O influenciador mineiro Big Jhow foi preso mais uma vez, nesta quarta-feira (16), após seguir com o sorteio ilegal de uma Lamborghini mesmo após o sequestro judicial do carro. Ele já havia sido preso na última quinta (10) por desobediência após se recusar a entregar seus carros durante operação policial.
A PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal) requereu a prisão preventiva de Elizeu Silva Cordeiro, o Big Jhow, no domingo (13). A Justiça acatou o pedido, e a decisão foi encaminhada à Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), que o localizou no condomínio onde mora, em Esmeraldas, na Grande BH.
Segunda prisão
Segundo a PCDF, depois da primeira operação policial, o influenciador continuou anunciando o sorteio, desta vez prometendo entregar ao ganhador um valor correspondente ao da Lamborghini. A prisão foi requerida como “garantia da ordem pública”.
Ao determinar a prisão preventiva, o juiz de plantão do TJDF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal) sustentou que Big Jhow não “respeita as determinações judiciais e os preceitos legais e insiste em promover alienação que sabe ilegal”.
Ainda segundo o magistrado, “não se trata de simples rifa de bem de valor desprezível, mas de operação milionária”.
Primeira prisão
Big Jhow foi preso pela primeira vez na última quinta-feira, também em Esmeraldas, por desobediência. De acordo com a PCDF, ele se recusou a entregar os carros para os policiais. Na ocasião, ele assinou um termo circunstanciado de ocorrência e foi liberado.
A ação faz parte da operação Huracán, conjunta entre as polícias de Minas e do DF, que investiga a prática de “jogos de azar e lavagem de dinheiro”.
A Polícia Civil também bloqueou R$ 12 milhões de contas de pessoas físicas e jurídicas e apreendeu também uma lancha e um jet ski, em Esmeraldas, avaliados em R$ 700 mil.
No sábado (12), Big Jhow foi às redes sociais para falar sobre o sorteio da Lamborghini, dizendo que teve as contas bloqueadas pela Justiça.
“Eu não tenho condições de pagar a pessoa hoje, porque foram bloqueadas minhas contas e o carro está preso. Mas vou entrar em acordo com a pessoa para eu poder pagar algum valor, de alguma forma, nem que seja parcelado, do jeito que eu conseguir cumprir o combinado”, escreveu no Instagram.
Operação Huracán
Segundo a investigação da operação Huracán, o mineiro e outros influenciadores comandavam o grupo que promovia e rifava carros de luxo no Instagram e no YouTube.
De acordo com a polícia, já que os investigados têm milhares de seguidores, eles vendiam as rifas facilmente. Os valores das vendas seguiam para contas de empresas de fachada, que compravam novos carros, registrados em nome de “testas de ferro”.
A polícia aponta que os suspeitos movimentaram R$ 20 milhões em apenas dois anos, até março de 2022. Na primeira fase da operação, agentes apreenderam nove carros, dentre eles um Lamborghini Huracán e uma Ferrari Spider, avaliados em R$ 3 milhões cada um.