Apesar do anúncio de uma nova greve total que começaria nesta terça-feira (28), o metrô de BH está funcionando. Os trens circulam com intervalo maior nas estações da capital mineira.
O Sindimetro-MG (Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais), que segue buscando respostas sobre o futuro dos profissionais após a privatização do serviço de transporte, acredita que o Grupo Comporte está usando o serviço de maquinistas supervisores.
De acordo com o sindicato, há apenas quatro trens rodando nesta manhã, com intervalos de 30 minutos. Os metroviários decidiram voltar à greve total a partir da meia-noite da terça por entenderem que são funcionários públicos concursados e não podem ser transferidos para uma empresa privada.
Empresa impede entrada do sindicato
Na tarde de ontem (27), o sindicato foi impedido de entrar no pátio de manutenção do bairro São Gabriel para uma reunião setorizada.
“O acordo coletivo prevê acesso a todas as áreas, mas a empresa nova descumpriu. Trocaram todos os seguranças, colocaram um pessoal novo”, conta Robson Gonçalves, do conselho fiscal do Sindimetro.
Ao BHAZ, o funcionário explica que a Comporte ainda não chamou o sindicato para uma conversa. Ele pondera que, talvez, a empresa não tenha maquinistas para rodar o dia inteiro.
Privatização
A nova greve no metrô de BH veio após a empresa Comporte Participações e o Governo de Minas assinarem, na quinta-feira (23), o contrato de concessão do metrô de BH. A concessionária será a responsável pela gestão do metrô após o processo de privatização, pelo prazo de 30 anos.
O investimento previsto é de R$ 3,7 bilhões para melhorias e ampliações. Desse total, R$ 2,8 bilhões são aportes do Governo Federal e R$ 440 milhões são provenientes do Termo de Reparação assinado com a Vale em decorrência do rompimento da barragem de Brumadinho.
O dinheiro deve ser investido na ampliação da Linha 1, única linha do metrô de BH atualmente, e na conclusão da construção da Linha 2. Segundo o governo do estado, a expansão da estrutura deve gerar mais de 28 mil empregos diretos e indiretos ao longo do contrato e promover melhorias na qualidade do serviço.