Após várias ameaças frustradas de chuva, incluindo de granizo, o belo-horizontino se deparou com uma violenta tempestade na tarde deste sábado (26). Alagamentos, estruturas de residências – como janelas – destruídas, imóveis destelhados, acidentes e ao menos dois feridos: uma mulher em um acidente automobilístico e um idoso soterrado. Esse foi o saldo de uma chuva que contou com rajadas de vento mais fortes do que furacão: 131 km/h.
No caso mais grave na capital mineira, o Corpo de Bombeiros se mobilizou para socorrer um idoso de 75 anos que estava debaixo de escombros de um muro que cedeu, no Morro das Pedras, na região Oeste de Belo Horizonte. “A vítima apresenta falta de ar, está confusa e com um corte na cabeça sangrando bastante”, afirmou, por nota, a corporação às 17h30.
Já no acesso rural da estrada para Casa Branca, no Parque Rola Moça, em Nova Lima, uma mulher de 30 anos precisou ser socorrida pelo helicóptero dos bombeiros após cair, com o carro, em uma ribanceira. “Vítima masculina, 20 anos, inconsciente, porém com pulso e respiração estáveis”, informaram os militares. Ele foi encaminhado ao hospital João XIII.
Destruição
Diversas regiões de Belo Horizonte registraram destruição em decorrência da ventania. “E esse vento de BH? Ouçam o barulho, achei até que fosse o Apocalipse chegando”, exagerou um belo-horizontino nas redes sociais.
Janelas de prédios caídas na avenida Amazonas, além de um grande toldo no ponto de ônibus do MOVE na avenida Cristiano Machado foram registrados pelos bombeiros. Diversos semáforos foram desligados pela capital mineira, além de atendimentos a pessoas presas em elevador.
Ocorreram quedas de árvores em várias regiões da cidade. A Defesa Civil também foi acionada para atender um desabamento parcial de muro de arrimo na rua Úrsula Paulino, bairro Cinquentenário, na Zona Oeste.
Segundo o órgão, as regionais onde a chuva atingiu mais fortemente neste sábado foram Barreiro (30mm), Oeste (25,2mm), Centro-Sul (20,8mm) e Venda Nova (16,8mm). Também foi relatada falta de energia em diversos pontos da cidade.
Furacão
Belo Horizonte chegou a registrar uma rajada de vento mais forte do que furacão, segundo a Escala Beaufort. Segundo a Defesa Civil, ventos de 131 km/h foram registrados em um estação do Barreiro às 16h05. Acima de 116 km/h já é considerado furacão (veja mais abaixo).
Tal velocidade, segundo a escala Beaufort, pode significar estragos graves e generalizados em construções, obviamente dependendo da duração. A rajada mais forte registrada por uma estação do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) foi a de 98,2 km/h na região Oeste, também às 16h.
Ao BHAZ, o meteorologista Ruibran dos Reis explicou que a aproximação de uma frente fria aliada ao forte calor que fazia em BH ocasionou a chuva. “Tivemos a formação de um aglomerado de nuvens, por conta das altas temperaturas e da chegada de uma frente fria. Por consequência veio a chuva com muitos ventos e de intensidade forte, em alguns pontos de BH. A população precisa ficar atenta, pois os temporais podem acontecer até o início da noite”, disse.
