O deputado estadual e candidato à reeleição Osvaldo Lopes (PSD), autor da lei que proíbe carroças em Belo Horizonte, foi ameaçado de morte nessa terça-feira (6).
Por meio de áudio no WhatsApp, um carroceiro disse que o parlamentar está “merecendo tomar um bocado de tiro na cara”.
“Atenção. Fui ameaçado de morte! Mas não vão me calar e muito menos me fazer parar”, começou em post no Instagram, nessa quinta-feira (8).
“É, Osvaldo Lopes. Falar com o senhor um negócio, viu. O senhor tá merecendo tomar um bocado de tiro na cara. Não é voto, não, seu desgraçado”, diz o homem na gravação.
Osvaldo pontua que muitos profissionais da categoria o ameaçam desde que ele começou a lutar pelo fim dos veículos de tração animal. Dessa forma, com a Lei 11.285/21, proposta em 2017 e sancionada ano passado, os carroceiros precisam substituir os veículos de tração animal em até dez anos.
Luta pelo bem-estar animal
Segundo o parlamentar, ele já tomou as medidas judiciais cabíveis contra o suspeito. Osvaldo é autor da lei Carreto do Bem, que começou a substituir as carroças em BH por veículos motorizados.
“Muitos carroceiros acreditam que o processo vai deixá-los desempregados. Mas o meu programa inclui qualificação profissional, apoio financeiro e medidas socioeducativas”, afirma. Osvaldo ainda garante que ameaças e intimidações não vão impedi-lo de lutar pelo bem dos animais.
“Quando concluirmos esse processo, Belo Horizonte vai estar à frente de muitas cidades no mundo todo onde é comum a utilização de carroças. Por isso, não vamos ser intimidados até conseguir nosso objetivo: proteger os animais contra todas as maldades!”, escreveu o candidato à reeleição.
Nos comentários do post, Osvaldo foi reconfortado por seguidores e admiradores. “Deus te abençoe e proteja meu amigo. A causa é muito nobre!!!”, escreveu uma mulher. Além dela, outra comentou: “Vou votar no senhor!!!!! Parabéns pelo trabalho!!!!!”.
Fim das carroças em BH
A lei prevê a substituição gradativa dos veículos de tração animal e dá prazo de dez anos para que os carroceiros se adaptem ao modelo motorizado “adaptado de uma motocicleta acoplada a uma caçamba de baixo custo e simples manutenção”.
Segundo a CMBH (Câmara Municipal de Belo Horizonte), os indivíduos que continuarem a usar animais após o prazo serão multados. A lei permite convênios entre a prefeitura e entes públicos e/ou privados e destinação de dotações orçamentárias próprias para que o programa continue.
Nos anos anteriores à sanção da lei, a proposta gerou polêmica e foi intensamente debatida por carroceiros, defensores de animais e vereadores. O PL chegou a ser suspenso após a votação em 1º turno, em 2018. No segundo turno, contudo, foi aprovado por 28 x 9 na penúltima reunião plenária de 2020.
Os parlamentares incorporaram as Subemendas 1, 2 e 3 da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana ao texto final, determinando o prazo de uma década, a microchipagem dos cavalos, capacitação dos condutores e apreensão de animais pela PBH. As três últimas foram vetadas pelo Executivo, que alegou vício de iniciativa.
Com CMBH