Após incertezas da Covid, Rio recua e decide cancelar tradicional Réveillon de Copacabana

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Festa de Réveillon em Copacabana, no Rio de Janeiro, está cancelada (Gabriel Monteiro/Agência Brasil)

O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), cancelou a festa de Réveillon da capital, tradicionalmente realizada no bairro de Copacabana. O anúncio da medida aconteceu na manhã deste sábado (4), apenas cinco dias depois de ter confirmado que haveria a celebração. Segundo o Executivo Municipal, a decisão acata às recomendações do comitê científico do estado do RJ.

Eduardo Paes esclareceu que as opiniões dos comitês científicos municipal e estadual são divergentes, mas que ele irá adotar a medida mais restritiva. “O Comitê da prefeitura diz que pode. O do Estado diz que não. Então não pode”, declarou o prefeito.

“Vamos cancelar dessa forma a celebração oficial do Réveillon do Rio. Tomo a decisão com tristeza mas não temos como organizar a celebração sem a garantia de todas as autoridades sanitárias. Infelizmente não temos como organizar uma festa dessa dimensão, em que temos muitos gastos e logística envolvidos, sem o mínimo de tempo para preparação”, explicou o mandatário.

‘Não era isso que o governador vinha me dizendo’

O Executivo Municipal ainda esclareceu que o governador do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, não estava lhe comunicando sobre as recomendações do comitê científico estadual. “Se é esse o comando do Estado [não era isso o que vinha me dizendo o governador], vamos acatar”.

“Espero poder estar em Copacabana abraçando a todos na passagem de 22 para 23. Vai fazer falta mas o importante é que sigamos vacinando e salvando vidas”, afirmou Paes.

Nessa segunda-feira (29), a Prefeitura do Rio de Janeiro havia decidido que a festa de Réveillon seria mantida. De acordo com a CNN, a decisão se deu após uma reunião entre o Comitê Científico e a Secretaria Municipal de Saúde.

Prefeitura de Salvador cancela Réveillon

Por outro lado, a Prefeitura de Salvador, Bahia, anunciou já na segunda-feira o cancelamento do tradicional “Festival Virada”. O prefeito da capital, Bruno Reis (DEM), pontuou que mesmo com o avanço da vacinação, o cenário de incertezas provocado pela Covid-19 mostrou que não há como realizar o evento com segurança sanitária.

Na quinta-feira (2) foi a vez da Prefeitura de São Paulo cancelar o Réveillon na Avenida Paulista por conta da variante Ômicron, conforme anunciou o prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB). O mandatário também decidiu dar continuidade a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes abertos.

“Não é por conta de ter sido detectado algo grave, mas por ser necessário que se faça um monitoramento e o prazo ficaria muito curto para se tomar essa decisão lá na frente”, declarou o Executivo Municipal.

Situação em BH

Já em Belo Horizonte, a situação é diferente, uma vez que a prefeitura não tem o costume de promover festas na virada do ano. As festas que fim de ano que reúnem a população acontecem de forma privada.

Além disso, há o tradicional show de fogos na Orla da Lagoa da Pampulha, promovido pela TV Alterosa. Na virada do ano passado, o evento não aconteceu por conta da pandemia de Covid-19. Ao BHAZ, a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) confirmou que não planejou festa de Réveillon para a virada deste ano.

A prefeitura reforçou, ainda, que o atual protocolo de funcionamento dos eventos permite a realização de festas em espaços licenciados ou mediante licenciamento. As festividades podem acontecer desde que todas as pessoas apresentem teste negativo para Covid-19 ou comprovante de vacinação completa, entre outras medidas (confira aqui).

Cenário de incertezas

No entanto, não há certeza de que as festas privadas terão autorização de PBH para acontecer. O Executivo Municipal afirmou que “monitora de maneira permanente o cenário da pandemia e a situação pode ser reavaliada em caso de piora dos indicadores epidemiológicos e assistenciais, assim como ocorreu em outros momentos”.

Com Agência Brasil

Edição: Vitor Fernandes
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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