Mesmo com autorização, algumas empresas de ônibus não praticam tarifas promocionais

Na rodoviária de Belo Horizonte, empresas consultadas não sabiam da resolução

Diálogo 1

Bhaz: Bom dia! Desejo comprar uma passagem com tarifa promocional para Ipatinga. Qual o valor?

Atendente: Não temos!

Bhaz: Mesmo o governo autorizando?

Atendente: Aqui não estamos sabendo de norma nenhuma do governo. Nunca teve tarifa sendo vendida com preço diferenciado.

Diálogo 2

Bhaz: Bom dia! Desejo comprar uma passagem com tarifa promocional. Qual o valor?

Atendente: Essa não está tendo mais, a deste mês já foi encerrada.

Bhaz: Como assim?

Atendente: Mensalmente tem um determinado número de passagem que é vendida com o preço diferenciado. A última que tinha era para Conceição do Mato Dentro, mas alguém já comprou.

Essas foram algumas das respostas que o Bhaz recebeu ao ligar para empresas de ônibus com o intuito de adquirir passagens com preço promocional. Em agosto deste ano, o governo de Minas Gerais autorizou as concessionárias a adotarem tarifas com preços diferenciados para viagens intermunicipais.

Apesar da Resolução ter sido publicada a quatro meses pela Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) nem todas as empresas estão aderindo. Em conversa com Zaira Carvalho, assessora jurídica do Sindicato das Empresas de Transportes Passageiros (Sindpas), o Bhaz foi informado que pelo fato da resolução não obrigar que as concessionárias adotem o preço promocional, não se pode cobrar das mesmas. “Cada empresa tem a liberdade para definir se adere ou não e da forma que desejar”, disse.

É o caso da empresa Serro onde as tarifas com valores reduzidos possuem dias e quantidade limitadas, conforme apresentado na transcrição do diálogo 2.

Indagada sobre o motivo das empresas não aderirem a resolução, Zaira credita ao transporte clandestino que continua atraindo o cidadão. Vale ressaltar que a resolução teve como principal objetivo diminuir a “concorrência” com o transporte ilegal. “Manter os ônibus em bom estado de conservação gera alto custo para empresas e com o cidadão utilizando o transporte clandestino o serviço é onerado em muitas das vezes”, afirma a assessora.

Outro ponto destacada por Zaira é o da prática comercial. “Nessa época do ano onde as pessoas viajam bastante devido as férias é difícil que as empresas coloquem tarifas promocionais. Como sabemos a própria empresa que verifica se vale ou não para ela colocar o desconto”, afirma.

Apesar de alguns funcionários de empresas de ônibus não saberem que existe a resolução, como os da Viação Presidente, Zaira confirma que todas as concessionárias praticam a gratuidade das passagens. “Os idosos e as pessoas com deficiência continuam com o sistema de gratuidade garantido”, conclui.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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