BH tem aumento nos casos de gripe e prefeitura classifica momento como de alerta para a população

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Volta às aulas presenciais pode ser um dos fatores que explica o aumento no número de casos em relação ao ano passado (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Após o anúncio de que o estado do Rio de Janeiro enfrenta uma epidemia do vírus Influenza, os estados vizinhos entraram em vigilância para um possível “surto de gripe”. Na capital mineira, a situação é de alerta para a população. Segundo a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), até agora, houve um aumento de 36% nos diagnósticos feitos em unidades de saúde em relação ao ano passado. Ao BHAZ, o infectologista Estevão Ribeiro explica que a redução das medidas restritivas explica parcialmente a alta em comparação a 2020.

No ano passado, foram realizados cerca de 273 mil atendimentos por doenças respiratórias nos centros de saúde, conforme dados da prefeitura. Já entre janeiro e 14 de dezembro de 2021, foram cerca de 373 mil atendimentos. Isso representa um aumento de cerca de 36% nos diagnósticos em relação ao ano passado.

“Nós tivemos um número muito pequeno em 2020 porque as medidas restritivas contra o coronavírus também afetaram essas outras doenças, então seria normal que quando essas medidas fossem reduzidas, volta ao comércio, às aulas, aos bares, etc., essas doenças voltassem a se transmitir em maior número em relação ao quantitativo do ano passado”, explica o médico infectologista Estevão Ribeiro, que também compõe o Comitê de Combate à Covid-19 da PBH.

Para o infectologista, estamos possivelmente voltando a uma “normalidade histórica” de diagnósticos. Ainda assim, ele reforça que é preciso avaliar a evolução da curva de casos nas próximas semanas. “Não deixa de ser algo preocupante, porque temos o potencial para termos uma explosão de casos que não seria desejado”, analisa.

Para o médico, ainda não podemos configurar a situação como um “surto de gripe” em BH, mas é necessário um estado de atenção para essa possibilidade. “Nós temos que esperar um pouco para ver, para configuramos ou não em um surto”, esclarece. Em nota (leia na íntegra abaixo), a prefeitura classificou a situação como de “alerta para a população”.

Casos graves

Também houve um aumento no número de casos nos últimos meses. Segundo a PBH, entre setembro a dezembro no ano passado, foram cerca de 92 mil atendimentos. Já entre janeiro e 14 de dezembro de 2021, foram por volta de 102 mil atendimentos, o que demonstra uma alta de 10,8% até agora.

Se comparado ao ano de 2020, houve aumento do número de atendimentos nos centros de saúde no referido período. Já nas UPAs, que são unidades de urgência e emergência, onde são atendidos os casos mais graves, não houve aumento considerável.

Nos dados estão incluídos os diagnósticos referentes a gripes causadas por influenza e com outras manifestações respiratórias por vírus identificado e não identificado, além de pneumonias virais, infecções agudas não especificadas das vias aéreas inferiores, entre outros.

Vacinação contra a gripe

A vacinação contra a gripe é outro fator que pode explicar o aumento nos diagnósticos. Segundo nota do Governo de Minas (leia na íntegra abaixo), há uma meta mínima de 90% de cobertura vacinal. No estado, esse número ainda está em 78,5%, enquanto na capital apenas 75% da população recebeu a vacina trivalente – que imuniza contra três vírus (H1N1, H3N2 e vírus influenza B).

O infectologista Estevão Ribeiro classifica a vacinação como “fundamental”, já que é a única barreira contra o vírus. “Esse é um outro fator importante, tem aumento da exposição em um ambiente de menor vacinação”, destaca.

O período oficial da 23ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza em Minas Gerais foi de 12 de abril até o dia 31 de agosto. Na capital, desde o dia 19 de julho, a vacina contra a gripe está sendo aplicada na população em geral, a partir dos 6 meses de idade. A Secretaria de Estado de Saúde recomenda que todos os municípios ampliem a oferta da vacina contra a influenza enquanto durarem os estoques do imunizante.

Segundo a PBH, a vacina continuará disponível para a população enquanto houver imunizante nas unidades. Para verificar os endereços dos centros de saúde, basta acessar o portal da prefeitura (veja aqui).

Sintomas

A administração municipal recomenda que a população procure as unidades de saúde da capital caso apresente sintomas gripais. Os indícios são muito parecidos com os de várias outras viroses. “Mal estar, fica com prostração, inapetência, dores nos músculos, articulações, mas podem ter também manifestações de via áreas, coriza, dor de garganta, tosse, febre”, pontua o médico.

As medidas de prevenção à gripe são semelhantes à da Covid-19, como higienização frequente das mãos, uso de máscaras e evitar aglomeração de pessoas, além de seguir o calendário de vacinação.

Nota da PBH na íntegra

“A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que, em 2020, foram realizados cerca de 273 mil atendimentos por doenças respiratórias nos centros de saúde e, em 2021, foram cerca de 373 mil atendimentos (dados até 14/12). No momento, a situação da capital é de alerta para a população.

Nos dados estão incluídos os diagnósticos referentes a gripes causadas por influenza e com outras manifestações respiratórias por vírus identificado e não identificado, além de pneumonias virais, infecções agudas não especificadas das vias aéreas inferiores, entre outros.

Segue abaixo comparativo dos atendimentos realizados no período de setembro a dezembro dos respectivos anos.

• 2020 – de setembro a dezembro, foram cerca de 92 mil atendimentos.
• 2021 – de setembro a dezembro (até 14/12), foram cerca de 102 mil atendimentos.

Se comparado ao ano de 2020, houve aumento do número de atendimentos nos centros de saúde no referido período. Já nas UPAs, que são unidades de urgência e emergência, onde são atendidos os casos mais graves, não houve aumento considerável.

A Prefeitura realiza a vigilância dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nos hospitais e UPAs para monitorar não só o estado de saúde dos pacientes como também qual o vírus predominante em cada inverno. Esses dados servem para orientar a assistência prestada aos pacientes assim como a elaboração das vacinas.

O município possui um Plano de Contingência para Enfrentamento da Influenza e outras doenças respiratórias. Desde 2020 o combate à Covid-19 foi incorporado a este plano. O plano prevê abertura e ampliação de serviços e monitoramento dos casos de doenças respiratórias no município.

É importante considerar que, caso a população apresente sintomas gripais, as unidades de saúde da capital estão preparadas para prestar toda a assistência necessária.

Até o momento, a cobertura vacinal contra a Influenza está em cerca de 75%. Desde o dia 19 de julho, a vacina contra a gripe está sendo aplicada na população em geral, a partir dos 6 meses de idade. O imunizante é enviado pelo Ministério da Saúde e continuará disponível para a população enquanto houver imunizante nas unidades. A vacina contra a Gripe é fornecida pelo Ministério da Saúde. Ela é trivalente e imuniza contra três vírus (H1N1, H3N2 e vírus influenza B).

Para verificar os endereços dos centros de saúde, basta acessar o portal da Prefeitura.

As medidas de prevenção à Gripe são semelhantes à da Covid-19: higienização frequente das mãos, uso de máscaras, evitar aglomeração de pessoas e vacinação”.

Nota do Governo de Minas na íntegra

“A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que, até o momento, foram detectadas sete amostras clínicas de influenza A/H3N2 pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) em 2021. Já em todo o ano de 2020, a Funed detectou 489 amostras clínicas para o vírus influenza.

Vacinação

A SES-MG informa ainda que todas as doses destinadas à vacinação para influenza já foram encaminhadas aos municípios, por meio da distribuição feita pelas Regionais de Saúde. Tendo em vista que o período oficial da 23ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza em Minas Gerais foi de 12 de abril até o dia 31 de agosto, a secretaria recomenda a ampliação da oferta da vacina contra a influenza para a população geral, a partir de seis meses de idade, enquanto durarem os estoques de vacina nos municípios. Sendo assim, cada pessoa deverá verificar na Unidade de Saúde do município de residência a disponibilidade de doses da vacina contra a influenza.

Ainda nesse sentido, foi solicitado que os municípios desenvolvam estratégias que visem melhorar o desempenho da vacinação de todos os grupos prioritários, na perspectiva de alcançar a meta mínima de 90% de cobertura vacinal, de forma homogênea, além de garantir a proteção dos grupos prioritários. A cobertura da Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza em Minas Gerais, segundo a última atualização, em 9/12/2021, é de 78,5% de pessoas vacinadas. É importante destacar que o preenchimento dos dados é de responsabilidade dos municípios, que têm até o dia 19/12 para inclusão das doses no sistema de informações.

Vigilância

No âmbito da Vigilância Epidemiológica, a Vigilância Sentinela da Influenza é realizada através da Vigilância Sentinela da Síndrome Gripal (SG). Dessa forma, a SG visa identificar:

– a circulação dos vírus influenza e de outros vírus respiratórios de interesse epidemiológico;

– a virulência em cada período sazonal;

– a existência de situações inusitadas ou o surgimento de novo subtipo viral;

– o isolamento de espécimes virais do influenza e o respectivo envio oportuno ao Centro Colaborador de Influenza (CCI) de referência para uma adequação da vacina sazonal.

No ano de 2021, o estado de Minas Gerais ampliou a Vigilância Sentinela da SG com a implantação de Unidades Sentinelas (US) de SG de modo a representar todas as regiões de saúde do estado. As equipes da Secretaria também acompanham a situação no estado vizinho e assessoram os municípios fronteiriços nas ações de vigilância.
A SES-MG reitera a necessidade de manutenção dos mesmos cuidados preventivos e boas práticas divulgados para outros vírus respiratórios, tais como o uso de máscara e manter o calendário de vacinação em dia contra a gripe nos momentos de campanha. A SES orienta ainda aos profissionais de saúde que façam a prescrição\tratamento oportuno do Fosfato de osetalmivir aos casos de maior risco de complicações pela gripe”.

Edição: Vitor Fernandes

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