Caso Clara: Polícia Civil suspeita que o crime pode ter relação com necrofilia e apologia ao nazismo

13/03/2025 às 18h02
Caso Clara: Polícia Civil suspeita que o crime pode ter relação com necrofilia e apologia ao nazismo
Segundo a PC, jovem foi enforcada assim que entrou na casa. (Reprodução/Redes Sociais + Street View)

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que a morte de Clara Maria Venâncio Rodrigues, de 21 anos, pode ter relação com necrofilia e apologia ao nazismo. O corpo da jovem foi encontrado nessa quarta-feira (12), na rua Frei Leopoldo, no bairro Ouro Preto. As informações foram divulgadas na tarde desta quinta-feira (13) durante uma coletiva.

A jovem foi morta após cobrar uma dívida de R$400,00 de um ex-colega de trabalho, Thiago Schafer Sampaio, de 27 anos. A Polícia Civil suspeita que o crime tenha ocorrido no domingo, pois, no dia seguinte, Clara estaria de folga do trabalho, o que reduziria as chances de suspeitas sobre o desaparecimento.

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Nessa quarta-feira (12), três suspeitos foram presos, incluindo Thiago, que morava na residência onde o crime ocorreu. Os outros dois suspeitos, Kennedy Marcelo da Conceição Filho, de 34 anos, e Lucas Rodrigues Pimentel, de 29 anos, foram localizados em locais distintos. Kennedy foi liberado após imagens de câmeras de segurança confirmarem que, no momento do assassinato, ele estava saindo do trabalho.

Segundo as investigações preliminares, a motivação do crime por parte de Thiago seria ciúmes, pois ele teria tentado manter relações com a jovem. Na última quinta-feira (5), o suspeito viu Clara e o namorado juntos e, no dia seguinte, enviou uma mensagem informando que devolveria o dinheiro.

Lucas, de 29 anos, teria assassinado a jovem motivado pelo ódio que nutria por ela. Em uma ocasião, Clara o teria repreendido por fazer declarações nazistas durante uma conversa em um bar. Ele também já havia afirmado a amigos que tinha “propensão a atos de necrofilia”. Segundo a PC, o suspeito faz apologia ao nazismo e fala alemão fluentemente.

Jovem foi enforcada

Conforme a PCMG, Thiago, que trabalhou com a jovem em uma padaria da região, teria pedido dinheiro emprestado para comprar ração para o cachorro. Como haviam passado três meses, ela não esperava receber o dinheiro e não queria mais contato com ele.

No domingo (9), o suspeito enviou uma mensagem para Clara pedindo para se encontrarem após o serviço. Os dois se encontraram por volta das 22h45 em um local intermediário, entre a casa de Thiago e o trabalho da jovem. No entanto, ele alegou ter esquecido o dinheiro e a convenceu de ir até a residência para buscá-lo e fumar um cigarro de maconha.

Ainda segundo a PCMG, Clara teria sido morta por enforcamento assim que entrou na casa, por volta das 23h. Em depoimento, Thiago afirmou que pretendia roubar a jovem e os aplicativos de banco dela e, por isso, a chamou até a residência.

A investigação também indica que o corpo da jovem, sem roupa, teria ficado na cama do suspeito até a tarde de segunda-feira (10), quando tentaram enterrá-la. A polícia suspeita de necrofilia, apesar de Thiago alegar que não teria tocado ou tirado foto do corpo. Os exames para avaliar se houve ou não violência sexual foram feitos e a polícia aguarda o resultado.

Segundo a PCMG, durante os depoimentos, foi percebida uma atitude de frieza por parte dos suspeitos. Nenhum deles possuía antecedentes criminais e os dois trabalhavam em bares.

Clara Maria Venâncio Rodrigues desapareceu no último domingo (9) (Reprodução/Redes Sociais)
Clara Maria Venâncio Rodrigues desapareceu no último domingo (9) (Reprodução/Redes Sociais)

Entenda

Antes de sumir, Clara Maria avisou ao amigo que morava com ela que iria até a casa de um ex-colega de trabalho para cobrar a dívida. No mesmo dia, às 22h45, Clara enviou uma mensagem para o colega dizendo que havia recebido o dinheiro e estava voltando para casa.

O trajeto demoraria cerca de 10 minutos. Como a jovem não chegou em casa, o amigo enviou novas mensagens e tentou ligar para a colega, mas não teve sucesso. Por volta de 0h08 de segunda-feira (10), ele recebeu uma mensagem do número de Clara. O texto dizia: “Oi, estou bem. Estou ocupada agora”.

Durante a manhã, ele tentou falar com Clara novamente e recebeu outra mensagem que o chamava de “amiga”. A forma como os textos foram escritos causou estranhamento no jovem, pois era diferente da comunicação entre eles. Por fim, ele tentou ligar para o homem que devia os R$ 400 para Clara. O suspeito também não atendeu. Em seguida, os telefones de ambos davam mensagem de fora de área ou desligados.

O amigo de Clara acionou a polícia e registrou um boletim de ocorrência de desaparecimento. Cartazes com fotos dela foram espalhados e vários locais. Após buscas, investigadores encontraram o corpo da jovem na casa do credor.

Ana Magalhães

Jornalista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi estagiária do Jornal Estado de Minas e do programa Agenda da Rede Minas de Televisão. Repórter do BHAZ desde agosto de 2024.

Ana Magalhães

Email: [email protected]

Jornalista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi estagiária do Jornal Estado de Minas e do programa Agenda da Rede Minas de Televisão. Repórter do BHAZ desde agosto de 2024.

Vinícius Sampaio

Email: [email protected]

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa. Foi repórter da Fundação Rádio e Televisão Educativa e Cultural de Viçosa (Fratevi). Repórter no BHAZ desde novembro de 2024.

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