Colégio Santo Agostinho recebe abraço simbólico após ser acusado de doutrinação

Colégio Santo Agostinho/Reprodução

Depois de o Colégio Santo Agostinho, um dos mais tradicionais de Belo Horizonte, ter recebido uma notificação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por uma suposta doutrinação sobre ideologia de gênero, pais, alunos, ex-alunos e professores se juntaram para dar abraços simbólicos em três unidades da instituição. O ato aconteceu na tarde dessa quinta-feira (29), em Belo Horizonte, Contagem e Nova Lima. Além disso, ex-alunos também emitiram uma carta aberta em repúdio a ação do MPMG.

“Fiquei muito indignado com situação. Eu já não tinha gostado da carta dos pais no ano passado, mas isso agora passou completamente dos limites, do bom senso. Informações distorcidas, discrepantes com a realidade”, explicou o ex-aluno Matheus Ladeira, ao BHAZ.

De acordo com o ex-aluno, que estudou na unidade de Nova Lima, o abraço foi uma iniciativa de pais de alunos do colégio. “Após a carta de apoio que os ex-alunos fizeram, os pais também se manifestaram”, explicou. Além dos pais, alunos, ex-alunos e professores também foram prestigiar o ato.

O Colégio Santo Agostinho, de Nova Lima, emitiu uma nota de agradecimento por “todo o apoio, solidariedade e carinho que vem recebendo da sociedade, por meio de inúmeras mensagens, e-mails, cartas de apoio assinadas por centenas de famílias e outras manifestações de apreço ao Colégio”. Leia na íntegra AQUI.

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Colégio Santo Agostinho/Reprodução
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Carta em apoio

De acordo com o MPMG, a instituição conduziu aulas com um material didático de conteúdo impróprio, dito como Teoria de Gênero. O órgão afirma que isso teria desrespeitado os valores éticos e sociais da pessoa e da família. Por meio de nota, o colégio afirma que as acusações são falsas e que as medidas judiciais cabíveis de defesa já estão sendo tomadas.

Os ex-alunos decidiram se manifestar, por meio de nota, no momento em que souberam da situação. “Fomos criados por essa instituição, o colégio nos moldou. Queríamos mostrar que, na verdade, a escola nos deu um ensino de excelência”, conta ao BHAZ o advogado e mestrando da UFMG, Felipe Gallo, que se formou na escola em 2011.

“A instituição nos ensinou a importância da educação cívica, com respeito à diversidade e aos direitos humanos. Nos ensinou que um excelente aluno não é aquele que simplesmente absorve o conteúdo programático exposto em sala de aula, mas aquele que atua sempre pelo bem da comunidade”, diz trecho da nota.

No texto, os ex-alunos repudiaram “a ação civil pública proposta pelo MPMG, bem como as constantes ações abusivas por grupos de pais que, desde 2017, vêm tomando atitudes descabidas contra a instituição”. Eles acreditam que “a educação precisa ser livre e despida de quaisquer discursos manipuladores que visam impedir a formação de um pensamento crítico ou que vá de encontro aos direitos humanos”.

Os autores da nota ainda convidam pais, alunos e ex-alunos que não concordam com a opinião dada na nota para uma discussão. “Estamos dispostos a discutir nossas experiências na escola para refletirmos como esse modelo de ensino nos auxiliou em nossa formação”. Confira a nota, na íntegra, por AQUI.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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