Após morte de torcedor, Galoucura e Máfia Azul estão banidas de jogos por dois anos

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A PM confirmou que a briga entre torcedores do Cruzeiro e do Atlético-MG, na região do Barreiro em BH, terminou com um morto e dois feridos (Redes Sociais)

As torcidas organizadas Galoucura e Máfia Azul foram banidas de jogos por dois anos. A informação foi divulgada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A decisão ocorre após um confronto entre os dois grupos resultar na morte de um homem no último sábado (2).

A Galoucura, que retornou de punição de um ano, seguida de outra de três meses, em 2022 e 2023, está banida temporariamente até 4 de março de 2026. Já a Máfia Azul, que havia sido banida temporariamente até março de 2026, cumprirá o novo banimento entre 15 de março de 2026 e 15 de março de 2028.

As torcidas estão proibidas de frequentar estádios no território nacional e seus respectivos entornos nos dias de jogos, respeitando um raio de cinco mil metros, por analogia ao artigo 201, parágrafo 1º, inciso I, da Lei Geral do Esporte – Lei nº:14.597/23.

Os grupos também estão proibidos de, nos dias de jogos de Cruzeiro e Atlético, utilizarem as respectivas sedes, sob pena de multa no valor de R$ 50 mil.

Para o promotor de justiça Fernando Ferreira Abreu, as desavenças entre as torcidas organizadas vem, ao longo dos anos, causando severos transtornos à ordem pública e insegurança à sociedade. Ele pontua ainda que os problemas persistem, mesmo diante de reiteradas punições administrativas aplicadas às comunidades.

“O problema, portanto, ultrapassa os limites da violência desportiva, necessitando de atuação estatal típica de combate à criminalidade organizada”, destaca.

Os membros das torcidas também estão proibidas de usar, portar e exibir qualquer vestimenta, faixa, bandeira, instrumento musical ou qualquer objeto que possa caracterizar a presença da torcida nos estádios ou seus respectivos entornos nos dias de jogos. 

Decisão

O acatamento à recomendação do MPMG implica a necessidade de ratificação por parte da Federação Mineira de Futebol, devendo ser publicada no site da entidade e da Confederação Brasileira de Futebol. Assim, fica definido que a decisão é das entidades organizadoras dos campeonatos de futebol que tenham a participação do Cruzeiro Esporte Clube e Clube Atlético Mineiro.

O promotor de justiça enviou ofício ao procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, sugerindo a criação de um grupo especializado, no interior do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPMG, para combate à criminalidade associada a eventos de futebol.

“A questão não se restringe à violência no futebol, e para que, entendendo por necessário, provoque o Tribunal de Justiça de Minas Gerais para o desenvolvimento de estratégia interinstitucional de controle de torcedores suspensos/banidos de eventos desportivos”, afirma o promotor de Justiça.

Fernando Abreu enviou ofício também ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), dando notícia da Recomendação e sugerindo que um dos conselheiros do CNJ avalie a pertinência de desenvolvimento do Banco Nacional de Torcedores Suspensos/Banidos de eventos desportivos.

O crime

Torcedores do Atlético e do Cruzeiro se envolveram em um confronto na tarde deste sábado (2) na avenida Tereza Cristina, no Barreiro. Um homem foi morto e outros dois dicaram feridos.

A polícia foi acionada para tentar conter a confusão. Quando chegaram ao local, os policiais identificaram uma pessoa, de 27 anos, baleada na região do tórax.

Os militares levaram o homem para o Hospital Santa Rita, em Contagem, na Grande BH, mas o torcedor não resistiu e morreu. Outras duas pessoas, também atingidas por tiros, precisaram de socorro na UPA Barreiro.

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) efetuou nesta segunda (4) a prisão em flagrante de dois homens suspeitos de envolvimento na briga. Os investigados foram presos por homicídio qualificado por motivo fútil e encaminhados ao sistema prisional, seguindo à disposição da Justiça.

O corpo da vítima, de 27 anos, que morreu após dar entrada no hospital, foi necropsiado no IMLAR e liberado aos familiares. Na ocasião, a perícia oficial esteve no local do fato, onde foram realizados os levantamentos necessários.

A investigação prossegue a cargo do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para a completa elucidação do caso.

Edição: Lucas Negrisoli
Isabella Guasti[email protected]

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023.

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