Copasa inicia rodízio no fornecimento de água na Grande BH; 2 milhões serão afetados

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Previsão é de que o rodízio dure até 20 de março (Pedro França/Agência Senado)

A Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) inicia, na noite desta terça-feira (8), o sistema de rodízio em algumas regiões da Grande BH. O fornecimento de água será interrompido sempre às 22h e restabelecido às 22h do dia seguinte. Dessa forma, cada região afetada ficará desabastecida por 24 horas, de acordo com o cronograma divulgado pela Copasa (veja abaixo).

A medida será necessária até 20 de março, até que a estrutura temporária da adutora que se rompeu seja construída no Sistema Serra Azul, para normalizar o abastecimento. O rompimento de uma adutora localizada no limite entre Juatuba e Betim, no último dia 1º, impactou o abastecimento na região metropolitana de BH.

O rodízio ocorrerá por grupos nas cidades de Belo Horizonte, Betim, Contagem, Ribeirão das Neves e Santa Luzia, com abastecimento por três dias a cada quatro dias – ou seja, três dias com abastecimento para um dia sem.

Cronograma

Confira abaixo as datas previstas pela Copasa:

Sem água em 8, 12 e 16 de março:

Serão afetados os bairros São Benedito, Santa Clara e São Cosme, em Santa Luzia; Venda Nova e Landi, em Belo Horizonte; Centro, Santa Helena e Estância do Hibisco, em Contagem; Imbiruçu, São Luiz e Petrolândia, em Betim; e Justinópolis, em Ribeirão das Neves.

Sem água em 9, 13 e 17 de março:

A segunda região que ficará sem água inclui os bairros Cabral e Nacional, em Contagem, além dos municípios de Lagoa Santa, Vespasiano e São José da Lapa.

Sem água em 10, 14 e 18 de março:

Nessas datas serão afetados os bairros Barreiro, Betânia e Buritis, em Belo Horizonte; Riacho das Pedras, Eldorado, Cidade Industrial e Industrial, em Contagem. 

Sem água em 11, 15 e 19 de março:

A quarta região afetada engloba os bairros Alípio de Melo, Caiçara e Ouro Preto, em Belo Horizonte; e Água Branca e Ressaca, em Contagem; Centro, Angola, Ouro Negro, Montreal, Petrópolis e PTB, em Betim.

Rompimento da adutora

O anúncio foi feito pelo diretor-presidente da Copasa, Carlos Eduardo Castro, que explicou que, apesar das diversas ações realizadas pela empresa desde o rompimento da adutora, o déficit de 15% da produção tem dificultado que a água chegue em partes mais altas e distantes do reservatório.

O incidente, segundo Castro, foi causado por um incêndio que atingiu a estrutura que sustentava a adutora. 

“Neste momento, temos que ser muito claros e transparentes com a sociedade. Tivemos um evento do qual não tínhamos controle e estamos tomando todas as medidas, e a adoção desse rodízio, por mais que não seja uma medida das mais simpáticas, é necessária para que todos tenham o abastecimento regular”, explicou. 

Dois milhões de moradores afetados

O presidente explicou ainda que cada uma das quatro regiões afetadas tem cerca de 500 mil pessoas. “Isso quer dizer que, em cada momento do rodízio, 500 mil pessoas serão impactadas por dia, o que representa menos de 10% da população da região metropolitana de BH”, destacou. 

O superintendente da Unidade de Negócios Metropolitana, Sergio Neves, disse que as regiões próximas à BR-040 – como Esmeraldas – não entraram no rodízio exatamente por serem a áreas onde a população foi mais afetada.

“As quatro regiões que farão parte do rodízio já têm um abastecimento regular na maioria do tempo ou praticamente não sofrem com a intermitência. Então, por isso que a gente está buscando dividir isso, para que todos possam ter acesso a água nesse período, até que a obra provisória fique pronta”, disse.

Economia de água

A companhia pede ainda aos moradores da capital e de cidades do entorno, que não foram afetados pelas intercorrências, que utilizem a água de forma racional para que a distribuição chegue por igual a toda população.

Segundo a Copasa, as altas temperaturas registradas nos últimos dias fazem com que o consumo de água aumente nesse período.

Nova adutora

A Copasa já iniciou a obra provisória – com previsão de conclusão em 18 de março -, que consiste na construção de uma adutora de menor porte, paralela à existente. Isso irá possibilitar uma recuperação de abastecimento do sistema Serra Azul, da ordem de 600 a 800 litros de água por segundo.

Antes do rompimento da adutora, o sistema Serra Azul vinha trabalhando com uma produção de 2 mil litros por segundo. Em paralelo, já foram contratados os projetos para construção do novo trecho sobre o rio Paraopeba.  

Edição: Giovanna Fávero
Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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