“Recebo com alegria, mas a ideia precisa ser amadurecida no processo interno”. É dessa forma que a vereadora Áurea Carolina (PSOL) analisa a fala do deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) que, no começo desta semana, apontou o nome da vereadora como possível candidata do partido à eleição para presidente da República em 2018.
Em conversa com o Bhaz, a vereadora, que foi a mais votada na capital com 17.420 votos, afirmou que a fala de Chico Alencar é um reconhecimento ao trabalho que está sendo realizado. “Nosso mandato é coletivo, popular e aberto. Isso representa que eles estão com as atenções voltadas ao que fazemos e que estamos projetando algo novo em nossa cidade envolvendo as lutas populares”, disse.
No entanto, Áurea Carolina acredita que a definição do candidato que representará o partido deve envolver a sociedade. “Defendo as prévias partidárias, pois assim conseguiremos sustentar um programa que terá como objetivo governar o Brasil. Em primeiro lugar, precisamos definir nossa visão de governo para depois apontar nomes. Essa é a grande tarefa”, explica.
Perguntada sobre como seria uma possível campanha e qual seria seu diferencial a vereadora acha cedo para imaginar. “Não há definição de nomes, por enquanto, somente especulação. Precisamos reencantar as pessoas com a política e fazer com que as agendas de justiça social sejam prioridades no país”, argumenta a paraense.
Nos últimos anos o Brasil percebeu o crescimento dos defensores da direita. Destaque para a juventude, que atualmente vem demonstrando apoio a políticos como Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Juventude que em Belo Horizonte contribuiu para a eleição de Áurea Carolina. Indagada sobre como deve ser o processo para atrair os jovens para seus ideais, ela é categórica: “educação popular e mobilização social”. Ela acredita que o atual momento vivido pelo país exige “mobilização cotidiana para que possa acontecer a reversão da desigualdade social”, acredita. “Não vamos mudar essa situação com campanhas midiáticas. Somente essa mobilização poderá fazer a diferença no Brasil”, conclui.
Além do nome da vereadora de Belo Horizonte, o partido tem discutido outras pessoas para a candidatura. Entre os nomes, destaque para o do ativista e professor Guilherme Boulos, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Candidata pelo partido nas últimas eleições, Luciana Genro ainda é nome forte para a legenda, que também estuda ainda a possibilidade de lançar o economista Nildo Ouriques ou Sônia Guajajara, que é líder indígena. Chico Alencar que era o nome mais cotado para encabeçar a chapa prefere concorrer a uma vaga no Senado federal.