Belo Horizonte foi a capital que mais esquentou em 2023

Belo Horizonte
Entre novembro e dezembro de 2023, municípios brasileiros registraram temperaturas até 5°C mais altas que o normal (Amanda Dias/BHAZ)

Belo Horizonte foi a capital brasileira que mais esquentou em 2023, de acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden). Segundo o órgão, a capital mineira registrou 4,2°C acima da média em novembro do ano passado.

O estudo analisou as temperaturas de 5.700 municípios do Brasil usando dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). As médias de cada mês foram comparadas com a climatologia histórica correspondente da região.

O estudo mostrou que, entre novembro e dezembro de 2023, municípios brasileiros registraram temperaturas até 5°C mais altas que o normal.

Das 20 cidades com maior aumento no país, uma é da Bahia e 19 são de Minas Gerais. Destas, 10 ficam no Norte de Minas, 8 no Vale do Jequitinhonha e 1 na região metropolitana de Belo Horizonte. Em novembro de 2023, a cidade de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, registrou o dia mais quente da história do Brasil, com os termômetros marcando 44,8°C.

Já as capitais da região Central do Brasil foram as que tiveram temperaturas mais acima da média em novembro do ano passado. Ainda segundo a Cemaden, o El Niño foi a causa desta anomalia.

Cidade Jardim?

Para a Associação Mineira de Defesa do Ambiente, a diminuição da arborização urbana tem impactos no aumento da temperatura. “A cidade que já foi conhecida como ‘Cidade Jardim’, hoje tem um pequeno percentual de sua área coberta por florestas. Por isso, Belo Horizonte está em desvantagem em comparação com outras capitais brasileiras, como São Paulo”, pontua a organização.

Em fevereiro deste ano, mais de 60 árvores foram suprimidas no entorno do Mineirão, na região da Pampulha, para a realização da Stock Car, gerando uma onda de protestos na cidade.

“O desmatamento, por sua vez, contribui para a formação de “ilhas de calor”. O fenômeno ocorre à medida que áreas verdes são transformadas em desertos de cimento e asfalto. O resultado é o aumento da temperatura e a ocorrência de eventos climáticos extremos, como chuvas torrenciais e enchentes”, completa a associação. 

Isabella Guasti[email protected]

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!