais: Imbi e Leon
  • Anaya
    Nascimento: 8 de junho de 2019, no Zoo de BH
    Pais: Lou Lou e Leon

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