Um cirurgião plástico de Belo Horizonte foi criticado depois de promover uma festa em seu apartamento, durante a pandemia de Covid-19, no sábado (19). Nas redes sociais, o médico postou vídeos do evento, que contou com a presença de uma DJ e dezenas de convidados.
O profissional da saúde tem mais de 125 mil seguidores no Instagram e é especialista na cirurgia de lipoaspiração de alta definição, conhecida como “Lipo Lad“. Nos vídeos publicados pelo médico, várias pessoas aparecem bebendo e dançando no apartamento, na capital mineira.
Uma paciente do cirurgião, que não quis se identificar, contou ao G1 que o profissional “sempre dá estas festas, só que agora teve coragem de postar”. Segundo ela, a consulta com o médico custa em torno de R$ 1,5 mil, e pessoas de fora da cidade vêm a Belo Horizonte para fazer procedimentos estéticos com ele.
“Um absurdo um profissional da saúde fazer umas coisas dessas. Uma festa, em meio à pandemia. Dá festa e depois opera, já imaginou o risco? Estou indignada”, disse a mulher. Ainda segundo o portal, os vídeos que registravam a festa foram apagados do perfil de Gustavo Aquino na manhã desse domingo (20).
O BHAZ tentou entrar em contato com a clínica do cirurgião por meio do telefone e do WhatsApp, mas não obteve retorno. Caso o médico se pronuncie, esta matéria será atualizada.
‘Pandemia não acabou’
Procurada pelo BHAZ, a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) ressaltou que a pandemia de Covid-19 não acabou. De acordo com o último boletim epidemiológico, divulgado na sexta-feira (18), a capital registra 59.141 casos da doença e 1.781 mortes em decorrência dela.
“Neste sentido, se faz necessário adotar as medidas de prevenção indicadas pelas autoridades de Saúde”, pontuou a administração municipal, por meio de nota (leia na íntegra abaixo). A PBH também destaca que a Guarda Municipal não pode entrar em residências para fiscalizar o cumprimento das determinações de prevenção da Covid-19.
“Sobre fiscalização em residências, com base no inciso XI do Artigo 5º da Constituição Federal, que define o direito fundamental relativo à inviolabilidade domiciliar, ‘a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial'”, diz a nota.
Nota da PBH
“A Prefeitura de Belo Horizonte recomenda que os cidadãos não realizem e nem participem de eventos e confraternizações de final de ano.
Sobre fiscalização em residências, com base no inciso XI do Artigo 5º da Constituição Federal, que define o direito fundamental relativo à inviolabilidade domiciliar, “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.”
A Guarda Municipal, portanto, não tem o poder de entrar nos domicílios particulares para verificar o cumprimento do distanciamento mínimo entre as pessoas e das demais medidas preventivas contra a propagação da pandemia.
A corporação ressalta, porém, que a pandemia não acabou. Neste sentido, se faz necessário adotar as medidas de prevenção indicadas pelas autoridades de Saúde”.