A Arquidiocese de Belo Horizonte cancelou a realização da 16ª Torcida de Deus que aconteceria neste domingo (3) no Estádio do Mineirão. A justificativa é a segurança e integridade dos fiéis.
Em nota, o arcebispo metropolitano da capital, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, destacou que o momento pede “interiorização e reflexões transformadoras”, visto os impactos causados pela greve dos caminhoneiros que nesta quarta-feira (30) chega ao 10º dia.
Outros pontos destacados para o cancelamento do evento são: as dificuldades encontradas pelos fiéis para deslocarem ao estádio devido o desabastecimento dos postos e o transporte dos equipamentos para infraestrutura que vêm de outros estados. “A montagem requerida para este evento de grande porte e repercussão está inviável”, disse o arcebispo.
A 16ª Torcida de Deus acontecerá em 2019 com a data ainda por definir.
Tempo de aprendizado
Antes do anúncio do cancelamento do evento, a arquidiocese emitiu uma nota onde apoia a luta dos trabalhadores que visam condições dignas para exercerem suas funções. “A paralisação dos caminhoneiros desenhou cenários que exigem o reconhecimento da força de cada segmento da sociedade”, afirmaram os bispos que ainda pediram humildade para que a sociedade aprenda as lições durante este momento vivenciado em todo país.
A necessidade de praticar o diálogo com os diferentes grupos da sociedade também foram enfatizadas, pois para a instituição, somente o diálogo poderá consolidar a democracia brasileira e fará com que se evite “os graves riscos de extremismos, tão acentuados sobretudo em tempos de crise”
Os bispos também cobraram dos governantes uma mudança, a chamada “conversão”, para que assim possam abrir mão de seus privilégios. Novamente, a sociedade foi destacada na nota, desta vez, sendo alertada sobre a necessidade de “gerar novos líderes” e para que isso ocorra ela precisa “dar novas respostas por meio das urnas neste ano eleitoral”.
A nota foi assinada pelos bispos: Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, Dom Edson José Oriolo dos Santos, Dom Geovane Luís da Silva, Dom Otacílio Ferreira de Lacerda e Dom Vicente de Paula Ferreira.