Dupla é presa por suspeita de vender diplomas falsos de faculdades de BH pelo Facebook

Entre as instituições que eram visadas pelos clientes estão os centro universitários de Belo Horizonte (UniBH), Estácio de Sá e Newton Paiva (Reprodução/Polícia Civil)

“O procedimento é simples, rápido e seguro. Você só paga quando recebe. Entrega via motoboy para BH e região”. Foi por meio de anúncios com essas características publicados no Facebook, que a Polícia Civil conseguiu localizar a dupla suspeita de comercializar diplomas falsos na capital mineira. Um dos membros da associação criminosa, inclusive, foi detido nessa terça-feira (7).

Os criminosos são responsáveis por embolsar pelo menos R$ 500 mil, nos últimos seis meses. Entre as instituições que eram visadas pelos clientes estão os centros universitários de Belo Horizonte (UniBH), Estácio de Sá e Newton Paiva.

A Polícia Civil informou que o primeiro suspeito, de 28 anos, foi detido em dezembro último. As investigações ainda estão em andamento, na tentativa de localizar o destino desses documentos falsos.

Provas do crime

Na casa de um dos suspeitos, que se identificava nas redes sociais como “Thiago, o rei do diploma”, os investigadores encontraram uma lista de clientes e cadernos de contabilidade com registro das vendas. A polícia suspeita que, atualmente, há técnicos de enfermagem, dentistas e até professores exercendo ilegalmente as atividades na capital com o uso de diplomas falsos vendidos pela dupla.

“Podemos ter pessoas trabalhando em setores sem nenhuma qualificação, representando uma ameaça à saúde e a segurança dos cidadãos”, concluiu Renata Fagundes, a delegada que está à frente do caso.

Já na casa do segundo suspeito, de 34 anos, preso ontem pela Polícia Civil, os investigadores encontraram vários documentos falsos. Entre eles, diplomas, históricos escolares e declarações com nomes de clientes que compravam os documentos.

Além disso, foram apreendidos protótipos de carimbos com marcas de instituições de ensino da capital. Comprovantes de depósitos bancários e cadernetas com nomes de supostos clientes também foram retidos pelos policiais.

“Os suspeitos usavam, ainda, de forma indevida, marca de conhecidas instituições de ensino para dar credibilidade ao negócio”, destacou a delegada.

O negócio

Segundo apurou os investigadores, os estelionatários estariam atuando no comércio de documentos falsos há pelo menos seis meses. Os diplomas de nível superior eram repassados aos clientes por R$ 2 mil. Os de nível técnico, por R$ 800; e, para se passar por formado no nível médio de ensino, o cliente precisava desembolsar R$ 600.

As negociações eram feitas pelo telefone e em conversas mantidas pelo WhatsApp. No entanto, conforme os investigadores, os clientes eram coaptados sobretudo por meio de sites e páginas no Facebook mantidas pela dupla. As páginas ainda podem ser localizadas na rede social, com os nomes “Thiago Diplomas”, “Diploma Rápido”, “Diploma Certo Bh”, dentre outros títulos.

Segundo informações da Polícia Civil, se condenada, a dupla pode ficar detida entre dois a seis anos em regime fechado, pelo crime de falsificação de documentos, com o agravante de 1 a 3 anos, por manter “petrechos de falsificação”.

Guilherme Scarpellini

Guilherme Scarpellini é redator de política e cidades no Portal BHAZ.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!