Cruvinel: Novo artista de Belo Horizonte dá refresco na cena do MPB

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Cruvinel, trio Sakanaje e Tamara Franklin são alguns dos artistas da Grande BH que você precisa conhecer (Divulgação/Iury Emanuel + Reprodução/@sakanaje + @tamara_franklinn/Instagram)

A seleção de novos artistas desta semana está 100% mineira. Cruvinel, Davi Leão, Sakanaje, Mano Piu e Tamara Franklin são alguns dos talentos locais cujo trabalho vale à pena conhecer. Originalidade nas letras e melodias é o que não falta nessas vozes.

Cruvinel abre a seção contando sua história paralela à banda Noema. O cantor lançou seu primeiro álbum, “Absorvendo Tudo”, mirando o sonho da carreira solo. Se você gosta de afrobeat e reggaeton vai amar saber que um trio belo-horizontino Sakanaje está investindo nesses ritmos.

Davi Leão vem na sequência, imprimindo sensibilidade no melhor da MPB contemporânea. Em seguida, tem o Mano Piu, MC morador do Ribeiro de Abreu que está dando um restart na carreira aos 42 anos. E por último, mas não menos importante, toda a potência e lindeza da música de Tamara Franklin.

Boa leitura (e bom proveito!).

Cruvinel

Aos 24 anos, Cruvinel acaba de lançar o primeiro álbum, o “Absorvendo Tudo”. Uma síntese de relacionamentos amorosos, encontros na noite de BH, frustrações e referências da MPB levaram o jovem artista a apresentar seu primeiro trabalho ao mundo.

Natural de Ituiutaba, região do Triângulo Mineiro, João Pedro Cruvinel se mudou para Belo Horizonte com apenas um ano de idade, mas foi a cultura que sua família herdou da cidade de 100 mil habitantes que fez a paixão pela música nascer no artista.

“Meu pai tocava violão por hobby, minha família tem uma congregação com o sertanejo raiz, com a catira que é uma dança folclórica e aí eu cresci muito nesse meio de moda de viola”, conta Cruvinel ao Rolê BHAZ.

Um violão e um sonho

O irmão mais velho do artista, o Lauro, demonstrou interesse por começar a tocar guitarra por causa do gosto por rock. “Para tocar guitarra tem que tocar violão antes”, dizia o pai dos irmãos, João Carlos. Porém, Lauro não quis muito saber do instrumento, e Cruvinel viu a oportunidade para se apossar do violão.

“Eu peguei o violão que ele tinha, comecei a pegar os livrinhos que ensinam a tocar e aprendi”, lembra o artista. Já na adolescência, Cruvinel começou a usar as redes sociais para compartilhar vídeos cantando. “Começou a dar muito certo e a ter uma visibilidade muito legal”, conta.

“Eu já gostava muito da questão da performance, de estar em cima do palco, mas eu nunca entendi que eu queria ser cantor, eu gostava mas sempre tive muito medo. Porém, com os vídeos, comecei a ter mais coragem de ir para a música”, relembra.

Vida noturna

Aos 16 anos, o artista começou a ter contato com outros que tocavam nos pubs e bares de BH, e entrou para a cena dessa forma. “Comecei a ter um apoio muito grande dos meus pais também, que acho que foi uma coisa que me fez mudar a cabeça e viver mesmo disso”, comenta.

Faculdade de música, parceria com artistas locais e a criação da banda Noema. O grupo, formado por integrantes de BH, tem parte importante na carreira do cantor. Iniciada no fim de 2019, a banda nasceu de uma vontade de Cruvinel em tocar em grupo.

“Comecei a compor junto com os meninos, começamos a rodar mais ou menos, veio a pandemia e então deu uma baqueada, porque foi o início da banda”, relata o artista. No momento, o grupo está em stand by para Cruvinel se dedicar à carreira solo, que é seu sonho.

“A gente produziu um álbum, faltam os toques finais. Como o meu sonho mesmo era o trabalho solo, conversei com os meninos da banda para dar uma segurada no disco, então a ideia é lançar ele em 2024. Foi mais ou menos uma pausa para eu focar realmente”, explica o cantor.

Lançamento de ‘Absorvendo Tudo’

Aproveitando o break da banda, Cruvinel lançou seu primeiro álbum, no dia 16 de novembro. Através do selo Música aos Montes, o trabalho, que era para ser um EP, deu origem a um projeto mais robusto devido à disposição do artista e dos produtores em fazer mais músicas.

“O conceito do álbum foi algo que mostrasse para as pessoas quem eu realmente sou. Acaba que a gente fica com muito medo de tentar ser autêntico e a galera não gostar, então a gente fica caminhando para o lado que outros artistas estão indo”, diz o cantor.

A ideia, com o disco, era manter a autenticidade. “Eu queria fazer uma parada minha que as pessoas escutassem e falassem, ‘isso é Cruvinel'”, declara. “A questão de absorver é que eu estou aqui estudando, praticando, entendendo”, completa. Cruvinel está absorvendo tudo em seu universo.

Ouça o álbum Absorvendo Tudo:

O próximo show de Cruvinel em BH será no dia 16 de dezembro, no Festival Storm. Siga do Instagram do artista e fique por dentro de mais detalhes!

Sakanaje

Sakanake é um trio formado pelos artistas Di Paiva, Drizzy e lelleo, todos de Belo Horizonte. Drizzy é cantor e foi finalista do Duelo Nacional de MCs, em BH, no ano de 2017. Di Paiva também canta e passa pelo reggaeton, pelo afrobeat e pelo hip–hop. Lelleo é beatmaker e já passou do rock ao afrobeat.

A junção dos três resultou no primeiro EP do grupo, intitulado “Sakanaje Né”, lançado no dia 10 de novembro. Para quem gosta de reggaeton e afrobeat, irá se surpreender ao ver artistas belo-horizontinos apostando nos ritmos, com uma referência muito clara a Calm Down em “Cafofo”.

O projeto tem 7 faixas, desenvolvidas durante mais de um ano. Duas delas, “Veneno” e “Tô Solto”, são colaborações com outros artistas locais, Paige e MC Leozin com MC Laranjinha, respectivamente. “São músicas que todos nós nos orgulhamos”, declara Lelleo.

Ouça Sakanaje Né:

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Davi Leão

Em grandes palcos desde os 12 anos, Davi Leão é um multi-instrumentista, cantor e compositor que acaba de embarcar em sua carreira autoral. Ainda na pré-adolescência, o artista participou da banda Poison Gas, mais tarde Fulgaz, tocando clássicos do rock.

O grupo levou o então jovem cantor para palcos como Planeta Brasil e International Beatle Week, em Liverpool. Agora mais velho, o artista de Belo Horizonte lançou seu primeiro EP, o “Villa Rica”.

O projeto procura transmitir a atmosfera do interior de Minas Gerais e tem participações de outros artistas de BH, como Augusta Barna, Cruvinel e Flor Grassi. Davi tem como referência a MPB clássica, apresentada pelo pai desde cedo.

Confira o EP do artista:

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Mano Piu

Aos 42 anos de idade, o tempo não é problema para Mano Piu, que voltou para o rap no ano passado. A trajetória de Davidson começou como MC, lá em 1998, porém foi interrompida em 2005 por causa da igreja.

Agora, o artista está de volta participando de músicas, representando a Crew Rima Viva e com um álbum à vista, cujo nome ele revelou ao BHAZ: “Amores e Dores”. O projeto promete falar sobre as vivências de Mano Piu, além de coisas que ele viu e ouviu durante a trajetória.

Morador de Belo Horizonte, o artista independente tem dois shows marcados na capital mineira, sendo um neste sábado (2), no Centro Cultural Lindeia/Regina, às 13h. O outro show acontecerá no mesmo dia, na Tupi Block Party, uma festa de rua no bairro Tupi, de 8h às 18h.

Veja o trabalho de Mano Piu:

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Tamara Franklin

Tamara Franklin é uma rapper mineira nascida em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte. Começou a escrever os primeiros versos aos oito anos de idade, e hoje, consolidou-se como uma artista de voz marcante e personalidade nas letras.

Neste ano, a artista participou do Festival Novos Encontros com Criolo, e do Projeto Sons Brasil no show da Orquestra Imperial. Em sua música, a cantora mescla ancestralidade e contemporaneidade.

Na última sexta-feira (24), Tamara lançou o EP “Guia Rápido para Gostosas Orgulhosas Rimarem Sofrência”. São três músicas que falam sobre autoamor, independência emocional e rompimento com relacionamentos tóxicos, explorando a temática racial no âmbito amoroso.

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Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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