Abre caminho: Confira uma lista de benzedeiras que mantêm a tradição em BH

benzedeira em bh
Benzedeira fazendo o ritual em mulher

“Para-raio, bete branca, assa peixe, abre caminho, patchuli… pra me curar, pra me afastar de todo o mal”. Os versos de Luedji Luna destravam memórias. Difícil encontrar um mineiro que não tenha a imagem de alguma senhora com um punhadinho de folhas, em uma oração falando bem baixinho. O benzimento é uma tradição oral que se mantém viva em várias regiões do Brasil. Em BH, nossa capital com ares de interior, as benzedeiras continuam tendo seu espaço, mesmo em meio à modernidade.

Donas Marias, donas Anas e donas Eugênias abençoam “em nome de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo”, como cita a avó de Djonga na música Bença. A prática nada mais é do que afastar os males do corpo e do espírito de quem procura pela bênção.

Por ser uma tradição importante para a cultura brasileira, o Iepha-MG (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais) chegou a indicar o ofício como bem a ser registrado.

Qual a origem das benzedeiras?

Já na Idade Média, há registros de práticas semelhantes ao benzimento. No Brasil, o ofício resultou da mistura dos saberes medicinais dos povos tradicionais, dos africanos e das orações católicas trazidas pelos europeus. A prática tem base no cristianismo, na umbanda e nos rituais indígenas.

Seja a benzedeira de qualquer religião, a reza pela proteção é a prática central do ofício. Plantas, banhos, água ou agulha no pano são algumas das ferramentas.

Confira uma lista de benzedeiras em BH, com telefone e endereço:

Dagmar de Andrade

Dagmar de Andrade é benzedeira há 40 anos e oferece a benção na própria casa, no bairro Tupi, em BH. Ela benze qualquer pessoa, independentemente da religião, de crianças a adultos, e não cobra pelo serviço. Dagmar, que é católica, benze com um terço e fazendo orações.

Os dias e horários para se benzer com Dagmar são às terças, quintas-feiras e sábados, a partir das 13h, e não é necessário agendar. Ela recebe doações de roupas, calçados, mantimentos e brinquedos para distribuir no Norte de MG, em creches e para pessoas que passam na casa dela pedindo ajuda.

Telefone da benzedeira: (31) 99751-5693

Hélio Valeriano

O benzedeiro Hélio Valeriano aprendeu os conhecimentos passados pela avó, que era benzedeira, e hoje atende os que o procuram em um terreiro na cidade de Sabará, região metropolitana de BH. Os atendimentos são, normalmente, às segundas-feiras. Se precisar, o benzedeiro também vai até a pessoa.

Na prática, Hélio utiliza um terço e um copo com água ou uma folha, pois acredita que a planta tem a energia de captar os males que o indivíduo tenha adquirido.

Para benzer com Hélio Valeriano, é necessário agendar por meio do telefone.

Endereço: Rua Tiradentes, 333 – Rosário, Sabará
Telefone: (31) 98777-2836

Maria das Graças

Maria das Graças, benzedeira em BH, deu um tempo nos atendimentos presenciais, porém segue com o benzimento por telefone. Dona Maria teve um AVC (Acidente Vascular Cerebral) há oito anos, e, por isso, sente-se fraca ao benzer presencialmente.

Dessa forma, ela fica disponível para fazer suas orações por meio do telefone de segunda a sexta-feira, entre 15h e 18h.

Telefone: (31) 98533-0847

Ana Maria da Silva

Ana Maria da Silva, conhecida como Mãe Ana Maria, é uma benzedeira, raizeira e psicóloga de BH. Há cerca de 25 anos benzendo, ela utiliza folhas, recomenda ervas e faz banhos para aqueles que buscam alguma cura.

A benzedeira participa de projetos que têm como objetivo implantar o benzimento nas práticas terapêuticas oferecidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Mãe Ana Maria recebe doações para manter o espaço onde benze as pessoas, no entanto, a doação não é obrigatória.

O atendimento acontece na casa da benzedeira, no bairro União, em BH, de segunda a sexta-feira. Mãe Ana Maria pede para agendar o benzimento por telefone, e informa o endereço apenas após a confirmação.

Telefone: (31) 99663-0999

Neiva Bitarães

Benzendo desde criança, Neiva Bitarães atende no Espaço Sagrado Tribo do Sol, em BH, e também em Caeté. A benzedeira utiliza plantas, defumação e velas, para a prática, e atende todos os tipos de pessoas.

Além disso, Neiva não cobra pelo atendimento, mas pede doação de um pacote de velas. Os interessados no serviço devem ligar para agendar o benzimento.

Endereço: Espaço Sagrado Tribo do Sol | Rua João Carneiro Resende, 53 – Palmeiras
Telefone: (31) 99668-1998

Dona Eugênia

Dona Eugênia é bastante conhecida em Santa Luzia, região metropolitana de BH, pela arte de benzer. Há quase 40 anos no ofício, a benzedeira já curou um paciente até nos Estados Unidos por meio do benzimento à distância.

Para benzer com Eugênia, não é preciso ter idade ou religião específica. A benzedeira atende de segunda à sexta-feira, na própria casa, de 12h às 17h, gratuitamente. O atendimento é com ou sem agendamento.

Endereço: Rua Catanduvas, 58 – Asteca

Olívia Andrade

Olívia Andrade está na lista de benzedeiras mais jovens de BH, embora esteja há cerca de 15 anos no ofício. Utilizando folhas, velas, pedras, incenso e rosário, ela benze pessoas de todas as idades e gêneros. Olívia também indica banhos e rezas.

Os atendimentos são às segundas-feiras, de 16h às 19h com horário marcado. Para agendar, o contato é pelo WhatsApp. Como contribuição, Olívia pede um quilo de alimento não perecível para doar.

Endereço: Bairro Floresta (A benzedeira optou por informar somente o bairro)
WhatsApp: (31) 98874-9023

Dona Amélia

Evelina Pereira, conhecida em BH como Dona Amélia, é uma benzedeira que participa ativamente do Congado da Urca, na região da Pampulha. Benzendo há 30 anos, Amélia aprendeu o ofício com o pai. Ela faz as orações utilizando o rosário.

Crianças, adultos e idosos podem procurar pela benzedeira, que oferece o serviço gratuitamente na própria casa. Amélia atende de segunda a sexta-feira, de manhã até à tarde antes do sol se pôr. Os interessados devem entrar em contato previamente.

Endereço: Rua Urca, 312 – Urca (próximo ao zoológico)
Telefone: (31) 98107-1155

Edição: Sinara Peixoto
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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