BH vai ganhar ‘refúgios climáticos’ inspirados em Paris para amenizar calor extremo

refúgios climáticos
Os moradores de Belo Horizonte vão ganhar alguns “refúgios climáticos” para se protegerem do calor extremo (PBH/Divulgação)

Os moradores de BH terão, a partir do mês que vem, alguns “refúgios climáticos” para se protegerem do calor extremo. A proposta foi debatida nessa quarta-feira (29) na Câmara Municipal de BH e apresentada pela gerente de Ações de Sustentabilidade, Sônia Knauer, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Sônia Knauer afirma que faz parte da iniciativa a implementação de bancos para descanso, árvores e bebedouros no Centro da capital. “O primeiro será implantado na rua Carijós e a proposta é começar pelo centro da cidade e avançar também para a periferia”. A iniciativa faz parte do programa Centro de Todo Mundo, da Prefeitura de Belo Horizonte.

Os endereços dos demais refúgios ainda não estão definidos. Também não há uma data definida para a implementação. Inspirados nos “Cooling Places” de Paris, os refúgios climáticos são áreas de resfriamento que serão implantadas estrategicamente pelas vias do Centro. Como um “oásis verde”, eles irão permitir ao cidadão se abrigar do sol e do calor.

Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, o conceito por trás do projeto é o que vem sendo aplicado em outras grandes cidades pelo mundo: de que qualquer cidadão não precise se deslocar grandes distâncias até encontrar uma área verde onde possa descansar e se abrigar do sol e do calor.

“Projetado com as mais modernas concepções de engenharia, o refúgio já estará preparado para receber chuvas e drená-las adequadamente. Também contarão com bancos para o cidadão descansar. A previsão é de que as primeiras unidades sejam inauguradas em dezembro, mas ainda não há uma data definida”, diz a administração municipal.

Outras medidas

Segundo Sônia Knauer, BH já conta com um inventário de emissão de gases do efeito estufa, plano para redução desses gases, estudo de vulnerabilidade climática e plano local e ação climática.

Sônia enfatizou que a capital tem realizado ações positivas para o meio ambiente como a implantação do BRT, instalação de lâmpadas de LED em semáforos e postes de iluminação pública, captação dos gases do aterro sanitário e projetos de plantio de árvores.

Durante a discussão, Lorena Machado, membro de sindicato que representa trabalhadores dos serviços de limpeza, destacou a falta de espaço adequado para os trabalhadores que precisam de ponto de apoio, de água potável em temperatura adequada, área de descanso e banheiro.

“Não há uma regulamentação que assegure a esses trabalhadores EPI. O pessoal está nas ruas de macacão, botas, carregando peso. Essa população precisa ser vista, ouvida e atendida nas suas necessidades”, ponderou. 

BH discute protocolo para eventos climáticos

A criação de um protocolo a ser adotado pelo município quando da ocorrência de eventos climáticos extremos, após a onda de calor que atingiu BH e outras cidades nas últimas semanas, foi debatida em audiência pública pela a Comissão de Administração Pública a pedido de Wagner Ferreira (PDT).

A criação de protocolos de enfrentamento ao problema, nos mesmos moldes que é feito pela gestão de risco e desastres, foi apontada como principal medida mitigadora a ser tomada pelo poder público. 

As altas temperaturas observadas na capital mineira no último mês devem se repetir no mês de dezembro e se estender até maio de 2024. O impacto do calor extremo acarretou um aumento de 40% de internações de idosos, morte de peixes na lagoa da Pampulha, desabastecimento de água em várias regiões de BH e aulas suspensas por falta d’água ou por falta de ventilação adequada nas escolas.

O parlamentar propôs a criação de um grupo de trabalho para elaborar um protocolo de enfrentamento do calor intenso. “Um grupo como o que é coordenado pela Defesa Civil e que atua de forma intersetorial no período chuvoso”, disse.

Com CMBH

Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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