O Circuito Cultural UFMG recebeu o artista Dudu do Cavaco e sua banda para a Quarta Doze e Trinta desta quarta-feira (18). Dudu é o primeiro músico com Síndrome de Down a gravar um DVD profissional no Brasil. O show gratuito foi aberto ao público e ocorreu na Praça de Serviços do campus Pampulha. A apresentação também faz parte da 10ª Semana de Saúde Mental e Inclusão Social da UFMG.
Eduardo Gontijo, o Dudu, começou a interessar-se por música desde cedo e hoje toca dez instrumentos, sendo uma referência no cavaquinho. O músico já abriu shows de diversos artistas brasileiros, entre eles Lenine, Zélia Duncan, Mônica Salmaso, Paulinho Pedra Azul e a Orquestra de Câmara Sesiminas.
A apresentação de Dudu na universidade contou com um público animado e teve músicas famosas como “Garota de Ipanema” no repertório. “Eu fiz um show aqui, na UFMG. Agradeço a todos vocês, vocês estão no meu coração sempre. Um beijo do Dudu”, disse o artista ao BHAZ após o show, que ainda contou com presença e desfile da esposa dele, Vitória. O comando da banda Comarca 5.2 ficou a cargo do maestro Daniel Viana.
Sérgio Diniz, produtor cultural da diretoria de ação cultural da UFMG, explicou um pouco sobre a proposta da semana de Saúde Mental e as apresentações culturais. “A gente convidou o Dudu do Cavaco para estar aqui conosco porque é a 10ª Semana de Saúde Mental e Inclusão Social da UFMG. Uma semana que a UFMG aborda esses temas relativos à saúde mental, não só da sua comunidade, mas também para toda a sociedade. A gente incorporou um show na agenda dessa semana”, explica. “A gente quis privilegiar o Dudu, que é uma artista que tem Síndrome de Down, e ninguém melhor do que ele para estar aqui com a gente nessa semana”, finaliza Sérgio.
Instituto Mano Down
O Instituto Mano Down, projeto do qual Dudu faz parte e ajudou a criar, é uma organização sem fins lucrativos, que promove a autonomia e inclusão de pessoas com síndrome de Down e outras deficiências. Ao BHAZ, Leonardo Gontijo, atual presidente e fundador do instituto, contou um pouco sobre o projeto.
“Nosso objetivo é trocar a palavra exclusão por oportunidade. Desde o nascimento até o envelhecimento, porque as pessoas com Down não tem muito espaço. Quando meu irmão nasceu em 1990, a expectativa de vida era apenas 25 anos e menos de 10% eram alfabetizados”, conta o irmão de Dudu do Cavaco. A expectativa de vida subiu para 60 anos, mas os outros indicativos ainda tem muito o que melhorar.
“A gente trabalha com inclusão no mercado de trabalho, shows, estimulações, isso é para todo mundo”, continua Leonardo. “Nosso principal recado é: convivam com o máximo de pessoas que pensam, agem e são diferentes de vocês. E a música do meu irmão, a música transforma, a música agrega e é isso que a gente quer”, finaliza o presidente.
