Professores de BH reclamam de máscaras e vereadora pede distribuição de PFF2

máscara covid
Máscara é essencial no combate ao novo coronavírus (FOTO ILUSTRATIVA: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Uma indicação encaminhada à PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) solicita a distribuição gratuita da máscara PFF2 aos professores da rede municipal de ensino. O pedido partiu da vereadora Duda Salabert (PDT) após servidores reclamarem da qualidade do material recebido. O sindicato da categoria reforça as críticas. A prefeitura, por sua vez, alega que as máscaras alvo de críticas “não correspondem às disponibilizadas”.

“Protocolei na Câmara uma indicação à prefeitura para que máscaras PFF2, mais seguras, sejam distribuídas gratuitamente aos profissionais da rede municipal de educação”, postou a parlamentar em perfis nas redes sociais.

“Diferentemente das máscaras de pano, cuja ideia é diminuir as chances de a pessoa contaminada infectar as outras, as PFF2/N95 filtram até 94% das partículas contaminantes”, complementou Duda. O BHAZ tentou contato com a parlamentar, mas não teve as chamadas atendidas.

Por meio da assessoria, Duda explicou que a indicação foi feita, pois, além das máscaras PFF2 serem as mais recomendadas e eficazes neste momento da pandemia, os servidores estavam reclamando das que foram mandadas para as escolas.

O documento protocolado na CMBH (Câmara Municipal de Belo Horizonte) não tem caráter de lei. Sendo assim, após a PBH recebê-lo cabe à ela decidir por seguir ou não o que foi solicitado.

‘Péssima qualidade’

Em conversa com o BHAZ, Vanessa Portugal, diretora do Sind-Rede BH (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte), comentou sobre as condições dos produtos entregues pela PBH.

“As máscaras são de péssima qualidade. Nas escolas chegaram dois modelos. Uma de malha que não tem o tamanho adequado e uma descartável que não é dupla. Esta descartável é muito parecida com TNT e chegou em grande quantidade”, diz.

A representante sindical conta que isso contribuiu para a categoria não apoiar a volta às aulas presenciais. “Nós fizemos a denúncia no processo judicial e pedimos a suspensão das aulas. Falta qualidade nos EPIs (Equipamento de Proteção Individual)”.

máscara professores
Qualidade do material da máscara é questionado pelos profissionais (Arquivo pessoal/Vanessa Portugal)

O que diz a PBH?

Procurada pelo BHAZ, a PBH informou que a repassou à Secretaria Municipal de Educação “máscaras de proteção artesanais em tecido e descartáveis em TNT”. “As máscaras adquiridas pela Secretaria Municipal de Saúde passam por avaliação de equipe técnica da secretaria no tocante ao atendimento das especificações e orientações técnicas, incluindo questões de qualidade e segurança”, disse em nota (leia na íntegra abaixo).

Novas aquisições, segundo o Executivo municipal, “estão sendo estruturadas e desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Educação, considerando as definições em protocolos específicos de vigilância em saúde para atividades presenciais em creches, escolas de ensino infantil, fundamental e médio”.

Indagada sobre as críticas de professores com a máscara recebida, a prefeitura pontuou: “Vale ressaltar que a informação que questiona a qualidade das máscaras, informada pelo sindicato, bem como a foto que tem sido divulgada em algumas manifestações, não correspondem às máscaras disponibilizadas pela Prefeitura de Belo Horizonte”.

Nota da PBH na íntegra

“A Prefeitura de Belo Horizonte informa que foram repassadas à Secretaria Municipal de Educação máscaras de proteção artesanais em tecido e descartáveis em TNT.

As máscaras adquiridas pela Secretaria Municipal de Saúde passam por avaliação de equipe técnica da secretaria no tocante ao atendimento das especificações e orientações técnicas, incluindo questões de qualidade e segurança.

As novas aquisições estão sendo estruturadas e desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Educação, considerando as definições em protocolos específicos de vigilância em saúde para atividades presenciais em creches, escolas de ensino infantil, fundamental e médio.

Além das máscaras, todos os professores de alunos de 4 meses a 8 anos utilizarão face shild, assim como avental e luvas para casos em que participam de cuidados pessoais.

Vale ressaltar que a informação que questiona a qualidade das máscaras, informada pelo sindicato, bem como a foto que tem sido divulgada em algumas manifestações, não correspondem às máscaras disponibilizadas pela Prefeitura de Belo Horizonte”.

Edição: Giovanna Fávero
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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